Na sexta-feira, encontrei um dos meus "stalkers" no Facebook. Conheço esta pessoa pessoalmente, já a proibí de ter todo e qualquer contacto comigo, mas ela cria outras contas e envia-me pedidos de amizade. Já deixei de aceitar pedidos de amizade, até porque não me interessa conhecer mais ninguém. Esta pessoa é amiga de alguém na minha família, que também já foi avisada que estou a ser vítima de um crime, mas essa pessoa da minha família é também criminosa--foi através dela que a NOS me meteu em sarilhos.
Através dessa ligação familiar, o meu stalker tem acesso a documentos meus e pelo telefone já me explicou "coisas" da minha vida que são privadas e às quais não deveria ter acesso, como episódios da minha vida familiar. Em público já me chamou de bêbada por eu postar fotos de idas a restaurantes onde aparece um copo de vinho, ou das garrafas de vinho português, que eu compro. O facto de eu não ter filhos é usado contra mim, o facto de eu e o meu marido estarmos separados (ao fim de um casamento de 12 anos) é prova de que eu sou má pessoa. Às vezes, as pessoas surpreendem-se por eu ter uma boa capacidade de encaixe, mas eu tenho várias décadas de prática.
Estas pessoas têm acesso aos meu número de bilhete de identidade e cartão de contribuinte. Até têm acesso ao número de cartão de contribuinte do meu marido em Portugal. Foi sorte alguém com acesso à minha informação nas Finanças ter dado a morada do meu procurador à NOS, pois foi assim que eu descobri que estava a ser vítima de um crime de usurpação de identidade. Felizmente, hoje há o PEPEX, um serviço que o estado português disponibiliza e que nos permite ver em que processos é que estamos envolvidos. Agora tenho uma ferramenta para vigiar o meu bom nome em Portugal.
Acima de tudo, eu sou uma pessoa com muita sorte porque consegui sair da encrenca sem ter de gastar dinheiro, apenas tempo. Por exemplo, durante a minha estadia em Portugal, quando estive no Porto, fui à Autoridade Tributária para fazer um depoimento acerca do meu caso com a NOS. Mas não saí sozinha, tive ajuda. Acho que sou boa pessoa, mas tenho o privilégio de ter amigos que são muito melhores do que eu e que, quando me vêem em apuros, me protegem e guiam. O que os meus amigos fazem por mim não tem preço e, acima de tudo, espero poder estar à altura deles. Eu não me faço sozinha; tenho muita ajuda.
Para me proteger ainda mais, eu deveria ir à Polícia Judiciária fazer uma queixa contra estas pessoas, mas só usando o meu cartão de cidadão é que posso fazer uma queixa via Internet. O meu cartão não funciona e já várias pessoas no Portal do Cidadão me tentaram ajudar, mas não conseguiram. Há alguns meses enviei um email à Polícia Judiciária, mas não obtive resposta. Ter de usar parte das minhas férias em Portugal para lidar com estas coisas não é propriamente agradável, mas recorda-me a razão pela qual saí e sair pode ser triste, mas também produz uma sensação de alívio: é mais uma camada de protecção entre eu e "eles".
P.S. Talvez o meu caso possa ajudar pessoas em situação semelhante à minha e por isso o divulgo aqui.
Não costumo concordar com o que escreve, em política, mas admiro a limpeza (e o humor e a desenvoltura) das suas postagens. Esta, é um exemplo disso.
ResponderEliminarQue estas cenas feiosas não lhe façam perder a verve.
RAA
Obrigada! É bom não concordarmos, ficamos todos mais ricos por isso.
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