terça-feira, 2 de março de 2021

Version 2.301

Saiu um artigo no NYT acerca do impacto da pandemia na receita fiscal dos estados americanos. O efeito não é uniforme, mas há bastantes estados que estão ou tão bem ou melhor do que antes da pandemia. Há alguns que estão pior, como o Texas, cuja receita fiscal desceu 10,4%, mas o estado de Washington e a Califórnia subiram ambos. Idaho teve o record de subida talvez porque os residentes da Califórnia se tenham mudado para lá à procura de sítios mais em conta para viver.

O que é de salientar é que o país aprendeu imenso com a crise subprime e desta vez não foram forretas no apoio via política fiscal. No entanto, também temos de admitir que, se o Presidente tivesse sido democrata e o Congresso republicano, as coisas não teriam sido tão céleres. Só que, se o Presidente tivesse sido democrata, talvez nem tivessemos pandemia.

Nunca percebi muito bem como é que as pessoas acham que os americanos não valorizam as pessoas porque se valorizassem, teriam uma política social mais forte. As pessoas são muito mais valorizadas nos EUA do que na Europa, basta ver o valor das indemnizações por negligência. Muitos americanos são contra um estado social mais forte exactamente porque não querem ser complacentes como acham que os europeus são.

Diz o NYT, que, até agora, os EUA já gastaram mais de 15% do seu PIB em apoios durante a pandemia, o que só é ultrapassado pelo Japão, mas assim que o plano do Biden for implementado, o valor do apoio dos EUA irá aumentar para mais de 24% do PIB, um máximo mundial. Convenhamos que os americanos tinham uma dívida pública bastante baixa, o que lhes deu alguma folga fiscal. As coisas correm mais ou menos à maneira de Keynes, o que, para nós economistas, é sempre interessante. 


   

1 comentário:

  1. “Só que, se o Presidente tivesse sido democrata, talvez nem tivessemos pandemia.”

    Qualquer presidente democrata?? E qualquer presidente republicano teria sempre resultados iguais?? Isso é que é fé...

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