domingo, 24 de julho de 2016

A origem dos Conrarias

Nos arredores de Coimbra há uma terriola chamada Conraria. É lá que está o principal hospital psiquiátrico da região centro, o Hospital Sobral Cid. E lá fica a Quinta da Conraria, a Associação de Paralisia Cerebral de Coimbra.
Há umas décadas, a Quinta da Conraria era mesmo uma quinta agrícola. E foi lá que trabalhou um avô do meu sogro, bisavô na minha mulher, que não se chamava Conraria. E quando teve filhos, por gostar do nome Conraria, decidiu dar-lhes esse apelido (por acaso, deu só a alguns; a outros, não). Que eu saiba, Conraria enquanto apelido foi aí que nasceu. Por isso é tão raro. Até há alguns meses, não conhecia nenhuns outros Conrarias. Até estava convencido de que a nossa linhagem era única. Entretanto, graças ao Facebook, encontrei descendentes de um tio do meu sogro, que ainda não conheço pessoalmente, mas hei-de conhecer.
Tanto quanto sei, mas posso estar enganado, não há nenhum trisneto que tenha Conraria como último nome. Das trisnetas que existem, duas são minhas filhas. É um apelido que, com uma probabilidade razoável, desaparecerá. Mas, já sabem, sempre que virem um maluquinho, ou alguém com uma paralisia cerebral, é provável que tenha passado pela Conraria.

10 comentários:

  1. É giro, ter (ou adquirir) um nome invulgar. Muito prático. E fez bem pô-lo em último lugar às suas filhas, que assim não se perde.

    Mas esta fotografia da placa fez-me lembrar uma das histórias mais características do meu marido: uma vez que andávamos a passear em França, ele adorou as placas da cidade de Nancy porque a mulher dum amigo se chamava assim e seria o presente ideal para ele. Cada vez que passávamos por uma eu, que ia a conduzir, dizia "Look, there's a good one, take that one there!". Na minha cabeça, obviamente, "take that one" referia-se a uma fotografia e não percebia porque é que ele não a tirava. Até que ele resmunga que está num pais estrangeiro, não conhece as leis, não está para ir para a cadeia porque não sabe como é que as coisas funcionam e por isso não taka coisíssima nenhuma...

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  2. Eu sempre soube que tinha uma dose de loucura!lol
    Realmente o lugar e a quinta já conhecia da pesquisa que fiz online.
    Vou tentar pesquisar um pouco mais,pela família vai ser difícil pois são poucos os que estão vivos que me poderiam ajudar. Já pensei em consultar a Torre do Tombo. Provavelmente há mais Conrarias neste mundo e a origem do nome, até mesmo do lugar e da quinta, deve ter origem em alguma família influente, que normalmente apadrinhavam as terras. Um pouco de loucura mas com algum poder? Bate certo 😀 obrigada Luís

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  3. História gira! Já tinha associado o nome à Conraria e à quinta com esse nome. Para encontrar antepassados da zona de Coimbra, o local ideal é o Arquivo da Universidade, que é também Arquivo Distrital. Aí se encontram os registos paroquiais que permitirão recuar de geração em geração. A partir do registo civil do pai da Sandra facilmente se conseguirá ir encontrando os documentos oficiais da família.

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  4. Marlene, se quiseres seguir a sugestão da Zum avisa-me. Que eu cravo a Zu para nos ajudar e vamos lá os três.

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  5. Boa informação, Zu! Mas não pensem que são só os Conraria que precisam de ser investigados. Quando for a Portugal, tentarei investigar a minha família materna, que tem a agravante de a minha avó estar registada como filha da madrinha porque o meu bisavó estava ébrio quando a registou e o erro nunca foi corrigido. Eu acho muita piada às histórias do antigamente...

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  6. Meu caro Luís, posso testemunhar que é fascinante esse tipo de pesquisa. Há uns dois anos a minha filha quis saber mais dos seus antepassados e conseguiu informação das nossas raízes (minhas e de minha Mulher) até ao século XVII. Todos os arquivos distritais têm os livros de registos paroquiais (nascimentos, óbitos, casamentos) na Internet (nos casos de Coimbra e Braga estão nas Universidades) Link: http://www.aatt.org/site/index.php?P=3.
    Agora: prepara-te para teres de estudar paleografia... Complemento de informação: consegui identificar os meus avós até ao oitavo avô!

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    1. Parece me uma boa ideia Luís! Pesquisar em equipa é sempre melhor! Temos de combinar isso sim.

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  7. Que história interessante. Seria uma pena que o apelido desaparecesse, tendo sido criado por vontade de um homem há tão poucas gerações.
    Mas, como não existe nenhuma regulamentação que obrigue a que o último apelido dado a uma criança seja o último apelido do pai (pode ser o último da mãe, o penúltimo do pai ou até um apelido de um antepassado que nenhum dos pais tenha), talvez ainda venham muitas gerações de Conrarias ao mundo.


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    1. Não, não há nada que obrigue. Eu lá procuro educar as minhas filhas para preservarem este nome. Aliás, esta entrada é um exemplo dessa educação.

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