terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Partir os pratos...

Num universo paralelo, os governantes entretêem-se a comprar faqueiros de €75.000. Não, este não é o primeiro, nem sequer é uma coisa que acontece apenas com este governo. Afinal, quantos faqueiros, quantos serviços de jantar são realmente precisos? É que Portugal não começou a receber dignatários quando começou a crise. Já recebia antes, nós até fomos dos primeiros países a usar talheres, muito antes dos franceses, logo exactamente o que é que fizeram aos pratos e aos talheres que se usavam antes? Não me digam que é prática comum partir os pratos no final dos jantares.

À mulher de César não é suficiente ser honesta; ela tem de realmente parecer honesta. E vocês, caros governantes, não parecem, nem são honestos. Um serviço de talheres que custa 150 meses de salário mínimo, quando Portugal ainda está em crise, é um insulto aos portugueses. Tenham vergonha na cara!

11 comentários:

  1. Estamos de acordo. Tendo dito isto, eu acho que pagar 3 mil milhões pelo BANIF é mais insultuoso e menos compreensível do que comprar um faqueiro.

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    1. Não compares coisas que não são comparáveis. Eu não aprovo o Banif, mas mais um faqueiro não era necessário agora.

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    2. Eu diria que mais um banco também não...

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  2. Rita, não é com "este" Governo. O anterior fez a mesma coisa. O que eu acho estranho não é a compra do faqueiro (nem dos pratos) - sou a favor de um bom e sólido protocolo de Estado (se quiseres, sou a antítese dos "lares de 3ª idade" da Maria de Belém) - o que eu acho estranho é ainda haver necessidade de cutelaria! Quanto tempo duram as facas e os garfos nos nossos serviços de protocolo?

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    1. Não percebi o teu comentário. O meu post não disse que isto era uma coisa do actual governo.

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  3. E se fossem atacados duma vontade irreprimível de adquirir património para o Estado, melhor fariam se pusessem os 75.000 euros aqui:

    http://patrocinar.publico.pt/home

    Não é que eu goste especialmente do quadro, mas o MNAA tem os estudos prévios todos e mais alguns e ainda faltam mais de 400.000 euros para o adquirir.

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  4. Cara Rita: Leio com um sorriso a sua apreensão pela despesa de €75,000 no «faqueiro português» – um gasto que não foi questionado pela imprensa portuguesa (por exemplo: porquê agora – ainda encomendado pelo governo anterior, supõe-se – essa despesa?; corresponde ela à deterioração do faqueiro anterior, que ainda há pouco estava a uso no Palácio da Ajuda?). A verdade é que a pompa no meio da crise irrita qualquer um; em Julho passado foi a Comissão Europeia a gastar €3M com o «trem de banquete», serviço de jantar, para a diplomacia europeia (note-se que é apenas para uso do Serviço Europeu para a Ação Externa; outros departamentos terão outros talheres, loiças e cristais). Enfim, coisas boas e europeias. Obrigado pelos seus textos.


    Tempos de euforia, glória e brilho na economia – é isto que temos? Não; antes, uma depressão e moedas contadas uma a uma. E vale a pena mencionar a moral no meio da crise? Vejamos isto: as loiças custaram cerca de 550 mil; (têm, gravada a ouro, uma bandeira da Europa); os cristais andaram pelos 450; os talheres, de prata, ficaram em quase 2 milhões de euros, “com um elemento decorativo discreto”. Falo do novo serviço de jantar encomendado para a diplomacia europeia (através do Serviço Europeu para a Ação Externa), em Bruxelas, providenciar pelo menos três mil convidados num banquete. A Europa deve ter um serviço de jantar adequado, com certeza, mas talvez isto seja demais. O trem de jantar da Casa Branca está avaliado em 367 mil dólares por cada presidente, menos dois milhões e meio do que a despesa prevista por Bruxelas. [Link: http://www.cmjornal.xl.pt/opiniao/colunistas/francisco_jose_viegas/detalhe/20150720_2153_blog.html]

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  5. Tem razão, Rita. Um bom e sólido protocolo não deixa roubar os talheres...

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  6. últimos 6 meses gastaram 350 mil euros em faqueiros. Qual é o Espanto agora?

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  7. Com política barata não se consegue ajudar ninguém a elevar o nível de exigência sobre as administrações públicas, que é o que mais nos tem faltado. POis... Os pratos, as facas e os garfos não são comprados pelos governantes. Antes de "partir a loiça toda" vamos lá estudar um bocadinho para aprendermos quem é que coloca as encomendas de quê...

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