quinta-feira, 4 de junho de 2015

Novo Banco, problemas velhos...

Eu era cliente do BES, agora sou cliente do Novo Banco. Eu gosto deste banco e adoro o meu gestor de conta. Sempre foi muito atencioso a resolver os meus problemas e a responder às minhas questões, no entanto, nem sempre os problemas são resolvidos celeremente, mas isso não é por causa dele, é por causa de outras pessoas. Ainda por cima, andou na FEUC como eu, logo temos a mesma alma mater. Até vos digo que, quando o BES estourou, fiquei mais preocupada com o emprego do meu gestor de conta do que com o meu dinheiro. Também não costumo ter muito dinheiro nessa conta porque eu não confio muito na governação de Portugal. Grande surpresa...

Em Setembro do ano passado, depois de muitos e-mails e alguns telefonemas, porque o meu gestor já trata de mim há muitos anos, visitei-o pessoalmente para obter um cartão multibanco novo e para mudar a minha morada na conta. E ele é tão simpático e tratou-me tão bem! Eu tentei fazer a mudança de morada pela Internet (email e página do BES), mas não deu. Parece que o Banco de Portugal ou a UE ou alguém exige um montão de documentos para eu mudar a morada da minha conta, então eu decidi levar os documentos pessoalmente ao meu gestor de conta para assegurar que tudo estava em ordem. Já sei, é, a modos que, muito "século XIX" ter de ir pessoalmente ao banco, quando há telefones, Internet, etc. Mas se Portugal fosse um país onde tarefas simples fossem executadas de maneira simples, não seria Portugal, ou seria? Antigamente, quando o BES tinha escritórios em East Providence, Rhode Island, era tudo muito mais fácil. Depois os EUA convidaram o BES a legalizar-se ou a sair dos EUA, o BES decidiu sair, e a minha vida foi dificultada.

Entreguei os papeis pessoalmente, vi o gestor de conta processá-los, mas reparei esta semana que nas PDFs do meu extracto bancário ainda tenho a morada de duas casas atrás. (Tentei mudar a casa de Memphis, não deu, e entretanto mudei de casa outra vez.) Eu não percebo muito bem o conceito de gestão de risco das autoridades europeias. Eu entendo que alguém tentar mudar a morada da minha conta bancária é um perigo, mas eu tentar mudar e dificultarem-me o processo de forma a que eu não possa implementar a mudança também dá aso a perigos. Ter um desconhecido a receber a minha informação bancária não é propriamente a coisa mais segura ou recomendável.

Sabem como é que eu mudo a morada no meu banco nos EUA? Envio um email ao banco a pedir para me mudarem a morada para a minha nova residência, eles telefonam para o meu telemóvel a confirmar e pedem uma senha que eu lhes dei para me identificar quando abri a conta e lhes dei autorização para tratar de coisas pelo telefone, mudam a morada, e depois enviam duas cartas: uma para a morada velha e outra para a nova a dizer que a morada foi mudada. Como os correios têm instruções para re-enviar todo o meu correio da morada antiga para a morada nova, ambas as cartas são entregues na morada nova. Se alguém tivesse tentado mudar a minha morada por malícia, teriam várias dificuldades: não saberiam a senha de confirmação pelo telefone; mas, mesmo que soubessem, a carta não seria re-enviada da residência antiga para a nova e eu seria avisada do problema.

P.S. Ninguém me está a pagar para eu dizer isto acerca de eu gostar do Novo Banco, mas quando eu era cliente da Caixa Geral de Depósitos, não conseguia arranjar ninguém para resolver os problemas e faziam-me enviar faxes. Eu telefonava dos EUA, diziam-me para enviar um fax, e depois ninguém respondia ao fax. E já vos disse que a CGD também não fazia o que eu lhes mandava? Quando eu ia a Portugal para corrigir as porcarias que eles faziam, só podia tratar dos meus assuntos na CGD onde eu abri a conta. Então fechei a minha conta e mandei os senhores da CGD pastar num prado verdejante. Não gosto de dar o meu negócio a quem me trata mal.

3 comentários:

  1. A Rita já leu "O Princípio de Peter"? Digo isto por que o autor conta, de uma forma divertida, os contratempos que sofreu em resultado das suas mudanças de residência. Se a Rita não leu o livro, leia que vai gostar.
    Também eu tenho a CGD como uma instituição que atende mal os seus clientes e que, ao longo das últimas décadas, cometeu muitos e muitos erros de gestão, sempre com o “intuito” de agradar ao poder do momento, ou então para deleite dos seus. E, por isso que, desde há muito, venho defendendo a sua privatização. Sem qualquer êxito, diga-se em abono da verdade.

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    1. Por acaso, o Princípio de Peter é uma das minhas referências mais queridas. Obrigada... :-)

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  2. "para deleite dos seus administradores. É por isso que..." era o que queria escrever. As minhas desculpas.

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