quinta-feira, 10 de março de 2016

Recessões nos EUA

O blog da Reserva Federal publicou há três dias uma comparação da recuperação da economia americana depois das recessões de 1933, 1982, e 2009. Podem ver o post aqui.

18 comentários:

  1. Viva Keynes! Viva Keynes! Viva Keynes! :)

    (desculpa, não resisti)

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    1. No tempo de Keynes não havia tantas bolhas a desperdiçar recursos.

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    2. Keynes não é tido nem achado (ou pouco) nas recuperações das recessões de 1982 e 2009. É mais Milton Friedman ("Quantitative Easing" anyone?).

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    3. A recessão de 82 não tem nada a ver com quantitative easing. A Reserva Federal aumentou as taxas de juro quase até 20% em 1981 para controlar as expectativas de inflação e, depois, à medida que a inflação baixou por causa do desemprego, as taxas de juro foram baixando -- isso é quantitative easing?

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    4. Não, mas também não é keynesianismo do género "abrir um buraco e voltar a tapá-lo" (expressão do próprio Keynes) para dar emprego ao pessoal.

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    5. Seja como for, o preço do dinheiro deveria ser determinado pelo mercado e não por manipulações estatistas. Depois há as "misallocations of resources" e as bolhas - e a culpa, claro, é do "neoliberalismo", quando, na realidade, é do "paleoestatismo".

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  2. Pera aí, mas o "New Deal" não tinha sido responsável por prolongar a grande recessão e prejudicado a recuperação? Estou confuso...

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    1. Há quem defenda isso, mas é uma corrente ultra-minoritária.

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    2. Olha que por cá então o que não faltam são blogues ultra-minoritários - os österblogues. ;)

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    3. A Grande Depressão só terminou cerca de 1940/41, oito anos depois de postas em prática as medidas keynesianas. Quanto ao New Deal, embora também direccionado à recuperação económica, estava essencialmente focado no alívio da carência e da pobreza, bem como no da reforma financeira - e sei que não estou adar novidade nenhuma. Também há quem diga que a recuperação se deu, não por causa do New Deal, mas apesar dele..

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    4. É um bocado difícil de comparar recessões mais recentes com a Depressão porque a política monetária durante a Grande Depressão foi contraccionista, não havia estabilizadores automáticos, e havia grande atraso em termos de regulação, por exemplo, a regulação da banca era fraca. Muitos bancos exigiram o pagamento imediato de empréstimos antes do final do prazo destes -- hoje isso é ilegal. É lógico que muitas pessoas não tinham dinheiro para saldar a totalidade do empréstimo, o que levou a que a banca acabasse com muitas propriedades num mercado em que não havia compradores. Ou seja, houve muitas coisas que exacerbaram a recessão e como o PIB desceu bastante, é natural que as taxas de crescimento tenham sido muito mais altas na recuperação, do que em recessões onde já havia estabilizadores automáticos a funcionar.

      Note-se que a recessão de 82 foi causada pela Reserva Federal para controlar inflação, logo foi mais ou menos controlada.

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    5. Ora aí está, Rita: já o Milton Friedman fez esse diagnóstico da Grande Depressão: ela terá sido causada mais pelo Fed que por outra coisa qualquer. Mas que "estabilizadores automáticos" não havia?

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    6. O seguro de desemprego só começou a ser instaurado em 1932 no Wisconsin, seis mais estados passaram-no em 1935, e é um estabilizador automático: é mais activado durante recessões e durante tempos de expansão acumula fundos. A Segurança Social também é um estabilizador automático, pois garante que os reformados tenham sempre um rendimento mínimo e força-os a poupar quando estão empregados. Tudo isso foi feito como consequência da Grande Recessão. É lógico que a primeira geração que beneficiou desses fundos não tinha poupado para os receber. No entanto, pensa na recessão de 2008: os baby-boomers acabaram por absorver parte do risco da recessão, pois tinham casas pagas, pagamentos da Segurança Social, e poupanças acumuladas, logo não precisaram de reduzir o seu consumo muito. Se essa geração não fosse tão rica, os EUA teriam tido uma recessão muito pior.

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Não sei se acrescentará algo de útil mas o início da 2ª guerra mundial corresponde ao ponto 6 da linha azul e o início da guerra do golfo corresponde ao ponto 8 da linha vermelha. Mas como diria o grande JJ, as guerras do golfo são "peaners".

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    1. As guerras são a continuação do Keynesianismo por outros meios... ;)

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    2. Pois as gerras do golfo acabaram por não produzir nenhum crescimento; mas foram óptimas para produzir montes de dívida... Na Segunda Grande Guerra Mundial, as mulheres entraram na força de trabalho e depois, quando os homens voltaram, muitas continuaram a trabalhar, o que beneficiou a economia bastante. Para além disso, os sobreviventes da SGGM não custaram tanto à economia como os das guerras do Golfo e os sobreviventes das guerras do Golfo são muito caros de manter porque têm muitos problemas físicos e mentais. E muitos não têm os cuidados que precisam. Estas guerras do Golfo foram uma grande imoralidade...

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    3. A Primeira Guerra do Golfo não aho que tenha sido imoralidade alguma. Foi uma coligação internacional - que até árabes incluíu - com mandato das Naçoes Unidas, e teve o objectivo de desalojar do Kuwait o invasor iraquiano. Acho mesmo que só o Saddam Hussein (além do Arafat e do Rei Hussein) a criticaram. E nem qualquer polémica político-partidária gerou nos EUA.

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