terça-feira, 19 de julho de 2016

PIB Potencial

"Trump would be a disaster for innovation. His vision stands against the open exchange of ideas, free movement of people, and productive engagement with the outside world that is critical to our economy—and that provide the foundation for innovation and growth."

~ Carta aberta de empresários do sector da tecnologia dos EUA, no Huffington Post, 14/7/2016

Na semana passada, o grande tópico em Portugal eram as sanções por causa do défice excessivo. O défice estrutural depende do PIB potencial, não do PIB real, logo, como o LA-C argumentou no Observador, é um indicador que está sujeito a manipulações e pode ser o que os governos quiserem -- basta alterar os pressupostos do cálculo do PIB potencial.

Para os empresários do sector tecnológico americano, a força da economia dos EUA, ou seja, as causas do seu crescimento potencial são, essencialmente, intangíveis: troca aberta de ideias, livre circulação de pessoas, e um envolvimento produtivo com o exterior, ou seja, diplomacia (é verdade que há bastante margem para melhorar; mas, comparado com o governo de Bush, o governo de Obama é melhor). Os EUA possuem também um bom nível de confiança e uma boa reputação das suas instituições, que entretanto recuperou, apesar da crise financeira de 2008. Muito mais do que a infra-estrutura física, importa a forma com os americanos trabalham, se organizam, e a confiança que inspiram nos outros países. Tudo isso poderá ser ameaçado se Donald Trump for o próximo Presidente, dizem os empresários.

Este foi também um dos argumentos contra o Brexit, pois muita gente defende que o Reino Unido beneficia das relações comerciais que tem com a UE, apesar de a UE não ser exactamente uma organização bem gerida. Em Portugal, vemos o oposto, dado que Jerónimo de Sousa acha que Portugal beneficiaria se estivesse fora da UE e tivesse moeda própria. Catarina Martins também defende uma política de alienação dos parceiros da UE, sugerindo que Portugal deveria fazer um referendo para sair da UE, se esta decidisse impor sanções devido ao défice excessivo. Por seu lado, António Costa também gosta de fazer discursos em que coloca em causa a confiança das instituições portuguesas, seja em termos de compromissos assumidos pelo estado com o sector privado, seja em cumprir os compromissos que assumiu com o povo português.

Antes de o Presidente da República dar posse a este governo, António Costa comprometeu-se a assumir os compromissos supra-nacionais de Portugal e em dar estabilidade ao país; mas agora, que já é Primeiro-Ministro, acha que tais compromissos não devem ser honrados. E esta incerteza reduz o PIB potencial. Não sabendo os agentes económicos com que contar no futuro próximo, não há condições para as empresas e particulares poderem planear a sua vida.

Estes efeitos já estão a tornar-se visíveis no PIB real, pois o crescimento está a desacelerar e nada mudou na economia real a não ser o nível de impostos que, apesar de ter aumentado, não aumentou o suficiente para justificar toda a desaceleração do crescimento. A grande causa está, então, nas expectativas dos agentes económicos, a tal componente intangível do crescimento.

3 comentários:

  1. Está a falar de quê, Rita?

    http://www.tvi24.iol.pt/economia/consumidores/confianca-dos-portugueses-continua-em-recuperacao

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    1. Qual é a relevância de uma notícia de 2004?

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    2. Ops. Links errados. Obrigado pelo reparo.

      http://www.peprobe.com/pt-pt/document/inquerito-de-conjuntura-ao-investimento-1o-semestre-2016-ine

      http://www.efe.com/efe/portugal/economia/confian-a-dos-consumidores-e-empresarios-portugueses-melhora-em-maio/50000443-2940199

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