quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Hoje no Observador

No último Governo Sombra, Ricardo Araújo Pereira chamou a atenção para um trabalho recentemente publicado por um conjunto de 16 destacados economistas (...). Estes economistas propõem uma “narrativa consensual” da crise da área do Euro e argumentam convincentemente que enquanto não se fizer um diagnóstico correcto não se resolve problema algum.
Qual é então o diagnóstico correcto? Segundo Ricardo Araújo Pereira, o estudo diz que a crise do Euro não é uma crise das dívidas soberanas. Na mesma linha vai um artigo publicado no Expresso do fim-de-semana passado assinado por João Silvestre e Jorge Nascimento Rodrigues. (...)
Porque em Portugal é muito comum confundir o que economistas estrangeiros dizem sobre a Europa com o que dizem sobre Portugal, de repente, daqui a uns dias teremos toda a gente a dizer que não havia problema nenhum com a nossa dívida pública e que somos apenas vítimas de um infortúnio. Por isso é importante deixar bem claro que, no que respeita a Portugal, o estudo não conclui nada disto.

6 comentários:

  1. Caro LA-C, isto não é um ataque pessoal, é mesmo uma curiosidade minha:

    Segundo a minha visão, os artigos que tem publicado no observador aparentam ser muito mais alinhados " à direita" do que os artigos que coloca aqui no blogue ou os que publicou em tempos no Público. Parece-me que esse alinhamento não é visivel especialmente em termos de opinião e conteúdo, mas sim em termos do que é dito e do que não é dito sobre os temas que resolve abordar.

    Em primeiro lugar, considera que estou certo? Em segundo lugar, tal é consciente? Em terceiro lugar, se consciente, tal representa uma evolução do seu posicionamento ideológico ou à vontade de se moldar às carateristicas editoriais da publicação?

    Peço que não considere estas questões impertinentes, é um bocado um desejo de saber "como a salsicha é feita" (apesar de conhecer bem demais as advertências em contrário).

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    1. iv
      Penso que a conjuntura é diferente e isso pode levar a que os meus posicionamentos pareçam diferentes. Fui ver os artigos que lá publiquei.
      1. O primeiro, foi sobre o ex-programa do PS para o mercado laboral e sobre os aumentos exagerados do salário mínimo. Sobre os riscos de aumentar o salário mínimo, colocando-o muito perto do mediano já escrevi muitas vezes, quer aqui quer no Público e, também, sempre defendi um imposto negativo para aumentar os salários mais baixos. Portanto, nesse artigo não mudei nem um milímetro em relação ao que defendi no passado.
      2. O segundo, parece-me mais neutro, apenas criticando (mas aceitando como legítimo quer constitucional quer politicamente) a solução de um governo que é apoiado por partidos que são contra o tratado orçamental. Como também escrevi várias vezes sobre isso, não me parece que tenha mudado. Na segunda parte do segundo artigo, falei do governo do Canadá exaltando os seus 50% de mulheres, mas essa faceta feminista também já a tinha demonstrado antes, quer aqui, quer no Público quer na Maria Capaz.
      3. No terceiro, sobre a esquerda e direita de deus, ataco a direita que esteve no governo e o irrealismo da Catarina Martins. Portanto, também me parece que não houve nenhuma mudança da minha parte.
      4. No quarto, critiquei o tempo que Cavaco demorou a indigitar o governo Costa e elogiei, no geral, as escolhas de Costa para o governo, apesar de reafirmar que estou pessimista quanto à possibilidade de o governo ser eficaz.
      5. Finalmente, no artigo de hoje, chamo a atenção para que a necessidade de olhar para o problema europeu e de encontrar uma solução europeia não nos deve desviar de corrigir o que há para corrigir cá dentro, em vez de usar como desculpa para nada fazer. Algo que já fiz várias vezes.

      Portanto, posso estar obviamente enganado, mas acho que não, que não mudei e que o meu registo tem sido o mesmo.

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  2. Caro Luis,
    Quer comentar o conselho de Stiglitz "para Portugal crescer"?
    Saudações.

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    1. Não estive lá, não sei. Li umas coisas a dizer que ele defendeu que aumentassem os impostos mas não acredito que ele tenha dito isso, portanto, até me informar melhor sobre o que Stiglitz disse, não quero comentar.

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  3. Tenho uma dúvida. Em 2008 a dívida pública oficial podia ser de 72% do PIB, mas como se viu depois da entrada da Troika, havia muita dívida pública que era desorçamentada usando critérios contabilísticos, que entretanto mudaram. Será que o valor de 72% reflecte o verdadeiro endividamento do estado português na altura, se usássemos critérios contabilísticos mais recentes? Sei que alguns números da dívida portuguesa foram revistos, mas julgo que não houve uma revisão da serie toda.

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    1. Com certeza que o verdadeiro valor é superior a esse, mas eu não pretendi disputar o documento, pelo que tomei tudo o que lá estava escrito pelo seu valor facial, independentemente de concordar ou não.

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