terça-feira, 10 de novembro de 2015

Não há pequenos-almoços grátis...

Não compreendo os medos que vou lendo sobre o Governo à esquerda que se prepara. 
É tempo de deixarmos de pensar que os comunistas comem criancinhas ao pequeno-almoço ou que um partido trotskysta pode fazer parte de uma solução de Governo num Estado-Membro da UE do séc. XXI.
A questão é antes: onde vão buscar eles o dinheiro para pagar o pequeno-almoço?
Não tenho dúvidas que o PR deve indigitar António Costa PM. Mas já tenho muitas dúvidas quanto à consistência dos acordos e, sobretudo, de como se consegue a multiplicação dos pães (sim, já li as três declarações políticas que estão no sítio do PS).
Como democrata, resta-me aguardar. Não há partidos que por natureza estejam arredados da governação. Há sim políticas mais ou menos acertadas e realistas.
Merecem o benefício da dúvida (que não foi dado agora, diga-se), mesmo sabendo que grande parte das decisões políticas não residem em Lisboa. E não consta que Costa consiga mudar, de uma assentada, o funcionamento da UE.
Para já, uniu as esquerdas em Portugal. "Chapeau". Falta saber até quando e a que custo.
Outra coisa é certa: a política nacional está muito mais interessante!
A música que deixo é uma saudável arrelia a algumas amigas e amigos 
wink emoticon E diga-se que adoro este hino, enquanto música. Já quanto ao que ele representa, nada, de facto.

5 comentários:

  1. Discordo quanto à inevitabilidade de o PR nomear o salta-pocinhas. Regime semi-presidencial, creio (como bem o demonstraram anteriores PR, um dos quais chegou a dissolver uma AR onde existia uma maioria).
    Não aprecio Cavaco por aí além, mas as constantes tentativas de condicionar a sua acção antes e após as eleições metem asco.

    Quanto aos acordos, podem chamar-lhes tudo menos isso. O único ponto em comum é o desejo de afastar "os outros" da cadeira. Curioso que a primeira coisa que me veio aos ouvidos após ler os textozecos foi o The Disintegration Loops, do William Basinski ("All tracks have the same form of ambient music fragments played in a tape loop that slowly deteriorates as it passes by the tape head, creating all the more noises and cracks in the music as the theme progresses")


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  2. Não vejo que à luz do interesse nacional, com as graves consequências de um governo de gestão, por muito que lhe custe, reste outra solução.
    E a questão aqui não é jusconstitucional, mas de leitura política.

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  3. O presidente é livre de nomear quem quiser, até o cabeleireiro da filha; agora, simplesmente não nomear ninguém (como algumas pessoas sugeriram) já me parece mais discutível - é verdade que a constituição não fixa nenhum prazo para nomear um novo primeiro-ministro, mas parece-me implícito que é suposto fazer-se alguma coisa quando o governo é demitido (ou nomear outro, ou marcar eleições).

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