segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

O ano do cocó...

Finalmente, está quase a chegar o ano do cocó, 2016. Uma das terapias mais promissoras é o transplante de matéria fecal, ou seja, retirar cocó de uma pessoa saudável e dá-lo a uma pessoa que não é saudável. Imaginem que isto já era feito na China, pelo menos no século IV. (Agora faz sentido aquela cena no filme "O Último Imperador", do Bertolucci, na qual o médico da corte cheira o cocó da criança. Estava a ver se a caca era boa...) O objectivo é utilizar colónias de bactérias de pessoas saudáveis para ajudar a criar uma colónia de bactérias de melhor qualidade em pessoas menos saudáveis.

Quando estamos no ventre das nossas mães, não temos nenhumas bactérias no nosso tracto gastro-intestinal, mas assim que nascemos somos colonizados. A colónia que recebemos depende das bactérias que estão presentes no nosso nascimento: as da nossa mãe e de outras pessoas em nosso redor. São essas bactérias que permitem que nós retiremos nutrientes da comida que digerimos. Algumas bactérias são mais eficientes, do que outras. Se não tivessemos a nossa colónia, quase tudo o que comíamos voltaria a sair.

Há bactérias que podem contribuir para a obesidade e outras para termos um peso saudável sem que para isso tenhamos de fazer grande esforço físico ou restrições alimentares. A bactéria clostridium difficile é resistente a antibióticos, mas é susceptível de ser tratada com uma terapia de transplante de matéria fecal. Ou seja, "a merda da saúde" terá outro significado em 2016...

3 comentários:

  1. "Quando estamos no ventre das nossas mães, não temos nenhumas bactérias no nosso tracto gastro-intestinal, mas assim que nascemos somos colonizados"
    Não será exactamente assim...mas é aproximado.

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  2. Para quem tenha mais curiosidade
    http://directorsblog.nih.gov/2014/05/28/not-sterile-after-all-the-placentas-microbiome/
    Bom Ano Rita!

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    1. Obrigada. Eu aprendi isso antes de 2014. Estamos sempre desactualizados...

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