sábado, 12 de março de 2016

Sacrifiquem-se -- voluntariamente, claro!

O Ministro da Economia, Manuel Cabral, pede aos portugueses para não se abastecerem em Espanha, que é para não pagarem impostos de combustíveis lá. Quem vive até 100 km da fronteira pode poupar em impostos comprando combustível em Espanha, em vez de Portugal. Gastam tempo, mas o tempo em Portugal não tem valor nenhum, basta pensar nos atrasos da Justiça.

O governo distorce os incentivos ao consumo de combustíveis e depois pede aos portugueses que se sacrifiquem voluntariamente?!? Será que acham que as pessoas nadam em dinheiro e podem financiar o despesismo da República indefinidamente? Já agora, peçam também que os portugueses não vão ao estrangeiro passar férias -- isto de um Ministro que já visitou 50 países seria épico. "Façam o que eu digo, não façam o que eu faço."

Não entendo como é que este resultado no mercado de combustíveis não era previsível -- nós até falámos nisso aqui. Qualquer pessoa que tenha estudado Introdução à Economia podia prever o resultado das políticas de impostos que foram passadas. As pessoas respondem a incentivos -- não culpem os mercados; culpem as políticas miópicas que os governos passam numa economia aberta.

2 comentários:

  1. O pedido do Ministro foi um pouco infeliz, não há dúvida.
    Mas seria interessante listar os preços da gasolina nos últimos anos,3 ou 4.
    Há cerca de um ano, na zona onde moro, andava por volta do 1,5€.
    Agora, apesar dos 6 cêntimos do aumento recente do governo, está a 1,314€.
    Não me lembro de tanto barulho quando rondava o euro e meio.
    Estes protestos serão um acaso?
    Talvez.
    E o António José Seguro está a ser alvo de uma operação de promoção enquanto «grande líder», putativo «grande estadista», a propósito do lançamento de um livro a partir da sua tese de mestrado.
    É curioso ver a composição da assistência ao acto.
    Outra coincidência.
    Mas há mais coincidências.
    Somos o país das coincidências.

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  2. As centrais de propaganda sabem fazer coisas dessas. Todavia, convém não exagerar as suas habilidades, porque não são assim tão competentes. E não são mesmo! É mais como num cardume - cada peixe desloca-se como o que está ao seu lado.

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