sábado, 14 de março de 2015

Sou um reacça

Acabei de ler um artigo que tinha várias citações de textos de há 150 anos. Essas citações estavam escritas com a ortografia e a gramática desse tempo. Descobri que sou um reaccionário. Aquela forma de escrever é muito mais interessante do que a actual, independentemente de ser a actual pré- ou pós-acordo.

4 comentários:

  1. Experimenta ler uns com 600 anos e ainda vais gostar mais da ortografia, como eu!

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  2. Recomendo o Montaigne, para o cultuar da forma!!

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    1. Os ensaios de Montaigne - publicados hoje em dia na ortografia em que foram escritos - ilustram as poucas mudanças que houve no francês (a última foi em 1750): escreviam "j'étays" começaram a escrever "J'étais". E pouco mais.

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  3. A ortografia em que escreveram Jane Austen, Dickens ou, em francês, Hugo, Stendhal ou Balzac são as mesmísssimas de hoje.
    Os alunos de inglês, do Canadá ao Zimbabwe (onde há um festival Shakespeare que move milhares de adolescentes) lêem Shakespeare com a ortografia que data de finais do séc. XVII, meados do séc. XVIII.
    A evolução, em matéria de ortografia consiste na sua estabilização - a qual é tanto maior quanto melhor for o sistema de ensino, nível de literacia, etc.
    Reaccionários, por insistirem numa ideia com 200 anos, nascida de uma boutade de Voltaire são os que querem "simplificar" a ortografia com o intuito de aproximar a escrita da oralidade. Leia-se a este respeito o que escreveu Victor Guerreiro: "Exactamente em que sentido é que "filosofia" e "philosophia" são foneticamente divergentes? Parece que o próprio objectivo de aproximar a ortografia da fonética é uma ideia com credenciais lógicas duvidosas. A simplificação da escrita é tanto uma aproximação à fonética como a simplificação da notação musical é uma "aproximação" aos fenómenos acústicos — duas notações diferentes exprimem os mesmos fenómenos acústicos, a simplicidade da notação nada tem a ver com a relação entre notas e sons."

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