sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Justificações de longo prazo

Esta semana, por várias vezes ouvi na rádio e li na imprensa a ideia de que há bastantes pessoas que se distanciaram de Donald Trump porque não sabem como é que, daqui a 20 anos, por exemplo, poderão justificar tal voto aos seus filhos. Aqui está um exemplo hoje publicado no NYT:


4 comentários:

  1. Nunca consegui entender essa obsessão Americana (que está lentamente a estender-se a alguns países Europeus...) com a moralidade dos políticos. E, sinceramente, nem vejo o interesse que isso possa ter para a sua capacidade de ser Presidente. Quer-se alguém que saiba exercer o cargo. A forma como conduz a sua vida privada é assunto seu. Desde que não ande por aí a cometer crimes ninguém tem nada a ver com isso e nem a vida privada e os valores morais seja de quem for são indicador seja do que for quanto às suas capacidades profissionais.

    Nesta questão específica da conversa de balneário do Trump temos esse exemplo. Aquela conversa não tem absolutamente nada de extraordinário na generalidade dos meios masculinos e, mudando o sexo do alvo, em muitos meios femininos também. Sim, minhas senhoras, não se façam de santas. Até a amigas minhas já ouvi apreciações sobre certos homens que fariam corar as pedras da calçada. Toda esta histeria com a conversa do Trump, embora seja algo muito Americano, não faz qualquer sentido e está obviamente a ser empolada com fins eleitorais. Vamos lá a ver é se não tem o efeito contrário. :-)

    Já lá vai quase uma vintena de anos, era eu um jovem ainda a aprender os meandros dos negócios e da vida emmpresarial e, entre várias lições, aprendi a um certo lobo velho algo que nunca esqueci. Dizia ele que se algum dia se visse em apuros sérios contrataria o advogado da Mafia! Querendo com isto dizer que se um dia fosse mesmo necessário iria naturalmente contratar o melhor advogado, aquele com os clientes mais complicados e, por conseguinte, com mais experiência em trapalhadas e casos bicudos. Sempre apliquei isto na minha vida e aqui não pode ser excepção. Quer-se alguém capaz de desempenhar o cargo de POTUS a contento, primeiramente e acima de tudo, dos cidadãos Americanos e desse grande país que são os Estados Unidos da América. Se é mulherengo, tem amantes, filhos bastardos ou o que quer que seja são assuntos da sua vida privada e com os quais ninguém tem nada a ver.

    Já agora toco também noutro ataque que lhe foi feito, a questão dos impostos. Pois isso, se algo, diz é bem de Trump. Já aqui tenho aludido várias vezes a uma sentença do Supremo Americano que, entre os considerandos normais das sentenças, dizia que os cidadãos têm não só o direito como também o dever de usar a máxima extensão da lei em seu benefício. Uma sentença à qual faço uma sentida e muito respeitosa vénia! Daqui que, se Trump usou um loophole da lei em seu benefício, só tem o meu aplauso. Mostra ser um homem inteligente e que defende os seus interesses. Não há qualquer motivo para pensar que não usaria identica inteligência e «resourcefulness» ao serviço dos Americanos e dos EUA.

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    1. Não podes reduzir o Trump a conversa porque, neste momento, há mulheres que o acusam de fazer exactamente o que sugeriu na conversa e esses actos são considerados crime.

      Eu acharia mal que o comportamento do Trump não fosse explorado na comunicação social porque o de Bill Clinton é. Desde que não haja duplicidade de critérios, não me incomodo que se lave a roupa suja em público. O que se nota, no entanto, é que quem defende o que Trump faz e diz, acusa o Bill Clinton do mesmo; e quem defende o que Bill Clinton faz e diz, acusa o Trump do mesmo. Ou acusam ambos, ou defendem ambos, a meu ver.

      A mesma coisa nos e-mails da Clinton: ela lidou mal com os e-mails, mas a administração Bush também lidou. Ou se acusam ambos, ou se desculpam ambos.

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    2. As mulheres que aparecem nesta altura são muito pouco de fiar e duvido que alguém leve muito a sério o que dizem. Veremos a ver se é feita alguma investigação e que chegue a acusação. Já por norma este tipo de coisas durante o período de campanha são muito de desconfiar. Nestas eleições em particular essa desconfiança é acrescida. Elas dizem. Mas será que dizem a verdade? Espero para ver.

      Em relação ao Clinton, todo o teatro em torno dele e da Lewinsky foi deploravel, nojento. Mesmo sendo POTUS, o que ele faz com a secretária ou seja lá com quem for é assunto dele e da mulher. Não do público e esses meses foram tenebrosos nos EUA. Uma vergonha nacional, diria mesmo.

      A questão dos emails não é ela ter lidado mal. É não ter sido processada por ser quem é e por decisão política o que é extremamente grave.

      Já agora, leste o WSJ hoje? Interessante assumpção sobre os critérios jornalísticos durante esta campanha... Muito interessante!

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  2. Rita,
    Tenho curiosidade sobre as pessoas que apoiam a candidatura Trump? Não sei se a Rita no seu meio tem contacto com estas pessoas.... Mas se pudesse escrever um posto sobre os votantes no Trump, quais as motivações e razões que as levam a votar num candidato tão "improvável", (pelo menos do meu ponto de vista europeu...) para mim seria muito interessante.
    Cumprimentos e obrigado pelos seu posts!

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