sábado, 16 de janeiro de 2016

O valor da reputação

Relativamente à redução do horário de trabalho da função pública, foi usado o argumento de que a oitava hora do dia não contribuía nada para o serviço. As pessoas já estavam tão cansadas que não faziam nada a não ser receber o seu salário. Os sindicatos acenaram com a cabeça que sim, realmente assim era. E muitos funcionários públicos também.

Tenho sérias reservas acerca disto, até porque, por experiência própria, muitas vezes sou mais produtiva ao fim do dia do que ao princípio. Para além disso, é frequente a hora a seguir ao almoço, especialmente nos dias de calor, ser a mais chata de todas. Mas isto não é acerca de mim porque eu até nem tenho horário de trabalho. Desde que o meu serviço apareça feito a tempo e horas -- porque eu presto contas do meu serviço -- e que esteja presente para as reuniões, a minha chefe não quer saber como é que eu trabalho, onde, e quando. Isto é acerca de vocês.

Meus caros funcionários públicos, vocês foram insultados. Foram chamados de preguiçosos e ladrões com a benção do vosso sindicato. Em troca receberam uma hora de folga por dia ou irão aumentar as vossas horas extraordinárias, o que reforça a ideia de que realmente são ladrões. A vossa reputação vale muito pouco. Quem não se respeita não é respeitado pelos outros.

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