sábado, 28 de fevereiro de 2015

Sol na eira e chuva no nabal

Imaginem uma sociedade em que as pessoas podem investir na Eira ou no Nabal:
1. Caso faça sol, a Eira tem uma taxa de rendibilidade de 100% enquanto o Nabal perde 90%;
2. Já se chover, acontece o contrário, o Nabal ganha 100% e a Eira perde 90%.

Admitindo que nesta sociedade as pessoas são todas avessas ao risco, a estratégia óptima será ter uma carteira de títulos equilibrada, distribuindo a sua riqueza igualmente pela Eira e pelo Nabal, de forma a ter assegurado uma taxa de rendibilidade de 5% ao ano. Mas, claro, há uns burros que investem tudo na Eira e outros burros que investem tudo no Nabal.

Nesta sociedade ninguém muito inteligente será rico. Já os ricos serão especialmente estúpidos.

PS Lembro-me de ter lido esta parábola num dos melhores blogues aí da coluna direita. Infelizmente, não consegui encontrar o ‘post’ específico para o linkar.
PPS Qualquer semelhança entre esta parábola e a história do melhor CEO do mundo e arredores que tinha 90% da tesouraria investida no mesmo produto é, obviamente, pura coincidência.
PPPS O Miguel Madeira encontrou o link referido em PS. Cá está, muito obrigado.

4 comentários:

  1. Falta-te escrever um post a falar do Daniel Kahneman e do melhor CEO da Europa. O post que escreveste sobre o livro "Thinking Fast and Slow" é o mais lido aqui do blogue. Lembras-te decerto que o Kahneman quando foi convidado para ir a uma empresa de investimento para analisar a performace dos traders, concluiu que estavam a ser compensados por sorte e não por mérito. O mesmo acontece com a maior parte dos CEOs...

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  2. Se ele investir 50 em cada, vai ficar com 100 (50 + 100% de 50 = 100) do investimento que dá certo, e vai perder 90% dos outros 50 (perde com 45, fica com 5), no final tem uma rentabilidade de 5%.
    Por outro lado, parece-me que o CEO fez muita gente de burro (muitos dos que o achavam um génio), mas assegurou boas indemnizações para si próprio (cobriu bem o seu risco) e os erros que fez fizeram outros pagar caro, mas foram mais foram importantes para os saltos que deu na sua própria carreira, de prémio em prémio até à falência final.

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