segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Um candidato a mártir

Sócrates reafirmou hoje na TVI a sua tese de que é um preso político. Para meu espanto, desta vez não se comparou a Nélson Mandela. Mostrou-se muito indignado com a brutalidade e a selvajaria da justiça portuguesa. Uma justiça indigna de um Estado democrático de direito, declarou enfaticamente este candidato a mártir. É uma pena que só tenha descoberto as injustiças da justiça portuguesa nos últimos 13 meses. Foi primeiro-ministro de Portugal seis anos e teve uma excelente oportunidade para corrigir algumas das aberrações de que agora se queixa – aliás, ele é vítima de algumas aberrações criadas na sua passagem por S. Bento, como naquela história do cachecol e das botas que não lhe queriam deixar usar na prisão de Évora. 
Há uma triste conclusão a tirar desta "narrativa". A justiça portuguesa só fará progressos se forem presos mais “mártires” como Sócrates, gente famosa e poderosa que chame a atenção dos media. É a única maneira de termos conhecimento de algumas aberrações que por ali se passam e forçar a mudança. Caso contrário, ninguém quer saber, a começar pelos políticos que até há bem pouco tempo se achavam intocáveis.

4 comentários:

  1. Ninguém sabia que a justiça estava assim. Só os que ĺá trabalham e as vítimas. Agora sabemos. E também ficamos a conhecer os que estão felizes com o que vêem.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. O argumento é fracote afinal muitos políticos além de Sócrates passaram pelo poder e, pelos vistos, não têm razão de queixa. Este argumento faz lembrar um outro que dizia mais ou menos, como Sócrates é acusado de tantos crimes deixa de merecer a presunção de inocência. É muito triste que a paixão tire a lucidez.

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    1. Lamento, mas Sócrates ainda não foi acusado de nada. PArte do absurdo detoda esta situação é isso mesmo.

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