quarta-feira, 1 de junho de 2016

Lembrete

Este ano, na Quarta-feira de Cinzas, uma rapariga que trabalha no meu andar, andava com uma marca de cinzas na testa durante o horário de trabalho. Parece que essa prática vai ser "ilegal" na Europa, se o vosso patrão o desejar. Não se esqueçam de limpar a testa, senão serão despedidos. Depois não digam que não foram avisados...

27 comentários:

  1. É a diferença entre o laicismo à portuguesa (como consta da nossa Constituição) e a "laïcité" à francesa. Desta vez nós acertamos e os franceses estão completamente errados.

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  2. Não entendi. Vai ser ilegal na Europa, como?

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  3. Não vai ser ilegal; vai é deixar de ser ilegal uma empresa considerar isso uma infração regulamentar

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    1. Isso foi o que a Rita disse.
      Tens um link para essa notícia?

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    2. http://www.bbc.com/news/world-europe-36419525

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    3. Obrigado Carlos. Da notícia:
      "Employers in the EU may be able to ban Muslim staff from wearing headscarves to work as long as it is part of a general prohibition on all religious symbols, a top EU court adviser says."

      Já me parece menos mal. Ou se proíbem todos ou não se proíbe nenhum. Mesmo assim, não sei que pense.

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    4. Luís, daí o meu primeiro comentário. Há duas maneiras de um Estado ser laico:

      A nossa, é a de que o Estado não sendo confessional, tem nada que se meter na religião das pessoas (desde que as mesmas não vão contra as normas do próprio Estado, compreenda-se) e que garante a liberdade de culto, o que implica o direito às pessoas de exprimirem livremente a sua religião (que, já agora, é diferente de proselitismo). Isto resulta nas pessoas serem livres de usarem sinais exteriores da sua fé MESMO no desempenho de funções públicas (ex. não há nada que proíba o Marcelo de andar de crucifixo ao peito - a sua "figura pública" não se mistura com a pessoal).

      Outra, que é a Francesa, é que o Estado não sendo confessional tem a obrigação de zelar pela não confessionalidade. Ou seja, o direito (que existe) das pessoas praticarem o seu culto é subordinado ao próprio princípio da laicidade - logo o Estado não pode permitir que pessoas ao serviço do Estado demonstrem abertamente a sua fé (pegando no exemplo anterior, o Marcelo não pode andar com o crucifixo).

      Pessoalmente sou adepto do primeiro, porque respeita o indivíduo na sua plenitude, preservando no entanto a separação da esfera social da esfera religiosa.

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    5. Não me parece que aquilo que eu citei se enquadre em qualquer uma dessas duas alternativas.

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    6. É o tipo de legislação que, por cá, seria inconstitucional. Provavelmente seria permitida uma norma da empresa que os funcionários tinham de ter a cabeça descoberta, mas não uma norma que proibisse o lenço por ser um símbolo religioso.

      Dou-te outro exemplo: é aceitável que proibam o uso de colares, voltas ou outro qualquer adorno ao pescoço em locais onde isso possa representar um risco (imagina um local com engrenagens). E isso proíbe, indirectamente, crucifixos. Já proibir o crucifixo pelo que representa não é legal.

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  4. Se for isso, nada de novo. Se eu estiver a recibo verde, o patrão nem sequer tem de explicar nada. Se estiver num daqueles contratos de um ou dois meses, é quase igual, o patrão espera pouco tempo. Não queríamos a liberalização dos despedimentos para a economia ir para à frente? É assim que uma nação se faz próspera, etc.

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  5. Isto, como no FB, é complicado. Mas não vejo porque é que se há-de proibir as mulheres de cobrirem o cabelo, parece-me bem. Mas já cobrirem a cara de forma a tornarem-se irreconhecíveis. Palpita-me que se um homem passear na rua de passe-montagne (se é assim que se chamam as coisas das forças especiais em que só os olhos e a boca não estão tapados) não faz muitos metros sem que um polícia lhe peça a identificação. E eu também não acho mal.

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    1. Isabel, isso é questão de segurança pública; não tem nada a ver com o que a Rita fala, que é de direito laboral.

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    2. Totalmente de acordo. É necessário definir regras de convivência mínimas, como não tapar a cara e as pernas. Dentro dessas regras, cada uma que vá como lhe apetecer.

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    3. Não sei se o Luís dá tanta atenção às pernas das mulheres que as reconhece por essa parte do corpo. Eu costumo olhar para a cara para saber com quem estou a falar. Homens e mulheres e o que quer que seja em alternativa.

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    4. Luis, também não percebi porque é que não tapar as pernas é uma regra de convivência mínima. Agora que as mulheres já se habituaram a usar calças e saias compridas, é um bocado difícil impedi-las… ;)

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    5. Temos de voltar à moda da mini-saia. Se não for feito voluntariamente, legisla-se.

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    6. Porque é que é um raio de resposta??? Não me diga que agora me vai obrigar a dizer que estava a brincar blablabla.

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  6. Serão despedidos se, por exemplo, usarem um crucifixo ao peito. Se forem muçulmanos, vai a brigada "multiculturalista" catolicófoba para rua, num berreiro, até recuperarem o emprego com indemnização.

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    1. Quer dizer então que o NG não se juntaria ao “berreiro” se despedissem um muçulmano, sem indemnização, apenas por causa da sua religião? Ok. Mas olhe que muitos deles nem chegam a aquecer o lugar em empregos em França, Alemanha, etc, etc, e nos países do leste da Europa nem se fala. Finja que é muçulmano e vá pedir emprego a Varsóvia ou a Budapeste… E nem por isso as ruas desses países ficam entupidas por berradores, não se preocupe. E conhece muitos casos de despedimento por uso de crucifixo, ou de patrões que o queiram fazer?

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  7. Pega lá, Renato
    http://www.telegraph.co.uk/news/religion/6209892/Nurse-faces-the-sack-for-refusing-to-take-off-her-cross.html

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    1. Vá, consegue melhor, NG. Leu o titulo e… eureka, lixei o gajo. Foi isso? Essa é uma prática de segurança exigida em hospitais por todo o mundo: anéis, pulseiras, brincos, relógios, adornos de toda a espécie, religiosos ou não, são desencorajados e até proibidos. Teve azar. Por acaso, eu até sei que com alguma busca conseguiria encontrar exemplos do que pretende. O que não vai conseguir, nem de longe, é equiparar nessa prática os católicos e os muçulmanos.. Eu dou por aí uma volta consigo, se quiser, os dois a pedir emprego: eu com vestes muçulmanas e o NG com um crucifixo. E olhe que nem somos dos países mais xenófobos.

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    2. Agora diz que é uma prática de segurança,... Quantos acidentes já ocorreram por causa de uma cruz ao pescoço usado por uma enfermeira?

      E já experimentou andar com crucifixo pelas ruas da Arábia Saudita ou do Paquistão?

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    3. Não sei, nem tenho de saber, quantos acidentes ocorreram por causa de uma cruz ao pescoço, brincos ou braceletes, em hospitais. Sei que são adereços que normalmente não se usam, ou não devem usar, em hospitais. Existem regras sobre isso, que não terá dificuldade em encontrar. E eu não falava na Arábia Saudita ou no Paquistão, nem o NG. Vamos aqui criar uma regra simples, que é não tomarmos o outro por estúpido numa discussão. Certo? É pegar ou largar.

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