sexta-feira, 15 de julho de 2016

Não tolerar a intolerância

O islão é uma religião bárbara e medieval. A civilização islâmica é um rotundo fracasso, que tem produzido miséria, sofrimento e violência sem fim. O islão é homofóbico, machista e antissemita. Não há aqui diferenças fundamentais entre os muçulmanos extremistas e os moderados. A jihad deriva directamente do Corão. Maomé não foi apenas um profeta, foi também um guerreiro e um líder político. Ao contrário do cristianismo, no islão não é possível separar a política da religião. A sharia trata profusamente de política.
Como é que a esquerda pró-gay, pró-mulher e pró-liberdade é, ao mesmo tempo, tão compreensiva e condescendente com o islão e tão implacável nas suas críticas à igreja católica, hoje reduzida a um gatinho inofensivo? Esta atitude não tem explicação lógica porque está para além de qualquer racionalidade.
Até que ponto está o ocidente disposto a tolerar a intolerância do islão? Tolerar a intolerância não é tolerância, é hipocrisia, fraqueza e cobardia. É desistir, a prazo, dos valores do ocidente, como a democracia e a liberdade, valores que demoraram séculos a conquistar e que exigiram esforços e sacrifícios brutais dos nossos antepassados. E convém sublinhar que, ao contrário do que muitos parecem pensar, estes valores não estão garantidos para a eternidade. Pelo contrário. São flores muito frágeis.
Para já, não tenhamos dúvidas, os terroristas estão a ganhar a guerra. Hoje, o cidadão comum começa a desconfiar de todos os muçulmanos, por mais que lhe digam que a larga maioria é pacífica. Ignorar este facto básico é um erro crasso. Corremos o risco de um dia destes acordarmos com uma ditadura a prometer (ou garantir) segurança às pessoas e a tomar medidas radicais, medidas hoje inconcebíveis até nos nossos sonhos mais negros.
A lei é o chão comum de qualquer país. Quem não a cumpre, deve ser punido, independentemente das causas e motivações que estiveram na origem do crime. Os terroristas devem ser perseguidos e castigados sem contemplações. É o mínimo que se pede às nossas autoridades.  

11 comentários:

  1. O PM Francês já veio dizer que França vai ter que habituar-se a viver com o terrorismo. Para bom entendedor...

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  2. "Não há aqui diferenças fundamentais entre os muçulmanos extremistas e os moderados."

    No norte de África, Médio Oriente, Paquistão e Afeganistão, provavelmente não; nos Balcãs, Ásia Central, Bangladesh (onde o apoio dos islamitas radicais ao Paquistão na guerra de independência "queimou-os" perante parte da opinião pública), Malásia e Indonésia, creio que os "moderados" são muito mais "moderados" do que no primeiro conjunto de países (e mesmo nesses há algumas bolsas de "moderação" correspondentes a minorias étnicas oprimidas por outros muçulmanos e que por isso tendem a desvalorizar o papel identitário do islamismo - como os curdos ou os cabilas).

    "Ao contrário do cristianismo, no islão não é possível separar a política da religião. A sharia trata profusamente de política."

    O mesmo poderia ser tido do judaísmo, que teologicamente mal se distingue dos islamismo (na minha opinião, a expressão "civilização judaico-cristã" é um disparate, embora percebo porque ganhou popularidade a partir dos anos 50), mas que no Ocidente (em Israel é outra história) tem produzido uma das comunidades mais secularizada que existe (o que eu quero dizer com isso é que tenho muitas reservas a essa ideia de ir buscar explicações teológicas para o comportamento real dos adeptos de uma dada religião; é como a tese de que a adoção do estado laico no mundo cristão, após mais de mil anos de estado confessional, resulta de uma citação descontextualizada no Novo Testamento sobre o pagamento de impostos).


    "Como é que a esquerda pró-gay, pró-mulher e pró-liberdade é, ao mesmo tempo, tão compreensiva e condescendente com o islão e tão implacável nas suas críticas à igreja católica, hoje reduzida a um gatinho inofensivo?"

    O facto de (pelo menos no sunismo) não existir uma "igreja islâmica" complica a coisa, sobretudo para a esquerda, já que torna muito mais complicado articular um discurso anticlerical similar ao usado tradicionalmente contra a ICAR (apresentando uma classe clerical explorando as massas) - no islamismo, é mais complicado fazer um ataque à religião que se distinga um ataque aos praticantes dessa religião. De qualquer maneira, em países protestantes com minorias católicas, não é inédito ver a esquerda a aliar-se aos católicos, sobretudo quando estes ainda não estavam alinhados com os protestantes numa "democracia-cristã" genérica (o que quero dizer com isto é que a esquerda tem uma tendência a se aliar às minorias religiosas, mesmo que seja uma religião com que a esquerda à partida nem tenha grande simpatia); e, seja como for, nos sítios onde interessa mesmo combater o extremismo islâmico, não me parece que a esquerda tenha grande "compreensão e condescendência" - a Frente Popular tunisina, os grupos curdos alinhados com o PKK, a Grande Aliança do Bagladesh, a Organização Revolucionária Trabalhista do Afeganistão, etc., são das forças mais opostas ao islamismo radical que há (e veja-se que quando a FER portuguesa e o PSTU brasileiro sugeriram que o Partido Trabalhista Paquistanês organizasse uma milicia anti-imperialista para combater ao lado dos talibã, os paquistaneses praticamente disseram-lhes que eles estavam doidos).

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  3. "Até que ponto está o ocidente disposto a tolerar a intolerância do islão? Tolerar a intolerância não é tolerância, é hipocrisia, fraqueza e cobardia."

    Essa expressão "tolerar a intolerância" é das mais perigosas que há (é também o argumento usado pelos que tentam bloquar à força os comicios de Donald Trump), porque, tal como é frequentemente expressa, não entra ao pormenor de distinguir ideias de atos. Se estamos a falar de atos, não há nenhuma tolerância ocidental aos atos intolerantes islamicos - nos países ocidentais esses atos são reprimidos pela polícia, dentro do possivel, e qualquer atentando terrorista leva logo a uma retaliação nos dias seguintes (se há suspeitos de terrorismo a passearem-se livremente pela Europa, é simplesmente pela aplicação do principio geral de "inocente até prova em contrário", não devido a alguma "tolerância") - aliás se a França fosse os Estados Unidos (ou se tivesse um governo de direita), tenho certeza que neste momento seria considerada como uma ditadura, com as medidas de quase lei marcial que estão em vigor.

    "Para já, não tenhamos dúvidas, os terroristas estão a ganhar a guerra. Hoje, o cidadão comum começa a desconfiar de todos os muçulmanos, por mais que lhe digam que a larga maioria é pacífica. Ignorar este facto básico é um erro crasso."

    Por essa ordem de ideias, o primeiro parágrafo do seu post foi uma vitória dos terroristas?

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    1. Respondendo directamente à sua última pergunta: não. O facto de o islão ser uma religião bárbara não significa que todos os muçulmanos sejam bárbaros. O que os ataques terroristas fazem é criar um clima de desconfiança e medo, sobretudo quando não vemos os muçulmanos a criticar claramente, de forma maciça e sem "mas" ou "ses" no meio da suas declarações, o terrorismo. Não percebo as referências ou analogias com o Donald Trump. Ele matou ou mandou matar alguém? Apela à violência? E, sim, não se pode tolerar a intolerância, embora nem sempre seja fácil definir os limites. Ou, por acaso, o Miguel tolera o nazismo? Podemos tolerar um discurso racista, venha ele de um branco, de um negro ou de muçulmano? Devemos ouvir e calar? Ou só se deve criticar esse tipo de discurso quando é proferido por brancos?

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    2. "Ou, por acaso, o Miguel tolera o nazismo? Podemos tolerar um discurso racista, venha ele de um branco, de um negro ou de muçulmano? Devemos ouvir e calar? Ou só se deve criticar esse tipo de discurso quando é proferido por brancos?"

      O que quer dizer com "tolerar"? De novo, a diferença entre ideias e atos - opiniões racistas devem ser "intoleradas" com opiniões antirracistas, atos racistas devem ser "intolerados" com atos antirracistas.

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  4. É raríssimo passar aqui pelo Observador dos Pequeninos.
    A última passagem deve ter sido quando deixei o último comentário, nem eu sei há quanto tempo.
    Mas só para ler este naco de prosa valeu a pena a visita de hoje:
    «Como é que a esquerda pró-gay, pró-mulher e pró-liberdade é, ao mesmo tempo, tão compreensiva e condescendente com o islão e tão implacável nas suas críticas à igreja católica, hoje reduzida a um gatinho inofensivo?»
    A seguir o autor dá a resposta: «Esta atitude não tem explicação lógica porque está para além de qualquer racionalidade.»
    Pois, e qual é a racionalidade subjacente à primeira frase que eu reproduzi?

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    1. E eu que já temia pelo paradeiro do Manuel Silva! Felizmente, está são e salvo.

      Mas, ó Silva, chamar a este blog o "Observador dos Pequeninos", não só é injusto para ambos, como demonstra um acrisolado facciosismo de sua parte - você que gosta de nos exibir a sua enorme ponderação, lá do soviete onde vai penando os seus dias! Não há direito.

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    2. Descobrindo agora que o DdD passa por ser um OLHAR OBSERVADOR DOS PEQUENINOS, o Manuel Silva está a fazer um elogio rasgado aos seus autores e editor, sempre encorajando quaisquer leitores a responderem aos habituais questionários sobre a qualidade dos produtos publicados sendo, desta vez, ele mesmo o questionador.

      Não ficará sem nada que possa roubar e, se possível, devolver em dobro. Que lhe parece o seguinte?

      ...PARADOXO DA TOLERÂNCIA...
      «(...)
      A tolerância ilimitada pode levar ao desaparecimento da tolerância. Se estendermos a tolerância ilimitada até àqueles que são intolerantes; se não estivermos preparados para defender uma sociedade tolerante contra os ataques dos intolerantes, o resultado será a destruição dos tolerantes e, com eles, da tolerância. - Nesta formulação, não quero implicar, por exemplo, que devamos sempre suprimir a manifestação de filosofias intolerantes; enquanto pudermos contrapor a elas a argumentação racional e mantê-las controladas pela opinião pública, a supressão seria por certo pouquíssimo sábia. Mas deveríamos proclamar o direito de suprimi-las, se necessário mesmo pela força, pois bem pode suceder que não estejam preparadas para se opor a nós no terreno dos argumentos racionais e sim que, ao contrário, comecem por denunciar qualquer argumentação; assim, podem proibir a seus adeptos, por exemplo, que dêem ouvidos aos argumentos racionais por serem enganosos, ensinando-os a responder aos argumentos por meio de punhos e pistolas. Deveremos então reclamar, em nome da tolerância, o direito de não tolerar os intolerantes. Deveremos exigir que todo movimento que pregue a intolerância fique á margem da lei e que se considere criminosa qualquer incitação à intolerância e à perseguição, do mesmo modo que no caso da incitação ao homicídio, ao sequestro de crianças ou á revivescência do tráfego de escravos.
      (...)»
      [Karl Popper, A Sociedade Aberta e seus Inimigos, Vol. I, Ed. da Universidade de São Paulo]

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    3. ERRATA no final do trecho que copiei da tradução brasileira de Karl Popper:

      "à revivescência" e não "á".
      Fui traido pelo copiar/colar sem ter sido salvo pelo corrector ortográfico.
      Agora, e continuando a dar-me ares, foi "lasus calamis" como, pouco antes, se comprova em "incitação à intolerância"

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    4. Prezado Isidro Dias,
      Muito obrigado por essa bela citação do karl Popper. Responde, penso eu, a alguns dos argumentos colocados acima pelo Miguel Madeira - argumentos válidos e pertinentes, como é típico, aliás, do Miguel. A DdD tem excelentes comentadores, que enriquecem imenso o blogue, e felizmente não estamos sempre todos de acordo.

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  5. Eu não sei como é que é mas um Português consegue integrar-se e adaptar-se em todas as civilizações do mundo mas quando aparece um Americano ou um inglês há sempre porcaria...

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