domingo, 13 de dezembro de 2015

É Natal, finalmente!

Já terminei de montar a árvore de Natal. Estava a ver que este ano não me iria apetecer, mas lá encontrei vontade. As minhas árvores de Natal preferidas são aquelas que contam uma história e, por isso, são muito pessoais. Os ornamentos podem ser objectos ecleticos, que se coleccionam e têm as fontes mais diversas. Alguns são feitos por nós ou por amigos; outros são encontrados durante viagens ou são ofertas de amigos que viajaram e nos trouxeram uma recordação.

É comum, nos EUA, haver festas de Natal entre amigos ou colegas de trabalho. Às vezes, em vez de ser dar uma prenda, cada um leva um ornamento de Natal para trocar e, durante a festa, faz-se um jogo para ver que ornamento calha a quem. As regras do jogo variam, mas os jogos mais engraçados são aqueles em que a pessoa a quem calha a vez seleccionar o ornamento pode também escolher um ornamento que já foi escolhido anteriormente, ou seja, "rouba" um ornamento a alguém e a pessoa que fica sem o ornamento tem de voltar ao monte para escolher um novo, mas sem o benefício de saber o que lhe vai calhar. Este jogo chama-se "Dirty Santa" -- "Pai Natal Batoteiro" e permite grandes gargalhadas e bom humor.

Na minha árvore há de tudo: alguns ornamentos que são engraçados, outros que são tristes. Vou mostrar-vos alguns que acho interessantes.

  • O farol e a cadeira Adirondack foram compradas numa viagem a Newport, Rhode Island, por ocasião de uma conferência na qual participei em Providence.
  • O Elvis e Graceland foram comprados quando fui a Memphis em 2005, muito antes de pensar que um dia lá iria morar.
  • O globo com os pandas também é de Memphis, mais propriamente do Jardim Zoológico de Memphis, e foi comprado quando já lá vivia.
  • O ornamento de Londres foi comprado no aeroporto de Heathrow, durante um layover. Ah e nesse dia vi a Donatella Versace a comprar revistas no mesmo sítio onde eu costumo comprar latas de chá Ahmad. Coitada: muito pequenina, magrinha, e super-feinha! Quem diz que o dinheiro compra tudo engana-se...
  • Tenho uma pequenina colecção de ornamentos com Pais Natal. Estes dois Pais Natal são de Nova Orleães. O que está bêbado é da minha viagem de lua de mel em 2001; o que está no jacaré é da viagem de mini-férias de Outono (Fall Break) de 2002, durante a qual visitámos a Francisca, que tinha sido minha colega de gabinete na faculdade.

    O marido da Francisca trabalhava no Stenis Space Center, no Mississippi, onde a NASA testava a propulsão dos foguetes que iam para o espaço, e deu-nos uma visita guiada do centro. Uma curiosidade: depois dos testes, o vapor de água condensava-se sobre o centro e criava nuvens. Era como se eles tivessem uma máquina de fabricar chuva. Nova Orleães é a minha cidade americana preferida.

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  • A meia liga é uma lembrança de Fort Smith, Arkansas: é o Miss Laura's Social Club, que era uma casa de prostituição; agora serve de loja de turismo da cidade e também é um museu.
  • A boneca em madeira foi-me dada por um amigo do meu grupo de conversação em francês, que eu tinha quando vivia em Fayetteville, no Arkansas. Ele era um professor reformado de Sociologia Rural, que trabalhou muito no Vietnam e que ainda lá ia frequentemente; após uma dessas viagens, os membros do nosso grupo de francês receberam uma bonequinha cada um. Achei que era ideal para a árvore de Natal. Uma curiosidade adicional: o meu amigo é americano e fala vietnamita e francês.
  • A pinha também veio do grupo de francês. Uma das senhoras do grupo encontrou umas pinhas giras perto de casa e decidiu fazer ornamentos para nos oferecer durante o Natal.
  • O prato de cerâmica foi comprado em Stillwater, Oklahoma, na loja Elizabeth's, em 2002, durante um evento anual em que a cidade inteira faz saldos ao mesmo tempo: chama-se Krazy Days e acontece em Setembro. É muito giro porque muitas lojas colocam mesas no passeio cheias de inventário para vender a preços muito baratos.

    Mas não foi por isso que eu meti o pratinho na foto. Quando eu vi o pratinho, pensei que seria giro que em Portugal se fizessem pratinhos pintados à mão para a árvore de Natal. Podia ser em barro tradicional, em faiança de Coimbra ou das Caldas da Rainha, etc. Quando eu estive na Praia da Tocha este ano, comprei umas mini-cântaras em barro tradicional que são o tamanho ideal para se meter na árvore de Natal.

  • Finalmente, a tira de filme foi-me dada numa das minhas visitas ao meu cinema preferido em Memphis. É o Ridgeway Cinema Grill, que é um cinema que ficava mesmo ao pé da minha casa. Tem apenas quatro salas, as cadeiras são topo de gama, feitas num cabedal rico e muito acolchoadas; no bar pode-se comprar comida italiana, vinho, e bebidas gourmet de café. Os filmes que lá passam não são muito comerciais e há muitos documentários. A audiência é menos jovem, mas mais afluente, do que nos cinemas normais.

Já sei o que estão a pensar: como é que esta Rita guarda esta informação toda? Eu costumo escrever num autocolantezinho, que meto em cada peça, quando e de onde veio a coisa e também coloco uma pequena referência se houve uma ocasião especial--por exemplo, a visita a um amigo, as férias, etc. Basta um pequeno lembrete para me recordar da história de cada ornamento. Não é de admirar que eu goste de estatística, ando sempre a guardar dados...

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