quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

A NUMMI

No meu post anterior mencionei a NUMMI. Era uma fábrica que pertencia à General Motors. Em tempos foi considerada uma das piores fábricas dos EUA. Os trabalhadores tinham sexo, bebiam álcool, e compravam e tomavam drogas durante as horas de expediente, dentro das instalações e tudo com a bênção do sindicato. O absentismo rondava os 20% diariamente. Os trabalhadores chegavam a danificar os veículos de propósito: riscavam os carros novos, metiam latas de Coca-Cola nos tubos de escape, desaparafusavam peças, etc.
Em 1982, a fábrica foi fechada. No ano seguinte recebeu um investimento da Toyota que entrou numa joint-venture com a General Motors. A oportunidade não foi bem gerida pela GM: a NUMMI tinha mudado, adoptando o sistema de trabalho da Toyota, e servia agora de modelo para outras operações, mas a GM em Detroit foi demasiado lenta a introduzir as lições da NUMMI. Os sindicatos e a gerência continuaram a dar-se mal ao nível da GM. Podem ler mais na transcrição desta história do This American Life.
Em 2009, quando a Administração Obama interveio na General Motors durante o processo de falência, um dos pontos mais contenciosos foi obrigar os sindicatos a tomar parte das perdas caso a coisa corresse mal. A United Auto Workers, o sindicato dos trabalhadores, através do seu fundo de saúde, tem 17,5% da nova companhia. Só assim é que o governo americano se comprometeu a arriscar o dinheiro dos contribuintes.

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