quarta-feira, 11 de março de 2015

Confissões...

Eu tenho uma "ligeira" obsessão pela cadeira Barcelona, desenhada por Ludwig Mies van der Rohe, para o Pavilhão da Alemanha, na Exposição Internacional de 1929, em Barcelona. Eu digo ligeira, mas não é nada ligeira: quando eu vejo esta cadeira, o meu coração salta, sorrio imediatamente, e há qualquer coisa que se passa nas minhas entranhas. Mesmo agora, a pensar nela, sinto um aperto no coração. É paixão, daquela dolorosa...

Quando a vi no El Corte Inglés, em Lisboa, fui namorá-la. Isto apesar de eu a ver muitas vezes aqui em Houston porque o Mies desenhou um dos edifícios do Museu de Belas Artes e eu ando lá sempre enfiada e, nesse edifício, na entrada, está um conjunto de cadeiras Barcelona. São fabricadas pela Knoll e cada uma delas custa $5.429, mais imposto, claro.

No outro dia, um dos gabinetes ao pé dos elevadores, no prédio onde eu trabalho, colocou no lobby um conjunto de cadeiras Barcelona. Quando eu as vi, o meu coração saltou e os meus olhos humedeceram de excitação. Ultimamente, o gabinete tem estado em obras, com as portas de vidro cobertas e o objecto do meu afecto está escondido por um plástico preto. No entanto, eu sinto a sua presença cada vez que lá passo. Se calhar, nem são as originais da Knoll; são uma réplica, como as da IFN Modern que só custam $899, mais imposto, claro. Mas o espírito do Mies está lá, porque até foi ele que disse que "Deus está nos detalhes".

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