Na página do Der Spiegel em inglês, está lá uma notícia de como a Espanha recuperou e está a emergir como um modelo para a Europa. O artigo é comprido, diz que a Irlanda e Portugal também são exemplos a seguir:
Along with Portugal and Ireland, Spain represents an example of how an economic crisis can be turned into an opportunity. These countries' experiences show that a nation can recover its economic competitiveness through painful reform, even in a monetary union.A Grécia é um exemplo a não seguir:
[...] Spain -- especially in the eyes of liberal economists -- represents the counterpoint to Greece, which has gotten entangled in its national battle against economic relegation and is losing ever more time with its recriminations against the rest of the euro group. That's one view.
E o que é que faz a Espanha tão magnífica aos olhos dos alemães? É que se tornou numa mini-Alemanha:
The model being emulated by the country during its upturn is unmistakable. During the crisis, Spain copied the German economic model, successfully putting its emphasis on exports. In 2014, almost one third of Spanish goods and services were shipped outside of the country. 25,000 new jobs were created in the Spanish car factories of Opel, Seat, Renault, Ford and Nissan alone. Once the unions consented to making production more flexible, Mercedes invested €190 million ($208 million) in the factories. "We've been on the move," says López, who also once worked in Stuttgart.E depois há cerejas no cimo deste bolo, porque para ajudar isto tudo, o euro está barato--obrigada, ó Grécia. Syriza, seus malucos, vocês dão um jeitaço...
The European Central Bank is predicting that Spain will be one of the economic drivers of Europe in 2015. Powered by a cheap euro and low interest, economic growth is predicted to rise by 2.3 percent this year. The Spanish government is expecting one million additional jobs for 2014 and 2015.
Mas note-se, todo este sucesso depende muito da indústria automobilística: o que está a crescer são as exportações de automóveis. Isto faz muito sentido, porque em Portugal o que está a crescer são as vendas de automóveis. Está a dar-me vontade de ouvir o GRAVITY do James Brown porque o modelo de gravidade de comércio internacional prevê que a maior parte do comércio internacional de um país é com os países vizinhos. Há uma atracção entre países vizinhos para comercializar uns com os outros, uma coisa parecida com a lei da gravidade.
Há umas nuvenzinhas, porque isto é tudo surreal como os quadros do René Magritte--já viram aquela garrafa de vidro que ele pintou com nuvens? As garrafas estão em saldo, tomem lá três pelo preço de uma:
A questão do desemprego espanhol é uma grande porcaria: acima de 23%. Fuck me running backwards on a rainy day!!! Como é que um país em que uma em quatro pessoas está desempregada é um modelo para o que quer que seja, especialmente quando os países têm dívidas públicas anormais? Só na União Europeia... Se se dissesse uma coisa dessas nos EUA, ser-se-ia tão ridicularizado que, por isso, ninguém se atreve a fazê-lo, nem sequer pensá-lo.
Reparem, não há nada diferente na UE. Ter desemprego anormal é normal. E dar subsídios independentemente do valor dos projectos para a economia continua a ser o modus operandi, apesar de o Der Spiegel dizer que há mais cuidado. Não há mais cuidado nada, a própria revista afirma que os subsídios foram cancelados por causa de uma reportagem deles. Diz o Der Spiegel:
Even the European Union, for whom Spain was one of its biggest subsidy recipients, has become more careful. It had plans to co-finance the unnecessary expansion of a container terminal in Cádiz, Andalusia, which has been little used for years. In the wake of a SPIEGEL report about the plans in October, the EU cancelled its co-financing in early March. Now Spain needs to submit a new project proposal for the project, which the public port company had already almost finished building using loans.Mas note-se que quem barafustou pelos subsídios à Espanha foram os media alemães; os espanhóis ficaram caladinhos...
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