segunda-feira, 9 de março de 2015

A felicidade dos economistas

Hoje, o BCE começou a comprar dívida alemã para o seu programa de Quantitative Easing. Ora vejamos, a "melhor" economia da UE com uma dose brutal de política monetária expansionista--isto é uma óptima experiência macroeconómica. Numa economia saudável próxima do pleno emprego, uma política destas gera crescimento, emprego, e a certa altura inflação. Eu acho que a economia alemã não é saudável, logo isto é um bom teste da minha hipótese, o que me faz feliz.

Para um economista isto é super-giro porque estas experiências são impossíveis de se fazer num laboratório. Assim como foi super-giro quando a economia mundial entrou em espiral recessiva--eu acho que ainda não saiu de lá. São coisas sobre as quais se vai falar durante séculos. Claro que o que não é nada giro é todo o sofrimento humano que tudo isto causa. Mas se vos faz feliz, eu também sofri com a recessão e sei bem o custo disto na pele, pois tive dois episódios de desemprego desde 2008. Não fora eu ser extremamente cuidadosa e ter acumulado poupanças suficientes durante o meu primeiro emprego e eu teria ficado em grandes sarilhos. Ainda por cima o meu marido não apreciava que eu poupasse tanto, logo o meu casamento também foi ao ar. (Vá lá, têm a minha permissão para gozarem de um bocadinho de Schadenfreude.) OS EUA são um país péssimo quando as coisas correm mal.

Mas voltando ao que nos interessa, reparem que as yields da dívida alemã são negativas, logo os alemães ainda têm o benefício dos investidores lhes pagarem para se endividar. Porque é que não me batem à porta investidores assim?..

2 comentários:

  1. Rita, e o que acha que vai acontecer? Eu, mero engenheiro químico, solicito o privilégio do seu momento econo-Zandinda ;)

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    1. Eu acho que a Alemanha é o Japão: está estagnada. E se lhe tiram os juros baratos, a mão de obra barata, e o euro, aquilo não é sustentável a longo prazo...

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