segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Um bicho novo

A UTAO diz que o governo irá falhar a meta do défice estrututal proposta no OE2017, que é linguagem politicamente correcta para dizer que os números não batem certo, ou seja, os multiplicadores não multiplicam o suficiente. Então aparece-nos a ideia de que a devolução do IRS, que era para ser uma medida de estímulo à economia, quer dizer, que era para aumentar o consumo e fazer a economia crescer à la Bloco de Esquerda, poderá ser feita de forma faseada e, desta forma, passa a ser encarada como uma ferramenta de consolidação orçamental. Então em que ficamos, é estimulo ou consolidação orçamental? É um bicho novo...

O que é claro é que o plano rosa, que prometia aquele crescimento absurdo, não era sustentável, pois não gerava crescimento para sequer se pagar a si próprio. Em vez de crescimento, temos uma redistribuição de receitas provenientes de mais impostos e de novo endividamento. Aceitam-se apostas para que novos impostos irão ser inventados em 2017, mas sejam criativos. Ah, sim, têm razão, antes de se aumentar os impostos temos de arranjar maneira de argumentar que o PIB potencial tem mais potencialidades.

1 comentário:

  1. "Então em que ficamos, é estimulo ou consolidação orçamental?"

    E uma questão do que é que se considera como o ponto de partida - comparada com a taxa atualmente paga, a redução da sobretaxa é estímulo; comparada com a taxa que a lei ainda em vigor previa que se pagasse em 2017 (nenhuma), é consolidação.

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