quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Graças a Nietzsche

Quando li Nietzsche pela primeira vez, fiquei arrepiado com algumas das ideias do homem. Nietzsche desprezava o cristianismo por causa da piedade pelos mais fracos, que ele julgava ser uma causa de debilidade da sociedade. “Os fracos são bons porque não têm força suficiente para serem maus” - é uma frase terrível e ainda hoje me provoca calafrios. Todavia, com o tempo percebi que Nietzsche não se tinha enganado num ponto. A “vontade de poder” dos mais fortes está associada à impiedade. Os fortes, do alto da sua autoproclamada superioridade, desprezam os mais fracos e é isso que define a sua força. Alguns CEO de empresas e, sobretudo, os políticos gostam muito de vender ao público um "rosto humano". Não passam de operações de cosmética, de maquilhagens aplicadas pelos “marqueteiros” para enganar os incautos. Obama, Clinton, Kennedy, só para dar alguns exemplos de meninos bonitos da política americana, foram e são de uma impiedade a toda a prova com os seus adversários. Graças a Nietzsche não tenho grandes ilusões a esse respeito. Admito, claro, que há excepções, tipo Nélson Mandela. Mas as pessoas, no fundo, sentem que se trata de excepções; e é por isso que se comovem tanto perante as histórias destes Homens raríssimos.

7 comentários:

  1. Ontem, estava a ver um vídeo do Varoufakis e ele também falava qualquer coisa semelhante. Vê aqui: http://youtu.be/A3uNIgDmqwI

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  2. Caro José Carlos Alexandre,

    Retiro do seu apontamento: "Obama, Clinton, Kennedy foram e são de uma impiedade a toda a prova para com os seus adversários"

    Mas,

    Kennedy, se foi, já não é.
    Clinton, se foi, duvido que continue a ser.
    Obama, se é, não vejo provas disso.

    Mas talvez me possa ajudar a descortinar tamanha impiedade, por exemplo, em Obama, que eu não vejo.

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    1. Caro Rui Fonseca,

      As histórias do kennedy são hoje conhecidas. Lembro-me de uma vez ler num livro qualquer que um psicólogo fez um inquérito a biógrafos de presidentes americanos para tentar detectar traços de psicopatia. E quais foram os que apresentaram níveis mais elevados de psicopatia? Precisamente Clinton e Kennedy. Ah, lembrei-me agora do nome do tal investigador (inglês): Kevin Dutton. Sobre o Obama, bem, tenho de admitir que já estou a partir de um pressuposto e a sua questão é legítima, mas, sinceramente, acho difícil alguém chegar a Presidente dos EUA sem grandes doses de impiedade. Uma vez vi uma entrevista do Kevin Spacey, onde comentava o seu papel de político escroque na série House of Cards, e às tantas afirmou que vários congressistas lhe tinham dito que a realidade às vezes ainda era pior.

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  3. A propósito do último comentário, lembrei-me agora de uma das máximas de vida de kennedy: "Antes que os outros se aproveitem de mim, já eu me aproveitei deles". O que diz muito sobre o homem.

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    1. Zé Carlos, já partiste os pratos em Camelot. Nunca mais te convidarão para jantar...

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  4. É certo e esperável que para tudo se ache uma excepção; Friedrich Nietzsche dizia: « Os erros de grandes homens... são mais fecundos que as verdades de pequenos». A excepção, está o novo governo grego a demonstra-la; os mais pequenos estão a mostrar aos maiores, o quanto estavam errados.

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