sexta-feira, 11 de março de 2016

Comprar português nos EUA

[Eu escrevi isto em Julho do ano passado e nunca cheguei a publicar. Sou um bocadinho destrambelhada. Epá, não comecem com coisas: é só um bocadinho! ;-) ]

Se ainda não é óbvio, gosto de comprar português. Quando digo que gosto de comprar português, há sempre alguém que me diz que não devia comprar português só porque é português. Devia comprar o que é mais vantajoso do ponto de vista do preço. Reparem uma coisa, eu sei economia, não preciso que me dêem aulas de economia, nem que me expliquem que o preço é a forma como a informação percorre o mercado, yadda, yadda, yadda...

Os tópicos do meu doutoramento e do meu mestrado são em problemas ambientais e dediquei vários anos da minha vida a estudar estes problemas porque acredito que nem sempre os preços contêm toda a informação relevante. Um problema ambiental, que é uma externalidade negativa, acontece quando há uma divergência entre o custo privado e o custo social, o que implica que o preço que se observa no mercado tem apenas uma parte da informação relevante para se tomar uma decisão que resulte numa solução eficiente. Para além das externalidades, a assimetria de informação também é uma falha de mercado (há mais, mas para decidir o que eu quero comprar, estas são as duas que são pertinentes).

Quando compro português, tenho alguma ideia de que o ambiente não está a ser completamente destruído, as pessoas que produzem o que compro vivem com um nível mínimo de dignidade (eu devia escrever um post acerca disto), e a qualidade é boa -- o preço também costuma ser razoável. Ou seja, acho muito vantajoso comprar português aqui. [Ah, e sou completamente viciada em louça...]

Estas compras em baixo não são de Portugal; são de Espanha. Achei interessante que uma empresa espanhola fizesse misturas de couscous com sabores de outros países, até porque não associo couscous a Espanha. Já o arroz tem tempero italiano.

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