quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

O general

Todas as sociedades precisam de referências morais. De exemplos - e só se educa pelo exemplo. Em Portugal, Ramalho Eanes pertence ao restrito grupo das figuras consensuais; é respeitado por todos, da direita à esquerda. Apoia Sampaio da Nóvoa (nem sei como classificar este senhor, tirado da cartola pelos maiorais do PS), mas isso não diminui um milímetro a minha admiração pelo general. É corajoso (inclusive fisicamente), sério, vertical, nunca se deixou deslumbrar por cargos, nem por títulos, nem por dinheiro. Ontem, ao lado de Nóvoa em Castelo Branco, os jornalistas perguntaram-lhe se estava arrependido de ter apoiado Cavaco Silva nas duas candidaturas à presidência. Era fácil esquivar-se à pergunta, como, aliás, tentou Nóvoa. Mas não o fez. Disse que Cavaco era um homem sério, competente, que fez o melhor que podia. O general é assim, não diz uma coisa à segunda-feira e o contrário à terça, conforme as plateias que tem à frente. Gosto de pessoas assim. E quem não gosta?




1 comentário:

  1. Estamos inteiramente de acordo em relação ao Eanes, alguém que também admiro muito. Teria sido bom se se tivesse mostrado disponível.

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