domingo, 3 de janeiro de 2016

Grande merda

Uma amiga minha americana está no Porto com mais três americanos. Quero dizer-lhe para ir a Guimarães, mas tenho medo, vergonha, etc. Como é que se vai do Porto a Guimarães com portagens e SCUTS? Eu, que sou portuguesa, não percebi nada daquilo quando conduzi. Tive de confiar nos meus amigos para me dizerem o que fazer. Vou dizer à Liz para ir aos correios no prazo de uma semana para pagar a portagem? Vou mostrar-lhe o pior de Portugal? Não, mais vale estar calada. E eu adoro Guimarães e tenho a certeza que ela também iria gostar. É uma grande merda...

21 comentários:

  1. Fomos passar o ano em São Francisco. O sistema de pagamento de portagem na Golden Gate bridge é parecido com o das Scuts portuguesas. Um pouco mais dispendioso. O aluguer do dispositivo "via verde" custa 11 dólares por dia. A grande merda não conhece fronteiras.

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    1. Não é bem assim. Tu sabias que podias alugar a via verde. Eu fui do Porto a Viana do Castelo com o carro de uma amiga, usei o GPS do telefone, entrei numa autoestrada com pórticos, ou lá o que era, e no percurso nunca me disseram o que eu havia de fazer para pagar. Tive de andar a perguntar aos amigos o que era necessário fazer para pagar aquilo. Nos EUA dão-te instruções de como pagar as coisas.

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    2. Rita, nos EUA, dão instruções quando calha. Em Orlando, por exemplo, há estradas onde se descobrem, à saída, sem alternativa, portageiros automáticos que só aceitam moedas.
      A via verde portuguesa tem um sistema de cobrança mais justo. Só paga quando utiliza. Nos EUA e no Brasil os dispositivos são alugados, mesmo para quem tem viatura própria. Há pagamento com ou sem utilização.
      A via verde é uma invenção portuguesa. Caso tivesse sido patenteada, provavelmente, todas as Scuts e PPPs de auto-estradas já estariam pagas.

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    3. Não é uma invenção portuguesa, não. Foi comprada. Mas fomos os primeiros a aplicá-la.
      De qualquer forma, as portagens electrónicas nas ex-scuts são um absurdo.

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    4. Vendo o peixe conforme o compro http://expresso.sapo.pt/sociedade/portugueses-criam-duas-invencoes-por-dia=f598575

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    5. Eu sei bem que se costuma dizer isso na imprensa portuguesa.
      Agora podes passar a citar este blogue como fonte de informação.

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    6. Aliás, se a notícia que linka for verdadeira, então Portugal ainda é menos pioneiro do que eu pensava. A notícia fala em início dos anos 90, quando já em meados dos anos 80, a Noruega tinha um autoestrada com pagamento electrónico.

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    7. NG, realmente, comparar uma autoestrada americana, em que à saída podes pagar em moedas, com uma autoestrada portuguesa em que nem sequer sabes que tens de ir aos correios pagar a coisa no espaço de uma semana, faz todo o sentido. E então receber contas em casa de centenas de euros por causa de uma portagem onde nem sequer entrámos, como aconteceu até a pessoas já falecidas, é completamente razoável. Diz-me lá quando é que foi a última vez que um americano morto recebeu uma conta de uma portagem para ir pagar aos correios? A bem dizer, se o que se faz em Portugal se fizesse nos EUA, podes crer que já tinha havido vários processos em tribunal.

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    8. Estimada Rita, casos e anomalias há em todo o lado. Acho uma saloíce querer fazer disso um exclusivo de Portugal. Bem mais interessante, por exemplo, estava agora a ler a história do milionário Sheldon Adelson, de Las Vegas, que comprou dois jornais para fazer perseguição jornalística a dois juízes que decidiram desfavoravelmente aos seus interesses. http://www.nytimes.com/2016/01/01/opinion/privilege-pathology-and-power.html

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    9. "A última vez que um americano morto recebeu uma conta de uma portagem para ir pagar aos correios" é uma pergunta muito específica, quase impossível de responder. Mas com uma pesquisa dead+gets+toll+ticket posso dizer-te que situações análogas existem nas américas :)

      Actualmente parece-me que existe informação suficiente para quem entra em Portugal com viatura própria, mas só conheço o exemplo de uma entrada. A mesma informação devia fazer parte do serviço para quem aluga viaturas.

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  2. Está com carro alugado? Eu costumo dizer aos americanos para não se preocuparem. Que depois lhes mandam as contas para Seattle.

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    1. Eu pensei nisso, mas também pensei que a conta iria para a companhia de aluguer, que depois cobraria pelo cartão de crédito. Só que sei lá que quantia absurda é que lhes irão cobrar. Se aquilo não é pago a tempo, começa a haver taxas e sobre-taxas e, daqui a nada, é uma quantia obscena. Mais vale não tentar a sorte quando não se sabe mais ou menos o que irá sair.

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    2. Se o carro é alugado, é normal a companhia depois cobrar as taxas das SCUT via cartão de crédito. A informação sobre isso deveria ter sido dada à altura do aluguer e consta da informação dos contratos (tive que ver isso para uma pessoa que alugou carro no Aeroporto do Porto). Até porque a responsabilidade por pagar as portagens é do dono do carro e não do condutor.

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  3. https://www.pagamentodeportagens.pt/PPP_Portal/PPPHome.jsf

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  4. http://gotoportugal.eu/en/how-to-pay-the-electronic-tolls-portugal/

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  5. Podem sempre ir de comboio urbano. É confortável a anda-se bem a pé em Guimarães.

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  6. A Rita tem toda a razão: o sistema de cobrança de portagens nas SCUT são uma aberração. Mais, algumas das SCUT, que antes eram IP, não merecem a classificação de auto-estradas - além do mais, são mais estreitas e com entradas e saídas que oferecem muito menos segurança. O "inventor", um tal Campos, deveria ser castigado e ainda se permite andar por aí, pelas TVs, sem mostrar qualquer arrependimento.

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    1. Houve quem tivesse sugerido - não sei se seria aplicável, mas resolvia o problema "turístico" - de ser aplicado um plafond anual por matrícula nas SCUT em número de passagens, acima das quais seriam cobradas. Também se falou da isenção das portagens para veículos de matrícula estrangeira e de aluguer com e sem condutor (o que incluiria os rent-a-car mas também os taxistas e os autocarros).

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    2. A meu ver, ou pagam todos, ou não paga ninguém. Dispensar os turistas, nunca. Se assim se fizesse, pagaria quem trabalha para quem anda a passear, o que me pareceria muito mal.
      O actual presidente das Estradas de Portugal (EP), andou a gabar-se que já tinham inventado um novo sistema de cobrança, que resolveria esse e outros problemas, sistema que estava a ser testado, não sei onde. O que sei é que ele disse isso há muito tem e, ate agora, nada.
      Defendo é que, nas auto-estradas, o preço das portagens não seja uniforme em todas elas e que o preço seja ajustado, quer ao custo da infra-estrutura, quer à utilidade/vantagem que proporciona a quem a usa.
      E também aceitaria que os preços não fossem fixos, mas que deveriam ser alterados consoante critérios a definir, como por exemplo: preços mais baixos durante a noite, descontos para utilizadores frequentes, assim como, nalguns troços, descontos (dentro de limites) aos habitantes dessa região, no caso das regiões mais desfavorecidas.
      O que me parece urgente é que sejam rentabilizadas as auto-estradas que estão às moscas (durante o dia...) e que se reduza o trânsito nas estradas nacionais, sobrecarregadas com as viaturas dos condutores que fogem das auto-estradas - repare-se que a conservação das estradas está, inteiramente, a cargo de todos os contribuintes, quer eles utilizem ou não essas estradas.
      Enfim, neste capítulo, muito se poderia fazer.

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  7. Outra alternativa:
    http://www.ctt.pt/app-ctt/index.html

    Dá, pelo menos, para consultar. Como é pagamento de serviços MB, talvez o mais fácil seja pedir a um(a) amigo(a) para pagar.

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