quinta-feira, 7 de maio de 2015

Ri-te, Ri-te...

Este gajo que escreve neste blogue, um tal de Nuno Amaral Jerónimo, que eu nunca vi mais gordo, apesar de ele dizer que a dissertação o tornou 15 Kg mais visível, consegue demonstrar-me, quando escreve, que o mundo é profundamente cruel e injusto. Dizem vós que eu já devia saber disso, afinal, nas aulas de Introdução à Economia do João de Sousa Andrade, falaram-me da economia normativa (como é que as coisas deviam ser), logo isso presume que as coisas normalmente começam por ser uma merda e é por isso que se justifica parte do interesse em economia.

A palavra chave é mesmo "merda". É que eu fiz duas teses sobre merda. Reparem--e eu vou dizer isto outra vez: duas teses de merda! Uma pessoa cresce, os problemas ambientais tornam-se sexy por causa das baleias, dos golfinhos, da floresta da Amazónia, etc. e isto interessa-nos. De repente, eis que estamos a estudar problemas sexy e sai merda, literalmente! Antes que vocês me digam que me deviam despedir e tirarem-me o mestrado e doutoramento, informo-vos que os meus comités das duas teses sabem perfeitamente a grande merda que foi. Quando vocês olharem para um prato de cozido à portuguesa, pensem nas vaquinhas, nos porquinhos, e nas galinhas e na merda que foi produzida para vocês terem o privilégio de saborear aquela carninha. Alguém tem de ganhar mestrados e doutoramentos a tentar descobrir o valor dessa merda para salvar o ambiente. Um desses alguéns fui eu.

Há duas consolações. A primeira é que agora anda na moda dizer que há ouro na merda. Esta informação tem cerca de 17 anos de atraso para mim. Eu comecei a viver à custa da merda em Fevereiro de 1998. Pagava-me $860/mês mais parte das propinas. A última vez que eu estudei merda, já me pagava $70.000/ano + benefícios. Boo-yah, bitch!

Logo, meu caro Nuno, tu podes ter uma tese muito mais sexy do que eu, fazer as gajas rir com gargalhadas soltas e sensuais, dar-lhes vontade de te levar para a cama, ter uma TED onde salvas o mundo à gargalhada e um livro com o Zé Carlos, mas eu tenho uma coisa muito melhor do que tu para me consolar: eu usei estatística na minha dissertação e isso, pá, é das coisas mais sexy do mundo. É mesmo orgásmico, até quando é sobre merda.

Ah, é verdade, eu rio-me depois de ter um orgasmo. O mundo é mesmo fodido! Que merda...

6 comentários:

  1. eu rio-me depois de ter um orgasmo

    De verdade? Ri-se sempre? Então, o rir faz de certa forma parte do orgasmo...

    E quanto tempo após o orgasmo se ri? 10 segundos? 1 minuto? 5 minutos?

    Verdadeiramente, nunca tinha pensado que houvesse pessoas que invariavelmente se rissem após os orgasmos. Fico espantado.

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    1. Pois é, rio-me, mas já houve alturas que chorei. O normal é rir-me muito. Eu suponho que tem a ver com as ligações do meu cérebro. Eu também me rio quando estou sujeita a situações de dor extrema.

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    2. Mas quanto tempo após o orgasmo é que lhe dá para começar a rir? E durante quanto tempo é que fica a rir?
      Eu quando era novo (20, 30 anos) após o orgasmo tinha grande tendência para cantar. Cantava para aí entre os 10 e os 30 minutos após o orgasmo. Mas mais tarde isso passou-me. Devem ter sido as ligações do meu cérebro que se alteraram...

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    3. Alguns segundos, por vezes minutos...

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    4. Eu não usei nenhuma estatística na tese e ainda me deram os parabéns por isso. Agora repara, se a esttística é orgásmica, e os orgasmos te fazem rir, quer dizer que a minha tese não te vai fazer rir.

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    5. Com que então não te satisfazes com fazer-me rir com quadras de Kierkgaard, também é necessário fazer-me chorar com a tua falta de apreço por estatística? Olha, pá, saíste melhor do que a encomenda e ainda por cima és crava e tens-me a trabalhar de borla. Tu tens sorte por eu ser patriota! Bem dizia o Luís que eras parvo e mais não digo...

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