domingo, 17 de julho de 2016

Ingenuidade

Para aqueles que, nos comentários neste blog, me disseram que eu estava a ser muito ingénuo ao propor como uma possibilidade que a cláusula 50 nunca seria accionada (e em particular por propor que essa podia ser a opção de Theresa May), vejam o que Nicola Sturgeon disse ontem, e Owen Smith está neste momento a dizer, no congresso do Labour. A primeira, após uma reunião com May, disse que tinha ficado com a sensação que tinha o poder de veto na questão. O último está a dizer que vê com bons olhos nunca accionar a cláusula (além de propor a renacionalização dos comboios, um programa de investimento público massivo e a garantia que o NHS será sempre 100% público, mas isto seria para outro post). 

8 comentários:

  1. Certo.
    Por mim, até perguntei se seria através de algo como o "Veto de Bolso" ["Pocket Veto"/USA]
    PS
    CULTURA GERAL
    O veto de bolso nos EUA acontece quando o Presidente não assina um projecto dentro do prazo previsto. Ora, se o Congresso não estiver em sessão e, por isso, não puder substituir-se a ele, em tempo útil, a lei não sai da forma (fica no bolso).

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  2. Bem, caro Luís, eu não tencionava voltar a comentar neste blog, por motivos que lhe são alheios, mas por respeio à sua pessoa e por, idirectamente, me chamar ao tema, digo duas coisas:

    - Nicola Sturgeon pode ter as sensações que quiser, e o SNP vive do fantasma da independência, sem o qual não teria razão de existir (diga-se que o partido que mais sofreu, eleitoralmente, com a sua ascenção, foi o Labour, que perdeu o seu tradiconal feudo escocês). O que Theresa May pretende é um consenso alargado entre as várias partes do Reino Unido sobre a altura e o modo de saída da UE. Isso não significa qualquer poder de veto. É apenas a chefe do governo escocês a dar-se ares de importante;

    - Owem Smith (e, já agora, não se tratava do Congresso do Labour: os congresssos dos partidos realizam-se sempre no Outono de cada ano) é apenas candidato a líder do maior partido da oposição. Quando, e se, algum dia chegar a Primeiro-Ministro, já o Reino Unido terá saído da UE.

    Isidro Dias: Não há qualquer veto de bolso. Ainda a semana passada, Theresa May disse "Brexit means Brexit".

    Numa palavra: desistam das esperanças vãs. O Gil Vicente também não subiu na secretaria.

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    1. Meu caro. Nicola Sturgeon disse-o, e repare bem, após uma reunião com Theresa May. Acha mesmo que Theresa May ficaria muito incomodada se o diabo da escocesa vetasse a coisa? Quer imaginar melhor cenário do que culpar os escoceses, ao mesmo tempo que se conseguia impedir a saída da UE? É win-win. Mantém a face em relação ao eleitorado inglês. Consegue que o RU permaneça na UE. E Nicola ganha uns pontos de popularidade por defender os interesses escoceses.

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    2. Caro Luis, a Theresa May nomeou alguns conhecidos eurocépticos para o seu gabinete, nomeadamente o David Davis, Ministro dos Assuntos Europeus no tempo do John Major, que é mais "quebrar que torcer". Quero com isto dizer que, se ao David Davis "cheirar a esturro", será ele o primeiro a bater com a porta. Enquanto ele se mantiver no seu lugar, acredito na boa-fé e respeito pela democracia da Theresa May.

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    3. Geraldo,continuo nas mesma. Na realidade ninguém sabe como é que vão "descalçar a bota". (créditos ao LA-C e à Isabel pela expressão entre aspas)

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  3. ERRATA :-( Owen Smith

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    1. Geraldo, agora deixaste-me triste. Como eu sei que gostas de Shakespeare, irei citá-lo nesta ocasião: 'Parting is such sweet sorrow that I shall say goodnight till it be morrow.'

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    2. With apologies to Will, old pal from Stratford-on-Avon:

      https://www.youtube.com/watch?v=P8Xe-TlzHP0

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