Um blogue de tip@s que percebem montes de Economia, Estatística, História, Filosofia, Cinema, Roupa Interior Feminina, Literatura, Laser Alexandrite, Religião, Pontes, Educação, Direito e Constituições. Numa palavra, holísticos.
quinta-feira, 30 de novembro de 2017
Há mais retas concorrentes que parelelas
terça-feira, 28 de novembro de 2017
Mal de Pierres
Entre estas duas paixões, entra o marido, José, que foi convencido pela mãe de Gabrielle a se casar com ela, para poupar mais vergonhas à família. José é um homem simples e trabalhador, pedreiro de profissão, e que acha Gabrielle bela. Somos levados a crer que Gabrielle é bela fisicamente e é isso que agrada a José, até porque Gabrielle é interpretada por Marion Cotillard. Mas lá para o final do filme percebemos que há outra beleza que Gabrielle tem para José e que amar Gabrielle significa deixá-la ser como é, ser paciente, numa paciência que roça a humilhação. Talvez amar alguém signifique conhecer a pessoa melhor do que ela se conhece a si mesma.
Mais não conto para não vos estragar o filme, se decidirem ver. Aviso-vos já que o filme é lento e longo.
domingo, 26 de novembro de 2017
Demérito!
~ António Costa, no Eco
Não acho defensável que se continue a falar na redução de défice como um mérito de governação quando, neste momento, sabemos que esta foi conseguida à custa de cativações e de redução da despesa em áreas como: equipamento médico, protecção civil, alimentação em escolas e prisões, etc. O argumento do mérito tem de ser inválido porque, se não o é, então estamos a dizer ao governo que continue a cortar em todas estas áreas porque esses cortes são um ponto positivo. Note-se que não estamos a falar de gorduras, estamos a falar em serviços essenciais, que o governo achou por bem descurar.
Ninguém corta as pernas para perder peso; se alguém o fizesse, não seria elogios que receberia, mas um atestado de loucura.
sábado, 25 de novembro de 2017
Colmatar uma falha
Lamento informar-vos que, para um blogue holístico, temos uma grande falha: ainda não falámos de maquilhagem. Felizmente, a Vogue deu-nos uma ajudinha e pediu à Sara Sampaio -- a nossa anjinha preferida porque o que é português é bom e ela também é boa como o milho e nós temos de agir nesta altura do ano e dar graças pela nossa colheita -- para fazer um vídeo, que aqui partilhamos, onde explica a sua rotina.
Considerem a nossa falha colmatada!
sexta-feira, 24 de novembro de 2017
Self-respect
~ Joan Didion, "Self-Respect: Its Source, Its Power", in Vogue (1961), reprinted in Slouching Toward Bethlehem (1968)
Ainda o Thanksgiving
quinta-feira, 23 de novembro de 2017
Net neutrality
On Tuesday, the US Federal Communications Commission announced that it planned to vote on an order to roll back Obama-era rules governing net neutrality.
Simply put, net neutrality means that all data on the internet is treated equally. An internet service provider can't prioritize certain companies or types of data, charge users more to access certain websites and apps, or charge businesses for preferential access.
Advocates of net neutrality argue that it ensures a level playing field for everyone on the internet. Telecoms firms, however, are largely against it because of the additional restrictions it places on them.
But with the Republican-majority FCC likely to vote on December 14 in favor of rolling back the order, what might the American internet look like without net neutrality? Just look at Portugal.
The country's wireless carrier Meo offers a package that's very different from those available in the US. Users pay for traditional "data" — and on top of that, they pay for additional packages based on the kind of data and apps they want to use.
Fonte: Business Insider
quarta-feira, 22 de novembro de 2017
Friendsgiving
terça-feira, 21 de novembro de 2017
Congelamento da coerência
sábado, 18 de novembro de 2017
O Cardeal progressista
Uma declaração de interesses: considero-me uma pessoa cristã, mas há já alguns anos, por discordar de várias posições defendidas pela Igreja (entre outras, voto de castidade obrigatório, proibição do acesso das mulheres ao sacerdócio, uso de métodos anticoncepcionais não naturais), não posso dizer-me católico. Para mim, não existe a categoria de “católico não praticante”, nem defendo religiões “take away”. Isto dito, as declarações do “Prémio Pessoa” 2009 causam-me grande perplexidade.
Compreendo que, em função de várias passagens da Bíblia, sobretudo do Antigo Testamento, a Igreja Católica não possa reconhecer o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Mas um discurso discriminatório não cabe na infinita misericórdia divina com que Cristo sempre se apresentou. Aliás, foi sempre nas margens da sociedade, de entre os mais ostracizados, que Deus feito Homem gostou de estar. Daí que, julgo, estas declarações colidem com a linha de orientação do Papa Francisco. “Quem sou eu para condenar um homossexual?”, respondia o Romano Pontífice a uma pergunta de um jornalista nas habituais conversas no avião papal.
O Catecismo da Igreja Católica, repositório da sua “doutrina oficial”, defende a integração dos homossexuais nas comunidades crentes, pugnando por uma compaixão quanto àqueles que considera sofrerem com essa orientação, concedendo que possam intervir como leigos, desde que renunciem à prática de relações sexuais. Em comparação necessariamente caricatural: é como dizer a um portista que pode vir a uma reunião de benfiquistas, desde que passe despercebido. Na verdade, convenhamos, uma posição que alguns entendem de equilíbrio, mas que tenho por hipócrita.
Como pouco séria foi a resposta de D. Manuel Clemente à pertinentíssima pergunta da jornalista: se para se ser padre se assume voto de castidade, qual o relevo da orientação sexual? “É melhor não criar a ocasião…”. Mas que ocasião? Se o Sr. Cardeal se referia à possibilidade de a carne ceder à tentação, eu e tantos outros conhecemos casos de sacerdotes que mantêm relações amorosas com mulheres, perante uma quase indiferença das comunidades em que se inserem. E então a castidade, afinal, existe ou não? Sabemos que D. Manuel Clemente defende a manutenção do status quo, mas também não se ignora que os discípulos de Cristo foram casados e que esta regra resulta da Tradição e não propriamente de imposições evangélicas. Aliás, quantos Papas não tiveram filhos?
Outro aspecto: os candidatos ao sacerdócio devem ser sujeitos a um escrutínio para detectar traços de homossexualidade, pedofilia ou doença mental. As duas últimas merecem o aplauso de todos. O mesmo se não dirá quanto ao seu alinhamento – o modo como surgem enunciadas coloca tudo no mesmo saco, como se todos os homossexuais fossem pedófilos e/ou doentes mentais. O DSM, uma espécie de manual de diagnóstico das doenças psiquiátricas da Associação Americana de Psiquiatria, retirou a homossexualidade do seu “Index Librorum Prohibitorum” em 1973, mas a OMS só deixou de a considerar parte da “lista internacional de doenças” em 1990. E este é um dado relevante: o que disse e a forma como o fez, levam quem escutou D. Manuel a associar a orientação sexual em causa com o abuso sexual de crianças ou delitos próximos (uma vez que a “pedofilia”, como tal, não é nenhum tipo legal de crime). Ora, essa é uma extrapolação inaceitável. Também existem sacerdotes que mantêm relações sexuais com raparigas menores. Por certo que manter a posição de que às mulheres está vedado o sacerdócio, para usar a mesma expressão do Sr. Cardeal, também pode, em tese, “criar a ocasião”, num ambiente marcadamente masculino, para mais não se ignorando que a sexualidade humana é feita de muitos cinzas, havendo estudos científicos que demonstram uma certa propensão para a bissexualidade da espécie humana, que depois se desenvolve em diferentes direcções em função, de entre outros, de caracteres sociais, culturais ou de pertença a certos grupos de referência.
Gostaria de saber o que responderia D. Manuel Clemente a um jovem que se sente profundamente chamado por Cristo a servir a Igreja, mas que também é homossexual e está disposto a cumprir o celibato. Um chamamento tão belo e que poderia conduzir a um sacerdote esforçado em ser um exemplo terreno de Cristo. “Filho, aqui entre nós, nos testes que faremos, finge que gostas de mulheres!”. "Don’t ask, don’t tell".
quinta-feira, 16 de novembro de 2017
Comida má
Com isto não estou a dizer que a comida não seja má, mas é necessário levar a discussão noutra direcção, como, por exemplo, a questão da higiene. Não parece que quem preparou a alface a tenha lavado em condições e, nesse caso, há o risco de as crianças serem expostas a bactérias, como e. coli ou salmonela, que causam envenenamento alimentar. Aliás, seria conveniente que alguém se certificasse que os empregados dos refeitórios em Portugal estão devidamente treinados e sensibilizados para as questões de higiene, até porque o público que servem -- as crianças -- ainda estão em desenvolvimento e estão mais susceptíveis a doenças deste foro.
Já agora, que tal um jornalista investigar se os refeitórios obedecem aos princípios do HACCP? Se não sabem o que é o HACCP, então leiam aqui.
E reparem que mesmo um prato com um aspecto delicioso pode estar contaminado e a comida ser má.
quarta-feira, 15 de novembro de 2017
Chuta para a frente...
terça-feira, 14 de novembro de 2017
Acasos
domingo, 12 de novembro de 2017
“Perdoa-me”: regressa que estás perdoado!
O Presidente da República pede desculpas aos Portugueses pelas falhas do Estado nos incêndios e no apoio às vítimas; relembra que ele é uma pessoa e, indirectamente, pede desculpas pelo Primeiro-Ministro. Este, apertado, na Assembleia, responde que se querem que ele peça desculpa, pois ele pede. Não lhe caem os parentes na lama por isso! Mais tarde, revela dificuldades em lidar com as emoções e faz um público acto de contrição. O ex-Secretário de Estado da Administração Interna, à saída da cerimónia de tomada de posse de quem o substituiu, manifesta o velho sentimento judaico-cristão da culpa e quase me deu vontade de organizar um “crowdfunding” para lhe pagar sessões de psicoterapia. O Ministro da Defesa e as mais altas chefias militares, directa ou indirectamente, também já haviam feito um “mea culpa” a propósito de Tancos. Antes, Passos Coelho mostrava-se desolado pelo desencontro de informação que o fez julgar morto por suicídio quem afinal estava vivo.
Apetece pedir desculpa pela vergonha da desculpa alheia. Como se as funções de soberania do Estado, esteio de um qualquer país que efectivamente o seja, quando estrepitosamente incumpridas, se bastassem com desculpas, sentidas ou “para a fotografia”. Como se não urgisse apurar responsabilidades e colocar no terreno soluções há muito conhecidas.
E os Portugueses, perdoam? Diz-se que temos um coração grande e hospitaleiro, mas amiúde escutamos que “cá se fazem, cá se pagam”. Costa, a tudo isto, parece sair pouco chamuscado (trocadilho bem apropriado, mas pelo qual peço desde já desculpa). Bem vistas as coisas, quem pede desculpa é porque assume responsabilidade, bastando reflectir sobre o étimo da palavra. Desculpas pedidas, “segue a banda”. Um Presidente mais vigilante – algo esperado quando dobrada a primeira parte da legislatura –, que distribui abraços e beijos, espantando-se como este contacto com o Povo não lhe provoca a conhecida hipocondria, que falou grosso e demitiu a Ministra e que quer ver resultados no terreno, onde já marcou Natal e passagem de ano.
Se a moda pega, então todas as falhas nos diversos sectores da sociedade resolvem-se com um simples pedido de desculpa. Sem mais. Mantendo-se os empregos e não se respondendo civil, penal ou disciplinarmente. Eu e tantos Colegas perderíamos o emprego e os que restassem ter-se-iam de acomodar a pouco ou nada exigir dos estudantes, dada a prévia existência de uma “causa de antecipada atipicidade” em que a desculpa se vai transformando.
Revelador, tudo isto, se não fosse trágico, de um imenso sentido de humor de todos nós, de um “nacional-porreirismo bué da fixe”. Sobretudo, de um “enfraquecimento ósseo” da sociedade portuguesa, que parece compactuar com os coitados que, Judas ou Maria Madalenas, se mostram arrependidos e prontos a cumprir penitência. Ou melhor, a penitência é um extra não exigível. Sinal de uma débil sociedade civil, amorfa, a aproveitar uma certa melhoria económica que sabemos não ser consistente e duradoira. A coisa vai melhorzinha, e se assim vai, para quê aborrecermo-nos a pensar em profundidade os problemas e o que queremos exigir de quem ocupa funções de soberania?
Aproveitemos, pois, os milagres do Outono das nossas desculpas, com simpáticos raios de sol, e vivamos na certeza de que nada de mau se não resolve com um imenso palco onde surjamos entristecidos pelo erro – que, felizmente, todos cometemos –, mas sem disso retirarmos consequências.
À Administração da SIC: não será altura de pensarem em exigir judicialmente direitos de autor a estes personagens? Ou de montarem, p. ex. no Terreiro do Paço, uma nova temporada do “Perdoa-me”, em directo e com montes de turistas a assistir? Podia ser uma nova e brilhante ideia que, vá-se lá saber porquê, não constou da “Web Summit”… Se constou e eu não soube, ficam desde já as minhas desculpas.
"Web Summit Dinner with the Dead"
Teófilo Braga, Amália, Eusébio ou Sophia podiam era ter feito uso dos seus dotes e animar aqueles senhores tão importantes.
E não consta que o barulho incomode os mortos.
Se estas luminárias gostam de comer "bacalao" por entre túmulos, isso é lá com elas. Lembrei-me de Hannibal Lecter...
E sempre entram uns tostões para efeitos de défice. Se aqueles mortos, assim como assim, mesmo não comendo, só dão despesa, porque não amortizá-la?
O Paddy é que sabe: é tudo uma questão de cultura e para estas mentes brilhantes é "very typical" uma coisa assim. Para que conste, também já jantei no Museu Soares dos Reis. É certo que não havia mortos e que se discutia o futuro da arquitectura das cidades. Mas, mesmo assim, será que também tenho de pedir desculpas?
E a lata desta gente que culpa a legislação que em lado algum obriga a que o arrendamento se faça e que até contém uma norma que facilmente poderia impedir o dito evento?
Mais um episódio deste imenso "Perdoa-me" em que o país está transformado.
Já estou a imaginar a Amália toda contente a sair da tumba e a dizer "obrigado, obrigado, batam palminhas", com aquela voz de bagaço que a caracterizava já para o final da vida e com a cabeça para trás e os braços estendidos a agradecer que gente tão "cool" lhe tenha vindo animar "uma estranha forma de vida" tão chata...
A vergonha maior
O jantar no Panteão demonstrou-nos que um evento que não tem nada a ver com os objectivos iniciais da Web Summit é o suficiente para mostrar ao mundo que Portugal não se governa, desgoverna-se. Caberia ao Primeiro Ministro, face às reacções viscerais ao jantar, assegurar aos portugueses que apesar do descontentamento, ir-se-ia ter mais cuidado no futuro não só no Panteão, mas com outros monumentos, e que o importante era que a Web Summit tinha corrido bem e que tínhamos de continuar a dar ao mundo uma imagem de profissionalismo e capacidade de lidar com situações menos agradáveis.
Em vez de um discurso apartidário, que realinhasse os ânimos dos portugueses para o interesse maior de levar Portugal ao mundo, preferencialmente de uma forma positiva -- afinal não é isso o que fizeram as pessoas cujo corpo descansa agora no Panteão? --, o Primeiro Ministro serviu-nos um discurso divisivo, em que demonstra que continua a colocar os interesses do seu partido à frente dos interesses do país. E ainda temos o Paddy Cosgrave, da Web Summit, a pedir desculpa no Twitter e a dizer que na Irlanda a relação dos mortos com os vivos é diferente e que não tinha feito por mal.
Concluindo, demos a impressão ao mundo de que somos um povo incapaz de gerir o nosso património cultural, desconhecemos a nossa própria lei, e somos intolerantes dos costumes de pessoas de culturas diferentes; tudo isto depois de gastarmos milhares de euros a tentar atrair estrangeiros para Portugal. Julgo que não era esta a imagem que queríamos cultivar e é uma vergonha que tenhamos deixado a situação chegar a este ponto -- os nossos mortos do Panteão mereciam melhor.
sábado, 11 de novembro de 2017
Reconhecimento
Competências
Nos últimos meses tem tido oportunidade de conhecer o trabalho de vários designers portugueses. Quais as primeiras impressões?
Esta conferência não vai ser sobre a moda portuguesa nem sobre o rumo que ela está a tomar. É claro que tenho muito interesse em ver o que está a ser feito cá e por isso ainda quero voltar. Fiquei bastante impressionada com o que vi. Achei que a qualidade dos tecidos, especialmente das malhas, é excecional, de um nível que não se encontra, sobretudo na Europa. Parece-me que mantiveram várias técnicas que a maioria das pessoas já deixou de fazer. E há um grande sentido de cor. A minha teoria é de que isso vem dos azulejos, porque eles são tão bonitos. Para mim são simplesmente mágicos. Acho que nenhum designer em Portugal quer realmente falar deles porque os vêem todos os dias, mas há algo daquelas cores e formas que faz parte do espírito de algumas peças.
Fonte: Suzy Menkes em entrevista a Mauro Gonçalves para o Observador
Apesar de a visita ser curta, a qualidade da manufactura têxtil portuguesa sobressaiu e impressionou a Suzy, que acha que o know-how português é superior ao de outros países europeus. As técnicas também fazem parte da riqueza nacional e seria importante que não fossem perdidas para sempre, pois se isso acontecer perdemos uma vantagem competitiva que temos em relação a outros países. Este é um ponto que já aqui tenho feito várias vezes, pois frequentemente encontro nos EUA referências a tecidos portugueses. Espero que haja alguém minimamente competente que tenha noção do que o país tem e que este legado não se perca de vez.
sexta-feira, 10 de novembro de 2017
Maria Emília Brederode Santos
quinta-feira, 9 de novembro de 2017
Não sei o que pensar
A última pessoa a ser acusada de ataques sexuais é o Jeremy Piven. Digo pessoa, mas até agora só tenho conhecimento de terem sido acusados homens, mas de certeza que também há mulheres depravadas. Diz uma rapariga, a Tiffany Bacon Scourby, que Jeremy Piven a agrediu sexualmente num quarto de hotel na Trump Tower da seguinte maneira:
“I remember I was wearing this white ribbed turtle neck and brown slacks — business attire — and I was sitting right next to him on the couch,” Scourby says. “We were talking for about five minutes and he said he was waiting for his [publicist] to come with us.”
Suddenly, “he jumped on top of me. I tried to push him off and he forced me to the ground,” recalls Scourby, who says Piven exposed his genitals and began rubbing them against her body.
She says she remained clothed the entire 15 minutes of her time in his suite but “he held down my hands” and ejaculated “all over my white turtleneck.”
Fonte: People
Esta é uma de quatro mulheres que o acusam. Elas dizem que ele se expôs numa festa pedindo a uma para o ajudar a masturbar-se, que ele as apalpou, e que fez qualquer coisa a uma rapariga enquanto ela ainda era menor. Acho que algumas destas descrições estão a entrar numa zona muito cinzenta: ele exibiu-se e pediu à rapariga para lhe tocar ou tocou em alguém. Isso não é o que fazem os casais quando a coisa começa a aquecer? Às vezes, ninguém chega a pedir. Há um que se começa a despir, ou dirige a mão do outro, ou começa a despir o outro. O caso da Tiffany parece mais sério, mas eu espero que ela tenha pelo menos guardado a camisola, se vai fazer uma acusação destas. O da rapariga ser menor também pode ser sério, mas é difícil julgar o que se passou sem saber o que se passou porque ela diz que ele sabe o que fez.
Adoro o Jeremy Piven, acho-o um homem lindíssimo, o que me pode toldar a análise porque nós estamos geneticamente programados para ser mais simpáticos para com as pessoas mais giras. É óbvio que não o conheço, logo não posso avaliar como é como pessoa. Ainda me lembro de gostar tanto dele que o meu marido me gravava coisas dele para eu ver, como aquela viagem que o Jeremy fez à Índia sobre yoga. (Ah, adenda: o yoga pode ser problemático. Se leram o livro do William J. Broad, sabem que o yoga promove o apetite sexual...)
Espero que haja alguém que tenha como provar que ele é realmente uma pessoa horrorosa porque não sei o que pensar e sei o que fiz. Por exemplo, uma vez, quando vivia na residência, uns amigos apareceram no meu quarto depois de eu tomar banho e eu, estando ainda de roupão, deixei-os entrar enquanto me secava e vestia. Eram rapazes e raparigas e não me senti em perigo, mas agora acho que, quem estava em perigo eram eles: despir-me à frente deles pode ter traumatizado alguém e, se calhar, até têm pesadelos.
Mensagem
Por exemplo, o Texas tem um sistema em que os juízes são eleitos e, para além disso, na eleição, estão associados a um partido político; mas há estados em que os juízes não são eleitos e também há estados em que são seleccionados por um sistema de eleições apartidário. Outro exemplo: o Texas tem um governador e um tenente-governador, mas há estados que só têm governador. É tudo muito confuso e sempre que mudamos de sítio, se queremos participar no processo democrático, temos de nos familiarizar com a forma como as coisas funcionam em cada local.
Para além de eleger pessoas, também votamos em assuntos. Se calhar já ouviram o termo "proposições". Uma das proposições mais famosas foi a chamada "Proposition 8" da Califórnia em 2008, que tinha o objectivo de banir o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Esta proposição, depois de muitas peripécias, acabou no Supremo Tribunal, dando uma vitória judicial, em 2013, aos defensores do casamento entre pessoas do mesmo sexo. As proposições podem ser a nível do estado ou local, por exemplo, proposições de cidades. Aqui está uma imagem parcial do boletim de voto para a "precinct" a que pertenço:
Passámos o dia de ontem, Quarta-feira, a falar dos resultados das eleições e o consenso é que, como esperado, os Republicanos foram castigados e os Democratas tiveram melhor desempenho. É esperado porque quando há descontentamento com a liderança do país -- e há sempre -- o partido do Presidente costuma sofrer mais. Os resultados deram a vitória a dois governadores democratas: Nova Jérsia e Virgínia, ambos anteriormente liderados por republicanos. Para além disso, houve muitas mulheres, minorias étnicas, e pessoas associadas à comunidade LGBT, que ganharam eleições. No entanto, há que notar que os Democratas conseguiram mobilizar muitos eleitores para ir votar, mesmo em sítios onde estão em minoria.
Onde não há consenso nos resultados destas eleições é qual a mensagem para os derrotados. Há pessoas no GOP que acham que as eleições reflectem o falhanço de o Congresso não conseguir passar a legislação desejada por Donald Trump, ou seja, não se conseguir agradar à base do partido; e outras que acham que o mal é mesmo a base e devem tentar agradar ao meio e afastar-se de posições extremistas. Veremos se alguma coisa irá mudar ou se continuarão a divergir entre si...
quarta-feira, 8 de novembro de 2017
Super Mercados
terça-feira, 7 de novembro de 2017
O Inferno à Americana
segunda-feira, 6 de novembro de 2017
Tradutor do PM Costa
“Outro argumento que tem sido muito empregue para criticar o OE é dizer que não olha para o futuro, que é 'chapa ganha, chapa gasta'. Mas temos uma medida que mostra a falsidade da acusação: a diversificação das fontes de financiamento da Segurança Social. Portanto, este OE não é chapa ganha, chapa gasta. É chapa ganha, chapa distribuída e chapa poupa o que é necessário para continuar a distribuir amanhã” [...] “parte de receita do IRC ao fundo de estabilização da SS”
~ António Costa
Das declarações do PM Costa, causou grande furor a ideia do "chapa ganha, chapa distribuída", apesar de ele ter dito "chapa ganha, chapa distribuída e chapa poupa". Normalmente, quando se fala em poupança, presume-se que se corta despesa em algum lado, mas tal não é a visão do governo. O que pretende fazer é alocar parte dos impostos de IRC à Segurança Social. Será que esses impostos não tinham destino? E como irão ser financiados esses destinos?
Por outro lado, se ele diz que é necessário desviar recursos do IRC para financiar as responsabilidades futuras da Segurança Social, que são despesas correntes, então isso não é poupança pois já sabemos que o dinheiro está gasto. Poupança seria ter o dinheiro de lado para uma eventualidade; mas não estamos perante eventualidades, estamos perante certezas e a certeza que temos é que o nível de impostos de Segurança Social é insuficiente para os benefícios prometidos.
O sistema de impostos da economia já contem uma componente de estabilização, pois em alturas de forte crescimento, os impostos de Segurança Social aumentam em valor absoluto o que deveria acumular excedentes para períodos de fraco crescimento, só que, em Portugal, o nível de impostos da Segurança Social é insuficiente para criar estes excedentes durante os períodos de expansão.
A estabilidade do país e do fundo de Segurança Social a longo prazo dependem do seguinte: crescimento do país. É isto que permite aumentar o bolo e aumentando o bolo também se aumenta o tamanho de cada fatia, inclusive a fatia dos impostos da Segurança Social. Alocar parte do IRC à Segurança Social não melhora o crescimento do país, logo não garante a estabilidade do sistema porque apenas se modifica o tamanho de uma fatia de um bolo que pouco ou nada cresce, i.e., outras fatias terão de encolher.
Ou seja, a mensagem do PM é que não tem nenhuma esperança de que o país cresça o suficiente para garantir o financiamento da Segurança Social, o que se traduz em "habituem-se a ser pobres".
sábado, 4 de novembro de 2017
Urban mas pouco
Assumindo o papel de boa tia e decidida a não privar a Teresa de uma adolescência normal, fui procurar uns dados que enquadrassem o episódio, para o provar excepcional. Ainda que a Margarida não se fosse render ao poder persuasor da Estatística. Não encontrei nada sistematizado (também não procurei como se quisesse escrever um paper sobre o assunto), mas fiquei surpreendida com a quantidade de notícias do mesmo estilo. Só o Urban teve, em 2017, direito a 38 queixas. E vamos nós na 44ª semana do ano. Pelo menos uma condenação por publicidade enganosa aquilo merece: devia chamar-se Jungle.
Nesta minha pesquisa, encontrei também um post a justificar o sucedido: os seguranças terão tido de recorrer à biqueirada para conter a actuação de um gangue. E, então, compreendi!: são seguranças que seguem as recomendações de Jorge Gomes, ex-Secretário de Estado da Administração Interna, enão ficam todos à espera que apareçam os polícias para lhes resolver o problema. São seguranças que se autoprotegem. E é a selva...
sexta-feira, 3 de novembro de 2017
Um apontamento
Ultimamente, tenho ido a palestras sobre arte. Depois da palestra sobre Alexander Calder, as minhas duas amigas com quem fui, uma artista, outra que trabalha em conservação de papel num museu, brincaram comigo e disseram que eu devia saber mais sobre história da arte do que elas, ambas com mestrados no assunto. Na área, apenas sou uma amadora, quase auto-didacta.
O comentário seguiu-se a eu dizer que elas teriam ficado muito orgulhosas de mim porque um amigo meu postou uma foto no Instagram de uma escultura em Nova Iorque, com LOVE, em que o O está inclinado, e eu comentei "Robert Indiana?" O meu amigo não fazia ideia de quem era o Robert Indiana, mas, por acaso, uns dias antes, eu tinha andado a pesquisar as esculturas do Robert Manzano para mostrar à amiga que trabalha no museu e nas minhas buscas tinham aparecido fotos com esculturas do LOVE de Robert Indiana e estava fresco na minha memória.
Ontem, fui à palestra sobre Helen Frankenthaler, onde se falava de Robert O'Hara e de James Schuyler, ambos poetas, mas o O'Hara também trabalhava num museu e organizava exposições de arte em galerias. Depois da palestra, disse às amigas com quem fui que conhecia o trabalho dos dois, até tenho as antologias poéticas de ambos aqui em casa, e perguntei se conheciam o poema "Having a Coke with You" de O'Hara. Nenhuma delas conhecia, mas é um poema muito giro, especialmente quando ouvido da boca de O'Hara: o vídeo está no YouTube.
Nestas palestras costumo tirar notas. Nem sempre é fácil, pois é costume a plateia ficar quase no escuro e eu já não vejo muito bem ao perto para escrever nestas condições. Notei que ontem, as minhas notas ficaram um bocado mais desarrumadas, mas paciência, foi o que se pode fazer. Para a próxima, a ver se me lembro de levar óculos. Mostrei as minhas notas às minhas amigas e disse-lhes: "I was born to take notes!" Adoro ir a aulas e tirar apontamentos...
Notas sobre Alexander Calder e Helen Frankenthaler