sábado, 21 de maio de 2016

Um homem vil

Em notícia no Jornal de Notícias, o nosso ilustre Primeiro Ministro António Costa diz que nada mudou na celebração de contratos de associação: eram uma excepção à regra e continuarão a sê-lo. Os colégios é que perceberam mal, pensavam que contratos a prazo eram renováveis indefinidamente. Se assim fosse, não haveria prazo, mas o português é uma língua difícil de compreender.

O que não é difícil de compreender é que António Costa acabou de admitir que o governo nos forneceu uma notícia que não era notícia. Pois é, ilustres leitores, o nosso Primeiro Ministro usou a educação das crianças portuguesas para manipular a opinião pública. Uma pessoa que faz isso é para mim um homem vil, sem escrúpulos, merecedor do meu maior desprezo.

11 comentários:

  1. Mas foi o governo ou foram os colégios que fizeram a notícia?

    ResponderEliminar
  2. Este post não faz qualquer sentido. Vejo nele um aliviar da culpa da Rita por ter sido valente e meter os incoerentes insurgentes no lugar. Quem fez disto uma notícia e quem tem alimentado as polémicas são os colégios e não o Primeiro Ministro.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Pedro Morgado, o que diz não faz absolutamente nenhum sentido para mim. Em primeiro lugar, eu não sinto culpa nenhuma das respostas que dei ao pessoal do Insurgente -- quem anda à chuva molha-se. Se põem em causa a minha credibilidade profissional, podem crer que eu vou argumentar o melhor que posso e não terei nenhuma misericórdia, logo acho bom que as pessoas pensem bem nos argumentos que usam. When I shoot, I shoot to kill.

      Segundo, o que esta polémica clarificou na minha cabeça é que a maneira de eu olhar para as coisas é um bocado diferente da das outras pessoas. Eu compartimentalizo as questões. Para mim, há a questão do mérito de subsidiar o acesso ao ensino privado e foi essa a discussão que tive com os bloguers do Insurgente. E depois há uma outra questão: porque carga de água fez o governo o anúncio que fez e quando o fez. E a minha apreciação desse assunto é que o timing e a justificação do anúncio não fazem sentido. O governo acaba por concluir que não rejeitam os contratos de associação, apesar de terem dito que não os iriam renovar, ou seja, deram uma primeira impressão que os rejeitavam e depois dizem que não era nada disso.

      Se há coisa que sabemos acerca de António Costa é que o homem diz qualquer coisa para atingir o objectivo que pretende. E eu acho que o objectivo dele era criar um fait divers nesta altura.

      Eliminar
    2. À Rita, fugiu-lhe o pé para o tamanco. Ao Pedro, para a psicologia "folky". Enfim, equilibraram-se.

      Eliminar
  3. Foi o governo que anunciou. Os colégios reagiram ao anúncio do governo.

    ResponderEliminar
  4. Não concordo com a interpretação. Vi nas palavras do António Costa algo que (como sempre) permite ser lido nos dois sentidos, de acordo com as conveniências do momento.

    Se a força estiver do lado do governo (ou seja, se não existir muita oposição do PR e a oposição da Igreja for moderada) a diminuição das turmas vai mesmo avançar (como foi indicado na lista desta semana) e o PM diz que não houve alteração (entre outros casos, para evitar problemas legais).

    Se a oposição for muito forte, haverá um recuo em (pelo menos algumas) escolas e o PM continua a dizer que não houve alteração (nem na politica anterior NEM na politica do governo), mas que aquelas escolas que ficam estão nas "excepções à regra".

    Ou seja, mais uma vez a forma camaleonica de fazer politica a que ele nos habituou. Dizer que isto é vil é provavelmente um exagero, a responsabilidade pelo "sururu" público veio muito mais da parte das escolas do que do governo.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Para mim é vil usar este tópico como instrumento para criar divisões na sociedade. O papel do estado é garantir bons serviços de educação para as crianças portuguesas; não é usar isso para virar metade do país contra a outra.

      Eliminar
  5. O Primeiro-ministro fala, os jornalistas reportam e os colégios é que anunciam? E as tomadas de posição dos colégios são apenas para alimentar as polémicas?

    ResponderEliminar
  6. Cum catano... Rita, não entendi nada. Eu agora vou ter de explicar ao meu filho que o PM é um homem vil e daninho, um traste da pior espécie, que manipulou a educação do meu menino, etc, mas não sei bem qual é a parte do que ele disse que utilizo para isso. Este post é uma espécie de sketch dos Monthy Python?

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Já expliquei acima, Renato. o PM disse que não era notícia. Tudo ia continuar como antes. Então porquê o anúncio inicial do governo, se nada iria ser mudado em termos práticos?

      Eliminar
    2. Ele não disse que tudo iria continuar como dantes, em termos práticos. Tanto assim que... não continuou tudo assim como dantes em termos práticos. Só na minha cidade, Coimbra, um dos maiores epicentros do fenómeno, as coisas vão mudar imenso, como sabe. O que não mudou foi o princípio legal de que uma excepção à regra é uma excepção à regra. O Seigneur de La Palisse, coitado, seria hoje mal compreendido pelos privados. Em vez de lógica, ensinam metafísica nos colégios e dá nisto. Não sei, acho eu, a Rita deixou-me confuso. O Costa tornou-se um vilão sem escrúpulos, sem eu perceber porquê e isso parece-me engraçado.

      Eliminar

Não são permitidos comentários anónimos.