quinta-feira, 6 de abril de 2017

Geme para mim...

[Chorus]
I'm so addicted to
All the things you do
When you're going down on me
In between the sheets
Oh the sound you make
With every breath you take
It's not like anything
When you're loving me

[Verse 1]
Oh girl let's take it slow
So as for you, well, you know where to go
I want to take my love and hate you till the end
It's not like you to turn away
From all the bullshit I can't take
It's not like me to walk away


~ "Addicted", Saving Abel


Arnold Schwarzenegger diz que ele e Trump eram amigos -- foi a primeira notícia que vi hoje de manhã enquanto tomava o pequeno-almoço e imediatamente me ocorreu "We used to be friends", dos The Dandy Warhols, e decidi que tinha de o ouvir hoje. Quando saí para passear o Choppinho, pensei outra vez na canção, só que estava com muita preguiça e pedi ao iPhone para tocar qualquer coisa do meu stock de música, aleatoriamente.

A primeira escolha do algoritmo foi a versão de Andrew Garcia do tema "Forever" do Chris Brown. Enquanto ouvia a letra, tão fofinha, que se tornou viral depois de um casal a usar para tema do seu casamento, senti nojo do Chris Brown, um fulanito gosta de bater na namorada -- apetecia-me ser eu a dar-lhe uns bons tabefes e a praticar nele o meu repertório de insultos em inglês.

Passou-me a fúria porque, entretanto, a Mariah Carey cantava que "All I want for Christmas is you" e eu distraí-me a pensar que gosto tanto do "Love Actually" e como é que a Mariah avariou os neurónios e se tornou numa caricatura de si própria, uma bimbonete suprema. Assaltou-me outra dúvida recorrente: porque é que o algoritmo do iPhone não sabe que, quando não é Natal, não deveria incluir temas de Natal no "Shuffle". Salvou-me destas deambulações o Mathew Herbert com "Suddenly" -- se vocês não conhecem, vou acender uma vela pela vossa alma porque isso é um dos grandes pecados da humanidade.

Lá fui andando com o Choppinho pela vizinhança, mais relaxada. Ouvi o "Sabiá" com o Chico Buarque, a Missy Higgins no álbum de homenagem ao Cy Coleman, até que apareceram os Saving Abel a cantar "Addicted", e o meu cérebro começou a maquinar outra vez. Então, o Abel -- vou chamar-lhe Abel para facilitar -- canta que gosta dela, especialmente quando ela lhe dá um broche, enquanto ela faz uns ruídos de prazer, e respira ofegantemente, tudo sons que o viciam. Ele gosta tanto quando ela o ama, que ela sabe bem para onde ir, e ele irá pegar no amor que lhe tem e odiá-la até ao fim. Well, fuck me running backwards on a rainy day, este Abel é tão dramático!

Chateei-me com o Abel por abusar do estereótipo feminino: ela tem de provar o amor a ele na cama e ela sente prazer quando dá prazer ao Abel. Depois pensei que os nossos leitores da Destreza, se me ouvissem pensar, iriam dizer que, pronto, está para vir o período à Rita; é por isso que ela está toda irritada com os gajos todos, especialmente o Abel. Qual quê? O período já veio e já foi, isto agora está-se na época fértil do mês.

Apetecia-me ter uma conversinha com o Abel para ver se ele aprendia alguma coisa e que começaria assim: "Abel, meu garanhão, geme para mim..."

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