sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Dignidade na política

Platão acreditava ter demonstrado a servilidade natural dos escravos pelo facto de estes não terem preferido a morte à escravidão. Para um homem livre, a escravidão era considerada pior que a morte. Como diria, mais tarde, Séneca: “Com a liberdade tão ao alcance das nossas mãos, existe ainda alguém que seja escravo?”

Dedicar a vida aos negócios da cidade exigia coragem, só ao alcance dos homens livres. Quem quer que ingressasse na esfera política deveria, em primeiro lugar, estar disposto a arriscar a própria vida: o excesso de amor à vida era um obstáculo à liberdade e sinal inconfundível de servilismo.

Não era um mundo perfeito, longe disso, mas era assim que na Antiguidade se concebia a dignidade na política. Hoje, nada é mais difundido que a convicção de que o «poder corrompe», mas a dignidade conferida à política pelos antigos ainda não desapareceu completamente.

2 comentários:

  1. Então temos de instituir a pena de morte para os políticos que se portam mal em Portugal porque é claro que eles não arriscam a vida deles--arriscam a dos outros.

    Estou a brincar. Mas como estou no TX, onde, infelizmente, existe a pena de morte, não resisti a uma piada mórbida.

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    1. Rita, foi uma piada, mas a verdade é que o teu comentário me deu a ideia de acrescentar mais uma frase ao meu post, porque, sinceramente, acho que a dignidade na política ainda não desapareceu de vez, felizmente

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