terça-feira, 13 de setembro de 2016

A escola primária

O Público tem uma notícia acerca da funcionária da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto que perdeu €75 mil euros, isto depois de supostamente já ter perdido inclusive um cheque de €2 mil, mas isso nunca chegou a ser apurado. Não foi despedida porque a Comissão de Trabalhadores acha que é uma funcionária exemplar. Foi apenas suspensa durante oito meses, mas eu gostaria de saber se foi suspensa sem salário ou se foi de férias para casa -- é que, em Portugal, estas coisas têm de ser explicadas por miúdos.

Pela notícia, sabe-se que, em 2004, também houve dinheiro que desapareceu nesta instituição, mas responsabilidades parece que nunca chegaram a ser apuradas. Isto por si só é mau, mas termina a notícia falando de um ex-director que faz ameaças ao seu sucessor, estilo o que nós fazíamos uns aos outros na escola primária porque éramos putos e ainda estávamos a aprender a ser pessoas.

Sem exigir que as pessoas se comportem à altura dos cargos que exercem e despedir as que não se emendam, andam uns a ser explorados pelos outros. De onde veio o dinheiro que compensou estas perdas todas que já se arrastam há mais de uma década? Foi do céu ou foi do bolso de alguém que trabalhou, sabe-se lá com que sacrifício?

5 comentários:

  1. "perdeu €75 mil euros, isto depois de supostamente já ter perdido um cheque de €2 mil, mas isso nunca chegou a ser apurado."

    Lendo a notícia não me parece que seja isso - parece-me que ela perdeu (ou foi-lhe roubado) 75 mil (ou talvez 73 mil?) euros em dinheiro e 2 mil euros em cheque, no mesmo incidente (acho que isso faz uma grande diferença, já que quer dizer que não há um padrão recorrente de perder dinheiro, o que haveria se ela tivesse já em tempos idos perdido dinheiro).

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    1. Ah, sim, quando li presumi dois eventos diferentes, afinal era tudo no mesmo evento. Vou corrigir... Obrigada!

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  2. Aliás, nem me parece que "perdido" seja o termo adequado - pelo que percebo, ela tinha o dinheiro numa pasta que por sua vez estava em cima de uma secretária, e durante a hora do almoço alegadamente a pasta desapareceu ("perdido" até dá a entender que ela esqueceu-se de onde guardou o dinheiro, ou coisa assim).

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    1. Fui ver a definição de "perder" e não é assim tão restritiva. (Mas é nestas alturas que me faz falta a Vera...) https://www.priberam.pt/dlpo/perder

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    2. Chamaste, eu vim!
      Perder admite múltiplos sentidos. Até perdemos pessoas.
      Dizer que a funcionária perdeu dinheiro sugere que houve algum comportamento negligente da parte dela, não necessariamente que se esqueceu de onde o colocou. E é isso mesmo que foi alegado, que ela teria sido imprudente. Portanto, parece-me uma escolha adequada.

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