segunda-feira, 11 de abril de 2016

Hobbies caros

"Os primeiros-ministros da Grécia e de Portugal assinaram hoje uma declaração conjunta em que prometem cooperar, sobretudo na resposta à crise migratória, e criticam as consequências das políticas de austeridade na União Europeia."

Fonte: SAPO 24/Lusa

É esperado que a Grécia fique sem dinheiro (outra vez) durante o início deste verão, que é a altura em que se dará o referendo do Brexit. Será provável que Portugal leve uma guinada dos mercados por arrasto, isto se a DBRS não der uma guinada primeiro no final deste mês.

O problema da Grécia e de Portugal não é a austeridade porque a dívida pública continua a aumentar; austeridade implica que a despesa diminui o suficiente para os países não precisarem de se endividar ainda mais. Se os países continuam a endividar-se ad eternum, é porque continuam a gastar bastante acima do que podem gastar. E um corolário óbvio é que gastam o dinheiro mal porque onde o gastam não gera retorno em termos de crescimento que pague o que se pediu emprestado.

Se António Costa ainda não percebeu a natureza do problema, a realidade não se coibirá de lhe dar uma lição de borla -- quem a pagará serão os portugueses. Educar Primeiros-Ministros é um hobby muito caro...

3 comentários:

  1. O problema é que os presidentes, chefes de estado ou assim ainda não perceberam, porque embolsam muito, que o dinheiro sai dos nossos bolsos e que depois, na mão deles é resguardado algures onde o diabo deixou o rabo

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  2. "austeridade implica que a despesa diminui o suficiente para os países não precisarem de se endividar ainda mais."

    Bem, há uma porção de definições alternativas do que é austeridade, mas a maior parte consideram qualquer redução do deficit (ou, pelo menos, qualquer redução do deficit que seja devido a mudanças políticas e não apenas ao crescimento económico) como "austeridade", não apenas reduções que transformem o deficit em superavit.

    Da mesma forma, num país que tivesse um superavit, eu consideraria expansionista qualquer decisão política no sentido de aumentar a despesa, mesmo que o orçamento continuasse superavitário.

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    1. Redução do défice ser austeridade é falso: se a economia crescesse mais, o défice reduzir-se-ia e os gastos públicos teriam margem para aumentar. Se o PS segue políticas de baixo crescimento do PIB financiadas com dívida com taxas de juro crescentes isso é estupidez, não é sinal de fim de austeridade.

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