quarta-feira, 8 de junho de 2016

The (pen)ultimate glass ceiling is about to be broken

Como muitas vezes acontece, a partir do momento em que se convenceu de que podia chegar à nomeação, Sanders perdeu toda a piada que tinha, tornando-se num velho arrogante e rabugento que passa a vida a dar sermões.

Parece-me que a partir de hoje o papel de Sanders ficará pior. Passará a ser aquele tipo que, com um golpe de secretaria, quer impedir que se vire mais uma página na história norte-americana, evitando que pela primeira vez uma mulher chegue à final das presidenciais. Arrisca-se a perder o capital político que acumulou.

5 comentários:

  1. Ficamos ainda a aguardar uma candidata presidencial que a tal coisa não tenha chegado por via, essencialmente, de ter sido Primeira Dama, ou seja, à custa do nome do marido. Aí, sim, no dia em que isso suceder, será verdadeiramente de aplaudir. Mas não deixa de ser um marco muito importante, claro.

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    1. Eh eh eh, a Hillary deixa mesmo muita malta chateada.
      Já eu peno que o verdadeiro marco é isto acontecer no partido republicano. Ter um candidato negro ou uma mulher. Isso era um marco fantástico. Houve tempos em que tive alguma esperança na Condoleeza Rice, mas depois desapareceu.

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    2. Seria melhor julgares as minhas opiniões pelo seu valor facial e não fazeres juízos de valor sobre as mesmas ehehe ;-) Mas a Hillary deixa ainda mais nalta extasiada que aquela que deixa chateada, diga-se, já agora.

      Mas os republicanos já tiveram uma mulher candidata a vice-presidente, e o primeiro senador negro eleito pelos estados do sul é republicano, tal como o primeiro senador negro de todo o país era republicano (Edward Brooke, do Massachusetts). E agora vão ter o primeiro candidato saído do "entertainment televisivo". E esta, hein? ;-)

      Mas, cool down: ainda falta a "primária do FBI". ;-)

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    3. "a Hillary deixa ainda mais nalta extasiada"

      Tenho a ideia de que ela é fraca em campanha. Só assim se explica que um palhaço como o Sanders tenha de facto conseguido manter a luta acesa.
      Sim, a questão dos emails pode ser uma bomba prestes a explodir. Aguardemos.

      Não me surpreende que o primeiro senador negro fosse republicano. Até aos anos 70, o partido republicano era o campeão dos direitos civis. A malta gosta de esquecer que o Governador que mandou a polícia impedir um negro de entrar na Universidade era democrata.

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    4. Dizes muito bem, Luís. George Wallace, de seu nome.

      E mais: a famosa Lei dos Direitos Civis de Lyndon Johnson (1964 ou 1965, não me lembro agora exactamente) passou em ambas as câmaras do Congresso com mais votos republicanos que democratas, embora estes últimos estivessem em maioria em ambas. Nos cem anos após a Guerra Civil, o Partido Democrático foi basicamente uma coligação de "progressistas" do Norte e racistas (estes não levam aspas) do Sul.

      Mas Tim Scott, o tal republicano, primeiro senador negro eleito por um estado do Sul, foi eleito em 2014. É um caso actual.

      O que sucedeu, grosso modo entre o fim da Guerra Civil e meados dos anos '60 do século XX, é que, no Sul, praticamente só existia o Partido Democrático. Os brancos "supremacistas" detestavam o Partido Republicano - o partido de Lincoln. O que sucedeu para isso acabar? Bem, a radicalização dos democratas a nível nacional nos anos '60 ("the party of the three AAAs: abortion, amnesty, acid") levou grande parte do eleitorado branco do Sul a virar-se para os republicanos, mais socialmente conservadores. E isso foi muito bem explorado, eleitoralmente, pelos republicanos, nomeadamente através da famosa "Southern Strategy" de Richard Nixon - o homem em cuja presidência mais escolas do Sul foram dessegregadas, já agora.

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