quinta-feira, 2 de abril de 2015

Gestão de risco na agricultura...

Hoje estava à procura de uns dados e encontrei este relatório que tem uma boa sinopse de vários países importantes na área da agricultura (EUA, Argentina, Brasil, Ucrânia, África do Sul, e China).

Já vos disse que, em termos de gestão de risco na agricultura, especialmente na área das commodities, os EUA são dominantes. É extraordinariamente difícil conseguir competir nos mesmos mercados de commodities que os EUA e é um erro caro Portugal pensar que pode desenvolver-se por aí, sem que os nossos produtores tenham o benefício de todas estas ferramentas para exportar o seu produto. Claro que, muitas das coisas que servem para a agricultura, servem depois para a indústria planear melhor a sua actividade e controlar o risco dos custos e da disponibilidade de inputs.

A lição para Portugal é que o nosso governo tem de investir no desenvolvvimento de ferramentas que suportem a actividade produtiva portuguesa. A UE é uma grande ilusão, pois dá a ideia que alguém está à frente da infraestrutura, mas não está, porque a UE é geograficamente dividida: não há uma estratégia global de complementaridade de infraestrutura para os países. O que há é um regime de competição em que os países competem entre si por subsídios. E depois, do lado das ferramentas de decisão, a maior parte da informação que a UE recolhe e disponibiliza não é adequada à microeconomia, é adequada ao estudo da macroeconomia, da sociedade, etc. Não há bases de dados para os produtores, os dados não são disponibilizados com a frequência necessária, etc.

Leiam esta descrição e perceberão a máquina bem oleada que são os EUA. Notem as seguintes ideias: disponibilidade de informação que serve de suporte a decisões, transparência dos mercados, complementaridade das actividades do sector público e do sector privado, integração vertical da cadeia distributiva, infraestrutura pública que serve de suporte ao aparelho produtivo privado, acesso a crédito, mercados de derivativos extremamente líquidos, etc.

The US has the most extended history of agricultural risk management of the six countries studied here. The agricultural supply chain is highly integrated and transparent, with sizable levels of infrastructure development, including efficient barge and rail transportation networks and significant amounts of on and off-farm storage. The ancillary service sector – farm credit, farm advisory, brokering – is a mature and competitive industry, characterized by low margins. Producers, mostly family enterprises operating medium sized farms (average 445 hectares), have a wide array of marketing and pricing tools, including cash forwards, futures and increasingly more common – put and call options. The government (USDA) is a significant collector of farm gate and terminal market prices which it publishes along with other relevant information such as quarterly supply and demand estimates and weekly exports. The level of government intervention is low although generous safety net programs, particularly ones involving crop insurance, have helped supplement US producer income. US futures markets are the most heavily traded in the world and are considered global “benchmarks.” Altogether, the system exhibits a high level of price transmission from benchmark to farm-gate and demonstrates considerable pricing power by the producer.

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