terça-feira, 31 de março de 2015

Uma ideia tosca...

Vou plantar uma ideia tosca na vossa cabeça, não vos vou dar toda a teoria, mas apenas uma curiosidade. Talvez algum de vós se interesse por aprofundar o tema.

Pensar em risco é pensar em incerteza e, muitas vezes, pensa-se nas probabilidades associadas com diferentes resultados. Risco é uma coisa complicada e nós, frequentemente, arranjamos simplificações para tomar decisões. Uma dessas simplificações é o valor esperado que é uma média ponderada dos diferentes resultados, em que a probabilidade de cada resultado serve como peso no cálculo da média. Note-se que, se não há risco, então todos os resultados possíveis têm o mesmo peso no cálculo da média, logo é uma média simples.

Mas usar o valor esperado é muito problemático porque tem uma grande limitação. Um resultado com grande impacto e pouca probabilidade pode ter o mesmo valor esperado do que um resultado com menor impacto e maior probabilidade. Por exemplo, um evento que cause danos de €1.000.000 e que aconteça com uma probabilidade de 0,001%, ou seja, acontece, em média, uma em 100.000 vezes tem um valor esperado de €10; um evento que cause danos de €1.000 e aconteça com uma probabilidade de 1%, ou seja, uma em 100 vezes, em média, também tem um valor esperado de €10. Note-se que têm o mesmo valor esperado, mas não são de todo comparáveis por causa do perfil de risco.

A maneira como nós processamos o risco é uma coisa muito pessoal. Há pessoas que ignoram, logo, dizemos que são risco-neutras; outras que são muito avessas a risco; e outras que gostam de arriscar (amantes de risco). Vocês já pensaram na vossa atitude relativamente ao risco?

3 comentários:

  1. Em relação ao risco, eu conservador me confesso.

    ResponderEliminar
  2. Deve ser da idade, mas, em termos políticos, estou mesmo a transformar-me num conservador - acho que o Churchill tinha mesmo razão.. Há uma frase, penso que da escritora brasileira Clarice Lipesctor, que diz que a direcção é mais importante que a velocidade. É assim que vejo a necessidade de introduzir mudanças. Devem ser feitas devagarinho, passo a passo, para controlar melhor os danos e para voltar atrás se virmos que estamos a ir na direcção errada. Mudanças bruscas, revoluções põem-me logo apreensivo. Lá está, deve ser da idade.

    ResponderEliminar
  3. Politicamente também me sinto conservador. Mas na vida não sei. Por exemplo, entreguei a minha tese de doutoramente a uma hora e quinze minutos de terminar o prazo - e não foi por atitude dandy, foi mesmo quando ficou pronta. E ultrapassar o prazo significava o despedimento da universidade. Digam-me vocês, amigos, isto é amor ao risco ou apenas estupidez? Mas agora que tudo está resolvido, não sinto estímulos nem coragem para mudar e ir fazer outra coisa. Portanto, acho que o amor ao risco se limita à procrastinação.

    ResponderEliminar

Não são permitidos comentários anónimos.