segunda-feira, 25 de abril de 2016

Pronta

Plantei cravos no meu jardim. Eram a flor preferida da minha avó e passei bastantes horas com ela de volta deles, a apreciar, a cuidar, e até a propagar. Os meu cravos começaram a florir em Março e receei que não chegassem a Abril, à data que interessava.

Durante estas semanas todas tenho andado de volta dos cravos, a regar, a retirar as flores envelhecidas, a cortar os caules que já não iam produzir botões, tudo para maximizar a longevidade da produção de flores. Funcionou: tenho um cravo para hoje, que era o meu objectivo. Estou pronta para a Revolução.

14 comentários:

  1. Na minha casa não entram. Nem nunca entraram.

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    1. Sem eles eu não poderia ser quem sou.

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    2. Porque não, Rita?

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    3. Quando se deu o 25 de Abril de 74, eu ainda não tinha dois anos. Depois da Revolução, o meu pai disse à minha mãe que agora já não importava eu ser menina, que quando crescesse teria todas as oportunidades, podia ser o que quisesse. A minha mãe costumava contar-me esta história muitas vezes. Acho que é especial crescer a ouvir os nossos pais dizer-nos que só somos limitados pela nossa imaginação. Sem o 25 de Abril de 1974, eu não teria isso.

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    4. Estranho... O antes e o depois estavam mesmo na cabeça do seu pai, não é? :-)

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    5. Eu ainda não era nascido, sequer. Em todo o caso, Rita, claramente temos visões diferentes sobre qual teria sido a evolução de Portugal sem a ruptura revolucionária que houve. Permita-me apenas uma achega: Teodora Cardoso fez os seus estudos universitários durante o Estado Novo. Viveu como quis. Manuela Ferreira Leite iniciou os seus estudos superiores ainda na década de '50 e em 1974 tinha já a sua carreira profissional solidificada. Poderia prosseguir. Até senhoras engenheiro havia! E se formos para os cursos de letras o que não faltava eram meninas nas faculdades.

      A associação da libertação feminina à abrileirice faz-me sempre lembrar identico mito existente em relação aos direitos dos homossexuais. Na realidade Portugal era um oásis para os homossexuais onde, embora houvesse alguma repressão suave, nunca houve, de todo em todo, a repressão forte e intensiva que havia na República Federal Alemã (até 1969), no Reino Unido (até 1967), nos EUA (dificil precisar uma data dado que abolida por inteiro só foi em 2003 mas houve vários passos pelo meio), na Irlanda (até 1985) e poderia ficar aqui o resto do dia. Identico mito existe em relação à Espanha Franquista embora com diferenças importantes em relação a Portugal. Na realidade a estância de Sitges começou a tomar forma na década de '60 com o beneplácito do regime. Inversamente, em 1982, já Franco havia morto há sete anos, houve uma grande vaga de repressão homossexual, uma limpeza gay, mesmo, nas vésperas do campeonato de futebol de 1982. Era Presidente do Governo o ilustre Felipe González.

      Daqui que não posso deixar de colocar uma pergunta: a libertação feminina foi consequência da abrileirice ou terá sido consequência da evolução normal das sociedades, algo que acontece independentemente dos regimes políticos?

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    6. Não é isso. Sem o 25 de Abril, o meu pai não teria dito aquilo à minha mãe e a minha mãe não me teria repetido aquela história muitas vezes. De qualquer das formas, acho errado pensar que se pode ter uma revolução como a do 25 de Abril de 1974 e tudo sair perfeito. Já tivemos a sorte de ninguém ter morrido por causa da dita (morreu um senhor a caminho do hospital nesse dia, se a minha memória me serve bem), logo é natural que se tenham cometido excessos noutras áreas.

      De resto, caro Zuricher, foste promovido. A partir de agora, trato-te por "tu". Não gosto nada desta história do "você" e tu escreves de uma forma que pensei que fosses muito mais velho do que eu e por isso retribuí o "você". Ora, caramelo, enganaste-me. I am a fool no more...

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    7. Não era possivel sair perfeito, naturalmente. Mas tinha mesmo que sair tão imperfeito?! Sobretudo do 28 de Setembro em diante com especial ênfase no período após o 11 de Março pode dizer-se que não se fez nada com pés e cabeça. Um desastre do princípio ao fim!

      Quanto ao tuteio, agradeço e retribuo encantado! É comum, desde miúdo, que pela escrita as pessoas fiquem com a ideia que sou mais velho. Há o reverso da medalha que é o aspecto parecer muito mais novo. É a vida! And no, dear, you don't write like a fool, you don't look like a fool, so, you are not a fool! :-)

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  2. Decididamente: tenho de rever os meus preconceitos quanto ao Texas. Pensei que te prendiam mal vissem o primeiro cravo vermelho a despontar...
    :)

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    1. No Texas só há problema com cravos azuis, Helena! ;-)

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    2. Alexandre, que problema têm os texanos e/ou as texanas com os cravos azuis? Não é por terem cores geneticamente modificadas, pois não?

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    3. Acho que o Alexandre se esqueceu de que nos EUA o partido republicano é vermelho (e que os democratas é que são azuis).

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