terça-feira, 8 de março de 2016

Douglas Holtz-Eakin

Em 26 de Janeiro de 2006, Douglas Holtz-Eakin, que tinha sido o director do Congressional Budget Office da Administração Bush deu uma entrevista no programa Fresh Air, da NPR, que eu acho uma das melhores entrevistas que já ouvi acerca dos gastos e das escolhas que os governos enfrentam. Uma das coisas mais interessantes que ele disse foi a respeito da Segurança Social e de Medicare. Dizia ele que as questões da Segurança Social não eram complicadas, pois era só uma questão de aritmética encontrar uma forma de manter o sistema. Já as questões de Medicare, o sistema de saúde que os americanos recebem do estado depois de completarem 65 anos, ele achava mais bicudas porque implicavam julgamentos de valor, ou seja, era preciso decidir o que era moral e imoral: quais tratamentos deveriam ser pagos, quais não deveriam ser pagos, etc.

A certa altura DHE falou no custo da guerra do Iraque, que tinha sido financiada por mecanismos fora do orçamento do estado, e diz que não havia razão lógica para a Administração Bush continuar a desorçamentar a guerra. Foi extremamente refrescante ouvir alguém discutir objectivamente as finanças públicas americanas que estavam no mau caminho, como se veio a verificar. DHE é Republicano e mais tarde serviu de conselheiro da campanha presidencial de John McCain. Eu adorava o homem, mas quando o vi defender o plano económico que ele criou para a campanha de John McCain fiquei completamente desapontada. Como era possível ele apresentar muitas das mesmas ideias que tinham falhado com Bush? Julgo que a sua reputação sofreu bastante por se ter associado à campanha de John McCain.

A entrevista que me encantou pode ser ouvida aqui:

2 comentários:

  1. "Já as questões de Medicare, o sistema de saúde que os americanos recebem do estado depois de completarem 65 anos, ele achava mais bicudas porque implicavam julgamentos de valor, ou seja, era preciso decidir o que era moral e imoral: quais tratamentos deveriam ser pagos, quais não deveriam ser pagos, etc."

    - Nos EUA já se consegue debater este tipo de questões com um pouco de transparência?

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