quinta-feira, 19 de maio de 2016

Endividamento externo

No meu facebook, não houve ninguém de Direita que tivesse partilhado esta notícia. Para quem passou os últimos anos tão preocupado com a questão do endividamento externo, seria de esperar que acompanhasse mais de perto as notícias sobre a rubrica que mais contribui para esse endividamento. 

21 comentários:

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    1. Era tentativa de ironia. A pesada herança de Sócrates. Muito do endividamento que ocorreu no seu governo serviu para acelerar transformações estruturais na nossa economia. Este é um bom exemplo.

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    2. Eu percebi que era ironia, mas achei que noutro sentido.

      São transformações estruturais que importava continuar.

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    3. "Muito do endividamento que ocorreu no seu governo serviu para acelerar transformações estruturais na nossa economia".

      Eu já reparei que você é um indefectível socrático, NG, mas poderia quantificar essa sua afirmação?

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    4. Alexandre, é um tema a que alguém na academia um dia se irá dedicar. Vai ser interessante, passados 10 anos, comparar a soma dos resultados, em exportações, emprego e receita fiscal, dos investimentos incentivados pelo Governo Sócrates, por exemplo, a fileria das renováveis + a refinaria de Sines + a expanção das papeleiras + Alqueva + Aeronáutica em Évora + embalo internacional das grandes empreiteiras proporcionado pelo músculo obtido em obras nacionais, com a soma dos dividendos que o Partido Comunista Chinês e outros especuladores conseguiram pela aquisição, ao desbarato, da EDP + REN + Fidelidade + ANA + CTT.

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    5. Obrigado. Estarei atento.

      Mas as energias renováveis não são novidade alguma em Portugal: a maior parte das barragens são do tempo da "outra senhora", por exemplo.

      Já agora: o Alqueva é uma obra do Governo Sócrates? Isso foi uma espécie de Santa Engrácia, que já vinha, salvo erro, do tempo do Plano de Rega do Alentejo, também da "outra senhora" (sou quase levado a pensar que Salazar era um ambientalista, embora isso das barragens também tenha os seus críticos ambientalistas, como bem sabemos...).

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  2. E temos energia cara. E bem dizia eu que já reduzíamos as emissões bastante, não era preciso mais impostos "verdes".

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    1. Percebo pouco do setor, admito. Mas parece-me boa notícia que usemos os recursos onde temos clara vantagem comparativa para nos tornarmos menos dependentes.

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    2. Seria melhor se conseguíssemos exportar energia e parece que a França não deixa, segundo noticia o JdN (http://www.jornaldenegocios.pt/empresas/energia/detalhe/portugal_quer_vender_energia_para_a_europa_mas_franca_nao_deixa.html).

      Acho vantajoso que Portugal tenha investido nesta área; mas é pena que o financiamento dos projectos não tenha salvaguardado os interesses dos contribuintes, ou seja, podíamos ter este investimento com menos custos e mais benefícios para os cidadãos.

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    3. E, além disso, não se trata de investimento estatal. A produção energética é feita por privados. Mas este foguetório deveria ser moderado pelas inconcebíveis facturas eléctricas domésticas portuguesas.

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  3. Luis,

    Se há coisa que não se pode acusar a APREN (Associação Portuguesa de Energias Renováveis) é de ter dificuldade de boa imprensa.

    Sim, é interessante o que se passou mas deve, tão e somente, ser classificado como tal: uma curiosidade. O grosso (para não dizer a totalidade, mas não o posso afirmar com certeza) da energia eléctrica produzida por centrais eólicas ocorre ao abrigo de regimes tarifa garantida. O valor de remuneração desta energia situa-se ACIMA do valor médio do Mercado Ibérico de Electricidade (antigo MIBEL).

    Podem ver, por exemplo, esta apresentação feita pela ERSE sobre o assunto em 2014:

    http://www.relop.org/eventos/Documents/2014/1/Dr.%20Alexandre%20Silva%20Santos%20–%20ERSE.pptx

    Ou seja, esta energia é altamente subsidiada pelo contribuinte via Estado e sai, na realidade (não estou a falar de custos de produção) mais cara que a energia que, de facto, é comercializada em mercado e proveniente de centrais convencionais térmicas.

    Mas traz outros problemas adicionais e que é algo inerente ao próprio processo de produção: só se produz energia eólica quando há vento (ou solar quando há sol). O que implica que fora desses períodos é necessário recorrer a outras fontes. Isso tem sido assegurado mantendo (e pagando!) as centrais térmicas (nomeadamente as de gás natural, por causa de rapidez de resposta) em stand-by.

    Ou seja, o custo real da energia eólica (e não vou entar em custos de transporte - mas devia porque por norma a produção de energia eólica ocorre em locais distantes dos de consumo) corresponde ao preço (acima do mercado) que é pago pelo Estado (via "CUR", i.e., EDP) aos produtores ao qual se soma o valor que é pago pelo Estado às centrais termoeléctricas para se manterem paradas e em stand by em caso de falta de vento.

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    1. Carlos Duarte:
      Não percebi patavina do que quis dizer.
      Explique devagarinho para eu perceber, pois sou bastante limitado.
      O investimento em energias alternativas é bom ou mau para o país?
      Especialmente tendo em conta a balança comercial, normalmente deficitária.
      Outra coisa é discutir como se distribuem internamente os custos/financiamento dessa opção, concretamente nos preços da electricidade para uso industrial e doméstico.
      E porque será que ninguém fala dos escandalosos e imorais ordenados dos administradores da EDP (e das outras produtoras, dos gestores, em geral)?
      O país é pobre, está falido, mas para uma determinada casta de gente é como se fosse rico.
      E o fenómeno tem-se agravado à medida que o país se vem confrontando com as dificuldades que todos conhecemos.

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    2. O investimento é bom, o sobreinvestimento é mau. E isto é igual para as renováveis como é para as estradas.

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    3. A partir dum determinado nível de capacidade instalada, o investimento em energias renováveis pode ser prejudicial, sim.

      Quando é produzida energia eólica em excesso, as centrais térmicas ficam em stand-by. Não gastam combustível, mas o investimento nessas centrais é desaproveitado.

      Mas Portugal além de investir em energia renovável, investiu também na modernização das centrais térmicas, com centrais a gás natural, e na rede de distribuição desse gás. O que é bom, porque o gás natural é mais amigo do ambiente que o carvão. Mas se as centrais estiverem paradas a própria rede também fica subutilizada.

      A isso somam-se a co-geração e a microprodução que aumentam a produção, e os ganhos de eficiência que reduzem o consumo. São tudo excelentes ideias, mas tudo junto, significam que investimentos (alguns garantidos pelo estado) não geram o retorno esperado, e sobra para os contribuintes.

      Quanto às balanças externas, sem negar os efeitos positivos, convém pensar que apesar da produção ser nacional, os investimentos foram (pelo menos em parte) financiados/realizados/explorados por bancos/construtoras/empresas (parcialmente) estrangeiras. Houve importações, e agora há juros e dividendos a pagar. E há pelo menos uma empresa portuguesa a explorar/refinar/exportar produtos petroliferos.

      Neste momento, Portugal precisa de aumentar o consumo eléctrico para tornar estes investimentos rentáveis. Mas, com preços altos numa recessão, o que tem acontecido é precisamente o oposto. E, obviamente, a solução não pode ser o desperdício. Nesse sentido, pelo menos duas das grandes apostas no sentido de aumentar o consumo falharam. A mobilidade eléctrica ainda vai demorar tempo a arrancar, e o data center da Covilhã foi um flop.

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  4. Carlos Duarte:
    Costuma dizer-se que as explicações curtas são muito esclarecedoras, a verborreia só dificulta a compreensão do essencial.
    Mas a sua aliou de tal forma simplicidade formal a ausência de explicação que é como se tivesse sido verborreica.
    Se cheguei a perceber alguma coisa, melhor seria continuarmos com as centrais a carvão e a fuel.
    E tinha-se poupado uns milhões de investimento e não havia desperdício de electricidade em anos chuvosos e ventosos como o actual.
    Era só continuar a exploração do petróleo no Allgarve e entraríamos na era da energia ao preço da uva mijona: limpa e portuguesinha.
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    P. S. Investir em excesso seja em que tipo de produção for é sempre economicamente mau. como é evidente.

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  5. Imaginemos, por um instante, que das várias prospecções petrolíferas que regularmente se fazem em território português (que sobre algum indício geológico devem trabalhar), um dia brotava petróleo a jorros. Continuaria a "aposta nacional nas renováveis" ou, antes, daríamos todos vivas ao ouro negro? Deixo de parte, claro, QUERCUS e outros grupos monotemáticos.

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  6. É Alexandre, A Noruega, os EUA ou o Brasil, por exemplo, pararam os investimentos em energias renováveis assim que descobriram petróleo.
    E até Arábia Saudita só anuncia esses género de investimentos para a agradar à Greenpeace
    http://www.pv-magazine.com/news/details/beitrag/saudi-arabia-announces-new-renewable-energy-target-with-few-details-of-deployment_100024304/#axzz49E5DRybi

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  7. Quer-me pareceer que está a ver a cronologia ao contrário, nos exemplos que citou.

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