sexta-feira, 10 de julho de 2015

Caro Tsipras, a sério, pá?

Ao fim de cinco meses a espernear, tu comprometes-te com a austeridade? Afinal diziam-me que eras irresponsável e suicida, que eras o problema da UE, e vergas-te assim tão facilmente?

Ah, e para quando poderemos contar com uma campanha da Angela Merkel a comer iogurte grego com uns bigodes brancos? O quê? Não incluíste isso na proposta de submissão à Alemanha, perdão, pedido de acordo? Ó pá, estou desiludida contigo...

3 comentários:

  1. A austeridade em troca da reestuturação; sem grande alarde

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  2. Sinceramente parece-me que este tipo de acordo é o único que poderia ser feito. Se tivesse sido oferecido pelos gregos inicialmente, antes destes 5 meses, nunca seria permitido um acordo de 3 anos para esse valor, porque as instâncias europeias queriam "punir" quem votou na extrema esquerda e queimá-los em fogo lento. E seria quase impossível de aceitar pela rua grega.

    Assim, quem fica "queimado" são os credores, que não podem recusar o acordo porque foi escrito pela França e a situação na Grécia não pode ser escondida. Neste momento, não acredito que mesmo os países bálticos e da europa de leste possam negar o acordo (e se negarem serão convencidos pelos EUA de que precisam do apoio militar - não foi por acaso que o primeiro ministro Polaco apresentou palavras de conciliação ontem). E claro, vai haver haircut, mais ou menos dissimulado.

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    1. Já reparaste que isto é um jogo muito perigoso. Os credores dizem sempre que não e depois concordam sempre com um acordo. Da próxima vez, não me admiraria se as coisas não passassem de um ponto de não retorno. Se a Grécia sai, qualquer outro país pode sair e a UE deixa de ter qualquer tipo de credibilidade. Como é que se justifica então comprar dívida pública de um país da UE no mercado primário, quando se sabe de antemão que, de um momento para o outro, pode deixar de ter valor porque o país sai? Só com taxas de juro muito altas. Uma coisa destas iria fazer os juros dos países do sul disparar, anulando a política do BCE e aumentando a probabilidade de outra saída.

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