quinta-feira, 8 de outubro de 2015

O incrível estádio do Braga

O Estádio do Braga é uma obra de arquitectura incrível. Há dois sítios onde tento sempre levar as minhas visitas: ao Bom Jesus e ao estádio do Braga. 
Ainda me lembro de, em 2003, dar como exemplo de desperdício dos dinheiros públicos os estádios construídos para o Euro 2004 - penso que o estádio do Braga foi o estádio, em preço por lugar, mais caro. Isso é ainda mais chocante pelo facto de se situar numa região relativamente pobre, onde as prioridades deviam ser outras. Os alunos olharam-me hostilmente, como quem dizia: "este gajo não gosta do SC Braga!" 


Continuo a achar um absurdo que em Portugal se façam construções destas - mas há em nós um gosto por edifícios icónicos (veja-se o edifício da Fundação Champalimaud ou a Casa da Música), que convivem com construções de terceiro mundo. Os nossos arquitectos agradecem e,diga-se que, em abono da verdade, têm aproveitado essa oportunidade. Souto Moura ganhou o Pritzker e o estádio do Braga foi mencionado. E o SC Braga fez a melhor década de sempre neste estádio. Mas ainda assim continuo a achar um absurdo, por muito fascinantes que sejam do ponto de vista arquitectónico, estes colossos num país como Portugal. Mas as nossas elites gostam muito.

3 comentários:

  1. Caro Fernando Alexandre,

    Já estou farta de Soutos Moura, Pritzker e afins.

    O Estádio do Braga é uma aberração porque não cumpre devidamente da sua função - sentar de forma o mais possível confortável os adeptos que assistem aos jogos e protegê-los dos fenómenos metereológicos. Em vez disso, é um túnel de vento que deve ter por finalidade fornecer os Hospital de S. Marcos com "clientes".

    Eu tenho todo o respeito pela Arquitectura com disciplina, mas não tenho pachorra para os extremos da mesma: nem para, como o caso citado, a forma ser superlativa à função, nem para o inverso (a função sem qualquer consideração pela forma). No primeiro caso, que se dedicassem a ser escultores ou pintores, no segundo, que vão licenciar obras para a Câmara da Covilhã e ser primeiro-ministro (honra seja feita, o "visado" nunca se arrogou de ser arquitecto).

    Nós temos diversas escolas de arquitectura no país, algumas bastante conceituadas. Porque não, nestes casos, ressuscitar o conceito de concurso? Em que os estudantes/finalistas/jovens arquitectos concorreriam às obras, com um prémio monetário no final? Em que as obras seriam julgadas por um júri "misto", envolvendo arquitectos, engenheiros e pessoas que representem os utilizadores?

    Para ter coisas bonitas e que não servem - e, pegando noutro exemplo, na Estação do Oriente em Lisboa que serve para tudo menos para estação de comboio e eu que o diga que passei lá várias noites durante a Expo -, ainda por cima a preço de ouro, há, de facto, melhores sítios onde gastar dinheiro.

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  2. O Estádio do Braga pertence à categoria de coisas que não tem preço. Bem hajam os portugueses que tiveram a coragem de desafiar a avareza medrosa por cuja vontade, se mandasse, Portugal e o Mundo pouco mais seriam que pedras e mato.

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    1. Tem toda a razão. Não tem preço mesmo! Aquilo nem dado...

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