sábado, 13 de março de 2021

Version 3.312

A AstraZeneca pediu ao Biden se não se importava de dispensar umas vacinas para a União Europeia, dado que ainda não estão aprovadas nos EUA, logo não são precisas imediatamente. Não me parece que o Biden queira arriscar não ter vacinas suficientes para até ao final de Maio haver doses suficientes para completar a vacinação dos adultos americanos. E depois também penso que, se era para dispensar a alguém, eu preferia que dispensassem aos países mais pobres e sem recursos, em vez de a um bloco de países ricos.

Era mais do que evidente que isto iria acontecer, de os EUA acumularem recursos para si próprios. Bastava ver as conferências de imprensa do Cuomo em que ele dizia que pagava o que fosse preciso para assegurar recursos. É assim que os americanos trabalham: são muito forretas quando as coisas estão normais, mas quando há alguma coisa grave, gastam o que for preciso. É mesmo a visão Keynesiana -- o estado intervém quando o resto falha e nessa altura vale tudo. 

Falando no Cuomo, parece-me que vai mesmo às urtigas por causa de dizerem que ele assediou sexualmente as mulheres. Ainda não ouvi nada que me convencesse de que é culpado, mas isso não é exculpatório por si só. Tenho algum receio que o pêndulo tenha corrigido em excesso, pois agora parece que qualquer pequena coisa, como perguntar a alguém se a pode beijar num casamento, dá direito a acusação de assédio. Recordo-me da história do Garrison Keillor, que achei um completo exagero. Para além disso, quanto querem apostar que quando a pandemia terminar, este pessoal vai começar aos beijos e abraços, tipo a foto da revista Life a celebrar o fim da guerra, e vai ser só acusações de assédio. 

Há situações que são mesmo más, há outras que são más se nós quisermos.  Não sei até que ponto hoje em dia se sabe fazer a distinção. No caso do Cuomo, penso que a principal motivação é política. Ele facilmente seria candidato a Presidente e teria boas hipóteses de ganhar, mas é homem e branco, logo tem de ser afastando antes que progrida demasiado. 

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