sábado, 14 de maio de 2016

Correcção necessária...

“Quando uma moeda não serve uma economia mas a destrói, se calhar temos um problema”
~ Catarina Martins, Demagoga-Mor da República Portuguesa, no Expresso
Cara Catarina Martins,
A Irlanda tem a mesma moeda que Portugal e a sua economia está bem servida. O problema de Portugal não é a moeda; é polític@s como a Catarina não servirem a economia, mas servirem-se dela e a destruírem. E não é se calhar; é de certeza!
P.S. Até usei uma arrobazinha para ver se Catarina "compreendia" melhor o português...

15 comentários:

  1. Rita,
    Sem conhecer o contexto da frase da Catarina Martins, admito que ela esteja a falar da impossibilidade de Portugal alterar o valor da moeda que usa para tornar as suas exportações mais baratas, e portanto mais competitivas no mercado internacional.
    Tanto quanto sei, antes da nossa adesão ao euro essa era uma das ferramentas preferidas dos políticos (não apenas como a Catarina Martins, mas todos os políticos de todos os quadrantes políticos) para irem aguentando o barco da economia. Não vejo, portanto, nada de errado na frase dela. A não ser que me convenças que há portas que se fecharam para sempre, e decisões que não podemos reconsiderar.
    Sobre os políticos que em vez de servirem da economia se servem dela e a destroem, não sei muito. Até prova em contrário, acredito nas boas intenções de muitos deles. Mas parece-me que o problema de fundo não é a corrupção dos políticos, é mesmo ninguém ter um plano exequível para tornar a economia portuguesa mais sólida e competitiva. Ou existe, e eu não me dei conta?
    Sobre a Irlanda estar bem servida com a mesma moeda, é importante não esquecer que este "milagre" se deve em grande parte a algo que, em minha opinião, até devia ser proibido: baixar os impostos das empresas para atrair a contabilidade de empresas estrangeiras. Isso não é ter uma economia sólida, é um truque de prestidigitação. Prova da fragilidade desta conjuntura económica irlandesa é que a taxa de desemprego ainda só baixou para os 9,8%, e uma parte deste recuo não se deve à criação de emprego, mas à emigração.
    http://www.wsj.com/articles/in-ireland-economic-growth-soars-again-1457719427

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    1. Helena, é muito certo que entre 1974 e a introdução do Euro, sucessivos governos usaram o ciclo desvalorização-inflacção como forma normal de governo. Mas não é menos certo que o governo a toque de desvalorização nunca trouxe prosperidade a nenhuma sociedade. Raciocinar com a premissa de que a desvalorização monetária contínua é uma virtude é receita para a asneira como sempre foi em todo o lado. Uma coisa é uma desvalorização pontual que permita ganhar balanço para seguir adiante. Outra bem diferente é a desvalorização contínua que foi o que aconteceu antes do Euro. Não é assim que se enriquece e prospera, de todo em todo.

      Sobre a Irlanda, é um país soberano, portanto proibir, como? O sistema fiscal Irlandês foi, aliás, ponto importante de contenção aquando das negociações para o seu resgate sendo que os Irlandeses, se tivessem que abdicar das taxas de impostos que têm, preferiam não ter resgate e arranjar outra forma de resolver a sua vida. De resto, o que a Irlanda faz - que vai além apenas da taxa de 12,5% nos impostos sobre as empresas - funciona. A Irlanda de há 30 anos era uma pobreza franciscana, mais pobre que Portugal. De resto identica receita está a ser seguida e com muito sucesso senão em todos, em quase todos os países do Leste Europeu com os bons resultados que são conhecidos. Se calhar países pobres em relação à vizinhança como é o caso de Portugal deviam era copiar o exemplo Irlandês em vez de andarem à procura de soluções milagrosas que, claro, não existem e levam inevitavelmente ao empobrecimento. Uma última nota sobre a Irlanda. A Irlanda não atrai apenas sedes em papel. Atrai efectivamente as empresas em si mesmas. A taxa de desemprego tem estado a cair muito rapidamente dum máximo de 14,7% em 2011 e 2012 para os 9,4% de 2015 e os 8,4% de Abril de 2016. Aliás, a Irlanda é um óptimo país onde podem observar-se os efeitos das alterações fiscais feitas no enriquecimento e no emprego através da sobreposição dos gráficos relativos às taxas de impostos sobre as empresas, dum índice de simplicidade fiscal e dos rankings de competitividade por um lado com os gráficos do emprego, do crescimento dos salários e do PIB, por outro. Pode apreciar-se que efectivamente o momento em que os Irlandeses mexeram nos impostos foi o momento em que começaram efectivamente a enriquecer e a melhorar a sua vida.

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  2. "Raciocinar com a premissa de que a desvalorização monetária contínua é uma virtude é receita para a asneira como sempre foi em todo o lado"

    É. A riqueza do mundo deslocou-se para Oriente à conta da valorização das moedas do Japão, Coreia do Sul, Taiwan, China. O câmbio não interessa para nada.

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    1. NG, conforme disse acima, uma coisa é uma desvalorização pontual como forma de ganhar fôlego para o futuro, outra é uma desvalorização contínua. De todas as moedas que refere a única passivel de comparação é o JPY que em 1970 cotava a 1USD para 350 JPY e hoje em dia anda à roda dos 100-110 e já esteve mais forte há 3-4 anos. O yene, aliás, foi-se valorizando à medida que a economia Japonesa se desenvolveu. O Won e o New Taiwan Dollar são exóticas especulativas com vasta volatilidade e não é fácil tirar conclusões sobre a economia dos respectivos países olhando apenas à cotação da moeda. E, em todo o caso, dado o funcionamento das respectivas economias seria irrelevante. Tanto a Coreia do Sul como Taiwan, precisamente devido à natureza das respectivas moedas, são economias extremamente dolarizadas e o seu negócio internacional é feito exclusivamente em dolares (a maioria) e em yenes (uma minoria) e não na moeda local. De resto, nem o KRW nem o TWD são livremente convertiveis. O Yuan não está num regime de free floating sendo a sua cotação definida administrativamente portanto vale o que vale. Em todo o caso o Yuan apreciou-se ao longo dos anos de boom da economia Chinesa.

      De resto não vejo sequer qual é a grande questão aqui. As economias mais robustas têm as moedas mais fortes e, efectivamente, nunca nenhum país enriqueceu desvalorizando continuamente a sua moeda. O inverso, porém, é verdadeiro. As moedas tendem a valorizar com a robustez das economias. Se estou errado cá estou à espera de exemplos de países que tenham enriquecido em desvalorização permanente da sua moeda.

      O que pode dizer é que o Euro é uma moeda demasiado forte para a economia Portuguesa e aí talvez possa estar de acordo embora com várias nouances que talvez ou talvez não inviabilizem a conclusão. Uma dessas nouances é que o Euro forte levou a alguma evolução - necessariamente lenta, claro está - da produção Portuguesa que teve que adaptar-se à força da moeda. Pode dizer também que a sociedade e, por arrasto, os governos Portugueses, não sabem viver com uma moeda forte e aqui estou totalmente de acordo sem reservas. Mas não posso deixar de perguntar se alguma moeda ou seja lá o que for é capaz de conduzir a sociedade Portuguesa a algum arremedo de riqueza.

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  3. Olha que porra. Nenhuma moeda pode desvalorizar continuamente. A flutuação existe precisamente para compensar os desequilíbrios e fazer a ignição do crescimento. Por isso o BCE dá pulos a pés juntos, em desespero, sobre o Euro, para que desvalorize, por isso a Alemanha beneficiou a sua economia por ter a sua moeda agarrada a economias mais fracas, por isso a conta corrente brasileira está em compensação acelerada pela brutal desvalorização do real,... e assim por diante. Sem moeda, não há para-choques nem isqueiro. Ficamos entregues aos humores da corrente.

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  4. Não pode desvalorizar continuamente? Bem, foi o que aconteceu ao PTE de 1974 até 1986, não foi? Depois disso há a distorção dos dinheiros que entraram na sequência da adesão à CEE que entraram em maior quantidade do que anteriormente. De qualquer forma o PTE não voltou a apreciar sensivelmente até à introdução do Euro.

    Valores a 31/12 de cada ano, 1USD=x

    1973: 25.77
    1974: 24.57
    1975: 27.25
    1976: 31.85
    1977: 40.08
    1978: 46.00
    1979: 49.85
    1980: 53.20
    1981: 65.50
    1982: 90.00
    1983: 133.10
    1984: 170.25
    1985: 158.70
    1986: 147.00

    Eu concordo com que a flutuação existe precisamente para compensar os desequilibrios. E, regra geral, funciona realmente assim. Mas em Portugal o que a históra ensinou foi que os governos preferiram sempre o ciclo desvalorização-inflacção em vez da adopção de medidas de efectiva competitividade que dão muito mais trabalho e são muito pior percebidas pela população. É precisamente por isso que, embora reconhecendo que o Euro é uma moeda demasiado forte para a economia Portuguesa, temo muito que uma moeda fraca seja ainda pior pelo estimulo ao dolce fare niente que tem. Pelo menos tendo uma moeda forte o tecido empresarial Português vem tendo que adaptar-se de alguma maneira. Tem-no feito lentamente mas algo tem sido feito e tem efectivamente andado para a frente. Principalmente quando precisou procurar mercados fora da Eurozona notou uma certa capacidade para o fazer, maior até do que aquela que eu esperava.

    O Euro é um absurdo por vários motivos e um deles é precisamente esse, diferentes taxas de câmbio para economias diferentes. Aliás, notei com um sorriso sarcástico na cara a linda figura há uns 3 anos ou coisa do género, o PM Francês a deitar as mãos à cabeça porque o Euro estava demasiado forte e a Snra Merkel a responder que não, não, estava óptimo como estava. A Snra Merkel chegou a resmungar do Euro caro, sim... quando ele esteve aos máximos de sempre. Fora isso nunca disse nada em contra e se algo disse foi a favor. Em todo o caso, se a Alemanha mantivesse o DEM, este seria mais forte do que é actualmente o EUR, muito provavelmente sim. Mas num regime de free floating o próprio mercado se encarregava de o fazer cair quando a economia Alemã estivesse em problemas como sempre aconteceu. Dado o que é a Alemanha, porém, aguenta perfeitamente uma moeda substancialmente mais forte do que a actual cotação do Euro. O que, claro, tornaria os Alemães mais ricos e com superior poder de compra.

    NG, no global penso que não temos uma divergência assim tão grande. O que nos divide é a confiança na sociedade Portuguesa para conseguir aproveitar as virtudes duma moeda fraca e aproveitar essa benesse para enriquecer. O NG confia nisto. Eu, dado o histórico, não confio e penso que voltaria a brincadeira da desvalorização-inflacção que não enriquece ninguém. Não seria uma desvalorização pontual. Seria novamente um modo de vida.

    Por fim, e isto relativo ao Brasil, a moeda flutua com a economia sim, mas com muito mais do que apenas o desempenho económico, também. Por outro lado, as taxas de câmbio são um aspecto que pode influenciar a capacidade dum país para exportar. Mas, de todo, não o único. Desde logo porque se não produzir não tem nada para exportar e aí entra a atractividade do país para o investimento.

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  5. Atendendo a que grande parte das exportações portuguesas são para países que partilham a mesma moeda que a nossa, o problema fundamental não está no facto de ela ser "forte" ou "fraca", de desvalorizar, valorizar, ou o diabo a quatro, mas sim no facto de a criação dessa moeda ter amarrado todos os seus membros a uma cotação fixa. E, vai daí, já que a desvalorização natural não podia ocorrer, inventou-se a famigerada "desvalorização interna".

    E há outro problema: numa união monetária, quando ocorrem desequilíbrios nas trocas entre os seus vários membros, os países superavitários em trocas têm de procurar expandir a procura interna, para permitirem um melhor desempenho dos países deficitários. Isso está longe de ter sucedido na zona euro, antes pelo contrário, o que sucedeu, especialmente por parte da Alemanha, foi conter os seus custos, nomeadamente os laborais. Claro que a Alemanha não tem culpa que, em vários membros da união monetária, os salários fossem actualizados com base na taxa de inflação e não com base em aumentos de produtividade, o que fez com que esses países fossem perdendo competitividade face a ela. Um exemplo típico disto é a Itália, país de robusta indústria (mais robusta que a da Irlanda, já agora).

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  6. Zuricher, concordo consigo. Se me permite, acharia interessante comparar a desvalorização da moeda, no caso do nosso escudo, com o crescimento que, simultaneamente, se verificou no PIB. Para mim, esses valores, que fui buscar à PORDATA, são elucidativos:
    taxa de crescimento real do PIB 1970/1990.
    1970 8,47
    1971 10,49
    1972 10,38
    1973 4,92
    1974 2,91
    1975 -5,10
    1976 2,29
    1977 6,02
    1978 6,17
    1979 7,10
    1980 4,76
    1981 2,17
    1982 2,16
    1983 0,97
    1984 -1,04
    1985 1,64
    1986 3,32
    1987 7,63
    1988 5,34
    1989 6,65
    1990 7,86
    Raramente vejo estes números citados, apesar de esclarecedores, parece-me. O Zuricher dirá, se assim entender.

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  7. Caro Alexandre, concordo plenamente com o que escreve. A desvalorização cambial leva a perda do poder de compra também, perda facilmente superior até à da desvalorização interna. Tem ainda a vantagem de ser mais justo socialmente porque mais equitativamente distribuído por toda a sociedade. Por fim, as pessoas não se apercebem dessa perda devido a um fenómeno de ilusão monetária. Como têm mais dinheiro no bolso não reparam tão facilmente que esse dinheiro permite-lhes comprar menos coisas do que compravam anteriormente com menos dinheiro. Em relação ao segundo parágrafo, pois isso tem a ver com os vários equívocos e sonhos utópicos que estiveram por trás da criação do Euro.

    Caro Tiro ao Alvo, é pena essa lista ir apenas até 1970. Se fosse mais atrás poder-se-ia apreciar com mais dados ainda o crescimento que Portugal teve com um escudo forte - comparativamente ao que caiu posteriormente - por oposição àquele que teve posteriormente mesmo com o escudo a cair alegremente. O Dr. Pedro Laíns tem escrito vastamente sobre estes temas e é também leitura que me parece de bastante interesse para este assunto. Agora, claro que esses números (e outros) raramente vêm à conversa dado que olhar para eles implicaria a negação duma série de mitos que existem sobre o Estado Novo e sobre a III República, mitos esses que a esmagadora maioria da sociedade Portuguesa pretende manter.

    Veja abaixo o PIB e, mais importante ainda, o PIB per capita a preços constantes desde 1960. Poderá reparar que de 1963 a 1973 o PIB per capita duplicou e mais uns pozinhos - com um escudo forte - e nos dez anos seguintes aumentou escassos 15% enquanto o escudo caía alegremente.

    1960 30.701,5 3.463,2
    1961 31.800,7 3.561,5
    1962 35.148,7 3.908,0
    1963 36.498,3 4.041,7
    1964 38.707,7 4.284,0
    1965 42.350,5 4.706,4
    1966 44.279,0 4.957,9
    1967 46.118,0 5.196,4
    1968 48.457,5 5.483,5
    1969 49.637,4 5.667,7
    1970 53.844,1 6.202,8
    1971 59.491,7 6.882,6
    1972 65.666,0 7.608,7
    1973 68.897,3 7.980,6
    1974 70.905,4 8.099,4
    1975 67.292,8 7.400,1
    1976 68.833,8 7.357,3
    1977 72.975,3 7.717,6
    1978 77.474,4 8.105,5
    1979 82.975,9 8.588,5
    1980 86.929,1 8.900,9
    1981 88.819,6 9.016,0
    1982 90.741,0 9.154,9
    1983 91.622,8 9.201,0
    1984 90.668,2 9.070,2
    1985 92.151,9 9.193,5
    1986 95.211,2 9.490,1
    1987 102.477,9 10.217,1
    1988 107.950,2 10.773,9
    1989 115.127,5 11.507,0
    1990 124.175,8 12.438,5

    Repito, a moeda forte ou fraca não é o princípio, meio e fim da riqueza e do progresso das sociedades. Há muito mais aí envolvido.

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    1. Züricher e Tiro ao Alvo:

      Antes de 25/4/74, o escudo não era "forte": era, sim, estável. Quero dizer com isto que não era "forte" no sentido de estar sobrevalorizado, que é o que sucede com o euro em relação à economia portuguesa. E, no pós-25, a economia não cresceu menos por causa do escudo em queda contínua, mas sim apesar disso. Imaginemos só o cenário de um escudo não desvalorizado naquele ambiente sócio-económico!

      Um factor importantíssimo - talvez até o mais importante - no crescimento da econoomia portuguesa após 1960 foi a criação da EFTA. Também aqui se trata de tema que muitos preferem ignorar: os arautos do Estado Novo para assim não desvalorizarem os brilhantes feitos dos seus argutos ministros e caudilhos; e os euro-entusiastas para que se não desminta a falácia de que a adesão à UE era fundamental ao crescimento do país.

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    2. Alexandre, também penso que o crescimento da década de 60 se ficou a dever, em grande parte, ao estímulo da nossa adesão à EFTA. Assim como aconteceu aquando da nossa adesão à CEE. Só não vê isto quem não quer ver, parece-me a mim.
      E saiba que não sou arauto do Estado Novo. E que não entendo o que quer dizer quando escreve "é o que sucede com o euro em relação à economia portuguesa".
      Passe bem.

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    3. A EFTA impulsionou o movimento que vinha já de antes e foi efectivamente relevante para o crescimento Português após 1960. Não há como negar a evidência. Há, porém, alguns aspectos a ter em conta. Primeiro, esse crescimento a partir de 1960 só foi possivel porque Portugal criou no final dos '40s e '50s as bases necessárias para aproveitar os benefícios da adesão à EFTA, embora, claro, sem se saber que ela viria a existir. O pós-guerra foi um momento de redefinição do país que reencontrou o seu caminho em 1950 e não mais parou daí em diante. Em segundo lugar, embora relacionado com o primeiro, a década de 1950 foi já uma década de crescimento importante para Portugal com o PIB per capita a crescer à média anual de quase 4% entre 1950 e 1960. Portugal foi, aliás, durante a década de '50, o país pobre que mais convergiu com os países mais ricos do continente tanto na década de '60 como já na década de '50. As duas coisas juntas permitiram a Portugal ter um proveito muito significativo da adesão à EFTA logo desde a sua criação. Esses proveitos continuaram a ser reais até 1973 tendo caído muito expressivamente depois daí até 1986 dado a destruição do tecido produtivo ter levado a que Portugal deixasse de ter com que comerciar e beneficiar da zona EFTA de comércio livre. Com a adesão à CEE houve um impulso importante - embora de natureza diferente e muito menos saudavel do que o verificado nos 1960s - no qual houve um crescimento similar ao da década de '50 mas muito inferior ao do período de 1960 a 1973. De 2000 em diante é a tristeza que todos conhecemos por experiência própria.

      Os anos '60 teriam sido diferentes para Portugal sem a EFTA? Muito provavelmente sim. Mas não teriam sido, de todo, desastrosos - como não foram para Espanha que não era membro da EFTA - dada a tendência que se tinha estabelecido desde 1950 e nada indica que viesse a alterar-se na década de 1960.

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    4. Tiro ao Alvo,

      Não pensava em si quando falei em "arautos do Estado Novo", até porque nem sei com quem falo. Releve-me, pois, o equívoco.

      Quanto ao que "sucede com o euro em relação à economia portuguesa", referia-me precisamente ao conceito de moeda forte, no sentido de sobrevalorizada e, portanto, desajustada da nossa economia, no que a trocas comerciais com países fora da eurozona diz respeito. Já na altura da adesão houve quem, como Miguel Cadilhe, tenha alertado para o facto de a cotação de conversão do escudo para o euro nos era desfavorável.

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    5. Claro que relevo. Bem sei que não me queria ofender. E também penso que a cotação estabelecida, no momento de adesão ao euro, foi errada. Mas isso não invalida que, agora, tomemos isso em consideração e, sobretudo, que analisemos com olhos de ver o que se passou nas últimas dezenas de anos.

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  8. P.S.: Rita, dear, I'm truly sorry for hijacking your post. :-)

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